Na noite de ontem fui à loja de uma grande franquia de chocolates nacionalmente conhecida num famoso supermercado de Blumenau em frente à Furb. Precisava comprar algumas trufas para presentear pessoas de minha estima. Eram 20h e eu – que tenho miopia e astigmatismo – estava sem lentes de contato.

Na hora de escolher, considerando que enxergo tudo muito embaçado (sem corretivos), confundi as trufas, levando acidentalmente algumas de coco. Imediatamente ao sair do local, uma amiga avisou-me da confusão e voltei para solicitar que trocasse. Sete minutos haviam se passado.

No retorno, a atendente disse que não poderia efetuar a troca. Da forma menos atenciosa e mais indolente que pôde, falou que era a política da empresa. Uma política que, apesar de real, já foi alvo de diversas críticas por todos os cantos da internet.

Por entender que a empresa tem um severo controle de qualidade e respeita rigidamente as normas da Vigilância Sanitária, lembrei à atendente que sequer faziam 10 minutos que eu havia comprado e que as embalagens estavam claramente fechadas. Com despreparado e indiferença, ela disse que não poderia efetuar a troca porque resultaria em diferença de valores na hora de fechar o caixa. “Nem se eu pegar algo no mesmo preço?”, perguntei. “Política da empresa”, respondeu sequer olhando na minha cara.

Lembrei a ela do Código de Defesa do Consumidor (CDC), virei as costas e saí. Lá fora, entrei no site da empresa e, por três minutos, estudei as suas políticas. Voltei e salientei que a empresa que a contrata me dá 24 horas para trocar produtos perecíveis e até uma semana para desistir de uma compra. Então ela me disse que eu poderia trocar por algo no mesmo valor: que foi exatamente o que eu havia sugerido e ela declinou (alegando a política da empresa).

O próprio Código de Defesa do Consumidor, em seu artigo 26, estipula o prazo de 30 dias para  solicitação de troca de produtos não duráveis.

A verdade é que a marca não pode usar sua cuidadosa política de qualidade para esconder-se de suas responsabilidades legais, mas – acima de tudo – a loja deve tomar muito cuidado com a capacidade de seus contratados. Uma jovem incompetente e dissimulada, que não se importa em fidelizar a clientela de seu contratante, é justamente um dos motivos pelos quais tantas e tantas empresas viram fragorosas diminuições em sua clientela até o fechamento de suas portas.

Dito isso, se for comprar chocolate, dê preferência a marcas que tenham mais cuidado com seus consumidores (como Happs, Kostbar, Kopenhagen, Herr Blumenau ou Orion). Mas, se você gosta de uma marca específica muito presente em supermercados da região, escolha as lojas dos mercados Cooper, Top, Komprão ou Koch (além dos três shoppings e das lojas de rua). Mas, se ainda assim, você está perto da Furb e precisa: evite o horário da noite... vá de manhã.