Avaliamos o novo Habib's de Blumenau

Avaliamos o novo Habib's de Blumenau
Foto: Rick Latorre

Tuesday, 16 January 2018

Com um padrão de qualidade muito inferior a unidades de outras cidades, o grande erro da empresa ficou justamente por conta de um dos piores atendimentos do setor, na cidade.

Que o fast food é um dos maiores vilões para nutricionistas, não é mais segredo para ninguém. Alguns têm esmero para manter padrões de excelência no atendimento e na produção dos alimentos, outros nem tanto. E quem deve zelar por isso é, geralmente, a própria franqueadora que tem regras internas costumeiramente bastante rígidas.

Nesta segunda (15/01) o BLUMENEWS foi visitar o Habibs’s, que recentemente começou a funcionar na Rua Antônio da Veiga (Victor Konder) próximo à Praça do Estudante.

A rede – uma das maiores do segmento no país – é composta por varias empresas como a Arabian Bread (que fornece as massas), Ice Lips (fornecedora dos sorvetes), Promilat (laticínios), PPM (publicidade), Vector7 (estúdio de arquitetura responsável pelo layout das lojas da franquia), Voxline (call center) e até uma agência de viagens chamada Bib’s Tur.

Desde o ano passado havia a expectativa de que a gigante do ramo das esfihas viesse á Blumenau e após algum atraso, no trocar das folhas do calendário em 2017, a unidade finalmente foi inaugurada na cidade.

Quando falamos de gigantes da gastronomia – como Mcdonalds, Burguer King, Bobs. KFC, Outback, Giraffas, Casa do Pão de Queijo, Pizza Hut, Tim Hortons, China in Box, Domino’s, Starbucks, Dunkin’ Donuts, Taco Bell, Subway, Chipotle, Panera Bread, Costa Coffee e Wendy’s – a expectativa para o lanchinho saboroso fica alta. Assim era, obviamente, também com o Habib’s.

A loja é, sem sombra de dúvidas, muito bonita. Os móveis são confortáveis e o som ambiente é apropriado à proposta do local. Muito bem iluminado e com um cardápio bastante eclético, o local conta com funcionários impecavelmente bem vestidos. E é por aí que param os elogios.

O atendimento a todas as mesas que analisamos nos mais de 60 minutos que ficamos lá foi absolutamente precário. O essencial do fast food – que é pedir a comida no balcão – foi substituído por garçons extremamente mal preparados que preferem fingir não ver os clientes a terminar uma inconveniente conversa em pleno expediente.

Em nosso teste fomos atendidos por nada menos do que três garçons confusos que, sem a menor preparação, pediam ajuda a outro e saiam à francesa. Um deles, inclusive, usando termos pouquíssimo profissionais como “queridão” e “chefia”. Algo que está longe dos padrões da franquia. Como se não bastasse, o equipamento eletrônico que usam para anotar os pedidos atrapalhava ao invés de ajudar: a tecnologia criada para agilizar tudo estava fora do ar ou então muito lenta, ao ponto de o último garçom (esse sim profissional) se desculpar duas vezes.

O nível da falta de preparo foi tamanho que eles não sabiam nem informar se a senha da wifi deveria ser usada na rede ‘Habibs’s’ ou ‘Salão’. Realmente uma vergonha para a marca.

Em relação à comida a decepção conseguiu ser ainda maior. Chamar de lamentável seria um elogio. A massa usada para fazer as esfihas eram basicamente a mesma usada para fazer pizza (tanto que o local serve pizzas por preços, aliás, pouquíssimo convidativos). E... sim... há diferença entre as duas massas: a de esfiha recebe mais açúcar e deve ser mais macia. O recheio sequer merece comentário. Digno de uma lanchonete de rodoviária. Só os churros se salvavam, apesar de que a única diferença entre eles e qualquer outro de uma barraquinha é o fato de serem bem menores e, consequentemente, mais baratos.

Na hora de pagar, outra epopéia. Três caixas, mas apenas um funcionando. Um deles estava sem sistema e sua operadora, ao invés de demonstrar qualquer empatia que fosse com os clientes, ficava atrapalhando a colega que trabalhava contando desimportantes histórias sobre manicure. No outro caixa um rapaz com o uniforme diferente sequer levantava os olhos para dizer: “só os outros dois caixas atendem... eu faço outra coisa”. Naquela ocasião ‘outra coisa’ estava parecendo ‘nada’.

Pelo menos, quando você estiver passando pela rua e vir fila no local já sabe que é mais pela incompetência até na hora de cobrar do que pela procura. Havia várias referências à cultura do Oriente Médio, como gênios da lâmpada. E, se tivesse encontrado um naquele momento, teria gasto um dos desejos pedindo que o local fosse de um nível suportavelmente melhor.

Claro que não vamos dizer “não vá ao Habib’s”. Conhecer é legal. Só tome um calmante antes e tome o cuidado de se dirigir ao local com as expectativas bem baixas.

Agora... se você gosta de boa comida (mas prefere fast food à alta gastronomia) e estiver com vontade de comer aquele hambúrguer: atravesse a rua e vá ao Madrugadão. Vai valer bem mais a pena. Com vontade de pizza? Tem uma Domino’s ali pertinho. Um sanduíche mais natural? Um Subway logo ao lado. Um milkshake? Conhece a Tropical Ice? Sinceramente, a Antônio da Veiga está cheia de boas opções: da Cupcakes in Box à Dona Hilda ou a Água Doce Cachaçaria. Até o Giassi e o Angeloni são pedidas melhores. Se não tiverem esfiha, pelo menos terão um atendimento profissional.

Porém se o seu desejo for MESMO uma esfiha então é só dar um pulinho na Esfiha Sheik, no Edu Corbani ou passe num posto de gasolina, abasteça e escolha entre Florianópolis ou Curitiba. Certamente vai valer mais a pena e, dependendo da sua vontade, compensará o investimento.

Mas não deixe de visitar o Habib’s. Pelo menos para conhecer antes que feche. A Pizza Hut era melhor, ficava num shopping e fechou.


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Ricardo Latorre

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