Israel encontra corpo do brasileiro feito refém pelo Hamas
Foto: DivulgaçãoFriday, 24 May 2024
Michel Nisembaum, morto pelo grupo terrorista Hamas em 7 de outubro, foi recuperado em uma operação das Forças de Defesa de Israel nesta sexta-feira (24).
Michel Nisembaum, o único brasileiro feito refém pelo Hamas, foi encontrado morto nesta sexta-feira (24), segundo anunciaram as Forças Armadas de Israel.
As forças israelenses afirmaram ter encontrado o corpo de Nisembaum durante uma operação militar em Jabalia, cidade do norte da Faixa de Gaza.
De acordo com os militares israelenses, Michel Nisembaum foi morto em 7 de outubro, quando terroristas do Hamas invadiram o sul de Israel, mataram mais de 1.200 pessoas e sequestraram outras cerca de 250.
Até a operação desta sexta, a família acreditava que ele pudesse ter sido sequestrado, e ainda nutria esperanças de encontrá-lo vivo.
Na operação desta sexta, Israel disse que soldados recuperaram também o corpo de outros dois reféns e entraram em confronto com o Hamas durante a operação, sem divulgar mais detalhes.
A informação sobre a localização dos corpos se deu a partir dos trabalhos de inteligência e foi analisada ao longo dos últimos dias. Os dados foram compartilhados entre o Exército e o Serviço de Informações.
As famílias das três vítimas já foram informadas sobre a localização dos corpos, segundo os militares israelenses.
Michel tinha 59 anos, nasceu em Niterói (RJ) e morava perto de Gaza havia mais 40 anos.
Em uma publicação em suas redes sociais, uma de suas filhas, Hen Mahlouf, disse estar "de coração partido".
Dia dos ataques
No dia 7 de outubro, Michel estava dirigindo enquanto fazia uma ligação para conversar com familiares, quando o sinal caiu.
"Às 7h06 ele já não atendeu mais o telefone. Até que às 07h23 atenderam o celular dele e começaram a gritar 'Hamas, hamas' e fecharam o telefone. Nós vimos um vídeo onde os terroristas mostraram a carta de motorista do Michel", disse a irmã, Mary Shohat.
O Exército de Israel disse ainda que foram recuperados os corpos dos israelenses Hanan Yablonka e Orion Hernandez.
As famílias das vítimas foram informadas após um procedimento de identificação realizado por médicos do Instituto Forense Nacional de Israel e agentes da polícia israelense.
Quem são as outras vítimas
Oryon Hernandez Radoux, 30 anos, era um cidadão franco-mexicano que havia sido sequestrado no festival de música Nova, ao qual compareceu com sua parceira Shani Louk. O corpo de Louk foi um dos encontrados pelas Forças de Defesa de Israel na semana passada.
Yablonka, 42 anos, pai de dois filhos, também foi retirado do festival de música. Sua família disse à agência de notícias AP em dezembro que ele adorava música. A família de Yablonka não teve notícias dele durante depois de ter sido levado, e também não sabia se ele estava vivo ou morto.
Incursão militar em Gaza
Os ataques terroristas de 7 de outubro, perpetrados pelo Hamas em Israel, deixaram mais de 1.200 mortos. Outras cerca de 250 pessoas foram sequestradas e levadas para a Faixa de Gaza.
De acordo com Israel, cerca de 100 permanecem em poder dos terroristas, e 30 corpos ainda não foram recuperados.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, prometeu aniquilar o Hamas e trazer todos os reféns de volta, mas tem feito pouco progresso em relação aos cidadãos israelenses ainda em poder do grupo terrorista.
A atitude de seu governo em relação aos reféns tem causado atritos internos e uma onda de protestos. Externamente, a campanha militar em Gaza, que já deixou mais de 35 mil palestinos mortos, segundo o Hamas, tem recebido críticas de violações dos direitos humanos, e Netanyahu tem sofrido pressão até de aliados históricos como os EUA.
Na última segunda-feira (20), a Procuradoria do Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia, pediu a prisão de Netanyahu e dos três principais líderes do Hamas. Netanyahu afirmou que o pedido do procurador é "absurdo" e que tem o propósito de atingir o país.
O pedido é o primeiro trâmite internacional contra Netanyahu e aprofunda o isolamento de Israel.
Israel também aguarda nesta sexta uma decisão do Tribunal Internacional de Justiça, em Haia, sobre um pedido urgente da África do Sul para que o órgão ordene a suspensão imediata da incursão militar e os bombardeios no território palestino.