Governo desiste do absurdo prolongamento da validade dos alimentos
Foto: DivulgaçãoMonday, 27 January 2025
Nos bastidores, governistas afirmam que pressão nas redes foi importante para que governo mudasse de opinião.
O governo abandonou a proposta de estender a validade dos alimentos. A ideia partiu da Associação Brasileira de Supermercados e ganhou força durante uma reunião entre o presidente Lula e seus ministros, realizada no dia 22 de janeiro. Eles discutiam formas de tornar os alimentos mais baratos, sobretudo os da cesta básica.
No encontro, o presidente enfatizou a necessidade de o governo atuar para controlar o custo da comida, devido ao impacto nas despesas básicas dos trabalhadores.
Uma série de parlamentares disse que “Lula prometeu picanha e quis entregar comida fora da validade”. Por outro lado, governistas afirmam que nunca ideia partiu de varejistas e nunca consideraram aceitá-la.
Inflação atual dos alimentos
A inflação anual dos alimentos é de 7,70%, superando outros segmentos econômicos. Foi bem superior ao IPCA de 2024: 4,87%, de acordo com o IBGE.
O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) é o indicador oficial da inflação no Brasil, medindo a variação de preços de bens e serviços consumidos pelas famílias. Calculado mensalmente pelo IBGE, reflete o custo de vida e orienta políticas econômicas.
Diante disso, o ministro da Casa Civil anunciou apoio à proposta de "intervenção no preço dos alimentos" após ouvir a Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS).
Uma das soluções discutidas foi permitir a venda de produtos não perecíveis, como biscoitos e massas, por preços menores mesmo após o vencimento do prazo de validade indicado no rótulo.
Em países como os EUA e Canadá, é comum o uso do termo Best Before (Melhor antes de) em etiquetas, sugerindo uma data até a qual o produto é melhor consumido, sem obrigar o descarte imediato.
Por exemplo: você compra um pacote de biscoitos escrito “melhor até 20 de fevereiro”, o que significa que é o período em que o consumo do alimento é mais adequado. A estratégia indica o período mínimo em que os alimentos mantêm seu sabor e valor nutricional.
Logo após a repercussão, o governo desmentiu a hipótese de que irá permitir a venda de alimentos fora do prazo de vencimento. Em entrevista à CNN, o ministro Rui Costa afirmou:
Críticos falam que proposta apresenta riscos à saúde
Críticos alertam para o período da proposta, uma vez que pode causar riscos à saúde pública. Eles argumentam que o Brasil enfrenta desafios particulares quanto à fiscalização e manutenção de padrões de qualidade, ao contrário de outras nações.
Esta proposta surgiu anteriormente em 2022 e foi recusada devido às críticas. A proposta dos varejistas não incluía alimentos perecíveis.