Por quanto tempo ainda vamos tolerar essa palhaçada?

Por quanto tempo ainda vamos tolerar essa palhaçada?
Foto: Divulgação

Monday, 12 August 2024

Está na hora de parar de dar a outra face e começar a bater de volta em uma gente que só pensa ter coragem quando percebe que o oponente é fraco.

À essa altura todos já viram – pelo menos de relance – o espetáculo grotesco que foi a abertura dos Jogos Olímpicos de Paris, realizada no icônico Rio Sena.

Um grupo deviante e completamente fora dos padrões saudáveis de estética criou uma apresentação que fazia referência aos prazeres e subversividades da noite parisiense alegando retratar uma cena que mirou na tolerância e acertou o despeito.

Numa clara referência à 'Última Ceia' de Da Vinci – trazendo drag queens como os apóstolos e um sujeito nu como Dionísio (deus grego do Vinho) – o ato dantesco causou críticas dos mais diversos setores (menos do papa, que não teve hombridade para se pronunciar). Para tornar ainda mais inadmissível tal espetáculo de feiúra, uma informação: havia uma criança presente.

Até mesmo a Autoridade Islâmica – a quem os franceses se curvam de forma servil e passiva – afirmou que o evento foi de extremo desrespeito religioso. A Rússia definiu tal abertura como “enorme fracasso” e alguns atletas da delegação chinesa – que sequer são cristãos – retiraram-se por considerar o acontecimento imperdoavelmente ofensivo.

O fiasco foi tamanho que o vídeo fora retirado do canal oficial das Olimpíadas no YouTube pouco depois.

Intolerância religiosa

Em meio a toda essa polêmica, os envolvidos no circo patético disseram que a inspiração não fora a obra de Da Vinci, mas sim ‘Festa dos Deuses’ de Giovanni Bellini. Vamos confrontar as três imagens e então você decide qual enquadramento e cores te remetem ao que.

Mostrando quão acéfalo é, a criatura de azul – Philippe Katerine – disse que o ato foi inspirado num pedido de paz em meio à guerra, concluindo: “Teria havido guerras se tivéssemos ficado nus?”. Sim. Teria. Talvez a tinta tenha invadido seu cérebro e o inutilizado.

Recebendo duras críticas de entidades religiosas que iam de bispos franceses e o Vaticano até lideranças islâmicas, ortodoxas, judaicas e budistas, a organização da pior edição dos Jogos Olímpicos de todos os tempos decidiu mudar de narrativa: agora eles afirmariam que o evento nada tinha a ver com religião e que sua motivação era completamente 'inclusiva'.

Isso até enganou alguns, até que o surfista brasileiro João Chianca foi obrigado a ocultar o Cristo Redentor de sua prancha. Cristo Redentor que, diga-se de passagem, é muito mais uma homenagem ao Rio de Janeiro do que ao Cristianismo propriamente dito.

Pouco depois a skatista Rayssa Leal – a ‘fadinha’ tão amada por tantas pessoas – foi ameaçada de punição ao fazer um ‘sinal proibido’ durante a competição de Skate Street Feminino. Que sinal era esse? Após ganhar o bronze, ela disse, em Libras: “Jesus é o caminho, a verdade e a vida”.

O lamentável Comitê Olímpico Internacional (COI) – o mesmo que permitiu uma criatura masculinizada massacrar mulheres no Boxe – afirmou que proíbe manifestações religiosas.

Muito bem. Então João e Rayssa precisam guardar sua fé para si. Lutadores que fazem o Sinal da Cruz antes de disputas também. Afinal não pode haver manifestações religiosas nos Jogos Olímpicos, correto? Mas as egípcias Doaa Elgobashy e Marwa Abdelhady – do Vôlei de Praia – jogaram trajando hijab.

Isso depois que o Comitê tentou impedir Sounkamba Sylla de correr também de hijab.

Culpa dos cristãos

Jesus virou piada. Já faz tempo. E ninguém está fazendo absolutamente nada para defendê-lo. Se você é cristão e está lendo isso, saiba de uma coisa: foi por causa do comportamento manso de seus seguidores que ele foi preso, torturado e crucificado. A omissão o está matando... de novo. E seu sangue estará mais em nossas mãos do que nas de Pilatos, dessa fez.

Todas as religiões revidam, menos o Cristianismo. E olhe o que está acontecendo...

Travestis entram em cultos neopentecostais mais moderados fazendo barulho apenas para 'marcar o seu território'. E o que os cristão fazem? Ignoram ou acolhem aqueles que vilipendiam a sua fé, aceitam ser taxados como homofóbicos e não defendem o ponto de que, em sua religião, isso é PECADO. Não é opinião, é doutrina religiosa. Isso é indiscutível. Se não gosta, não siga essa religião. Ponto final. Sua concordância é irrelevante, mas seu respeito deve ser obrigatório... por bem ou por mal.

Uma travesti jamais entraria numa mesquita porque, provavelmente, sairia de lá debaixo de chutes. Menos ainda numa sinagoga, onde quase nenhum não-judeu é bem-vindo. Mas numa igreja cristã ela entra porque será acolhida... e depois debochará de tal fé e a maldirá. Dia após dia aquela figura caricata do pastor paranóico gritando 'cristofobia' soa mais real. Distópicoe triste.

Quer um exemplo? Abra a Twitter e veja militantes LGBTQIA+ chamando cristãos de homofóbicos (mesmo que essa religião tenda a acolhê-los) e, no mesmo Twitter, as mesmas pessoas defendem o Islã (que prega o extermínio de pessoas como eles). Faz sentido? Nenhum.

E não adianta perguntar 'por que eles não fazempiada com muçulmano'. O mundo islâmico ainda está muito longe de nós (e deles). Vamos para algo mais próximo? Pode debochar de Jesus, mas não pode falar mal de Exu ou de um Preto Velho. Essas são minorias superprotegidas. Se pode dizer que Jesus é gay, então suponho que se pudesse dizer que Ogum era uma prostituta biscoiteira de esquina.

Por mais de uma vez foi problematizado usar termos que ofendem as religiões de Matriz Africana... algo que está certíssimo. A fé deles é inviolável e precisa ser respeitada e protegida sob a forma da Lei se necessário. Mas... por que Jesus pode ser achincalhado? PORQUE DEIXAMOS. Permitimos que algumas fés sejam protegidas e outras sejam massacradas. Nossa culpa. Nossa máxima culpa.

Talvez você argumente dizendo “mas Jesus deu a outra face”. Você não é Jesus... e ele morreu por isso. Escolha ter a bravura de Pedro (mas sem negar Cristo). Até porque, o galo está cantando. Acorde enquanto há tempo para ser o apóstolo que se sacrifica ao invés daquele que se vendeu por 30 moedas de prata. Ou por covardia e acomodação.

Cristãos antigos enfrentavam leões pela sua fé. Em outras palavras: está na hora de parar de apanhar e começar a bater. Literalmente. E você? Que tipo de cristão é? Um frouxo submisso acovardado demais à espera de um salvador ou alguém que pretende tornar esse mundo melhor para a sua vinda?


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Ricardo Latorre

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