2017 é o segundo mais quente da história, anuncia NASA.

2017 é o segundo mais quente da história, anuncia NASA.
Foto: Bence Mate

Monday, 22 January 2018

O fenômeno da neve no Saara, por outro lado, pode ter sido apenas um fenômeno isolado relacionado a variáveis externas, como aumento da umidade do ar.

Especialistas em clima da NASA e da Agência Americana para Oceanos e Atmosfera (NOAA) anunciaram nesta quinta-feira, 18 de janeiro, que o ano de 2017 foi um dos anos mais quentes da história (o segundo mais quente pela NASA e terceiro mais quente segunda a NOAA), mesmo sem os efeitos do fenômeno El Niño.

O anúncio, feito durante uma coletiva de imprensa em Nova York, reforça a tendência já comprovada de que o planeta está sentindo os efeitos das mudanças do clima e é necessário agir urgentemente para que os resultados não sejam ainda piores e irreversíveis.

De 2014 a 2016, o mundo bateu três vezes o título de ano mais quente da história. Para Chris Weber, líder de Ciência de Clima e Energia da rede WWF, o fato de 2017 ter chegado tão perto, mesmo sem a contribuição do El Niño, ressalta a urgência e a gravidade no combate ao aquecimento global e às mudanças do clima.

"O ano passado pode cair na história como o ano em que os impactos das mudanças climáticas finalmente se tornaram inegáveis. Talvez este ano seja aquele em que nossa resposta finalmente se torne igual ao desafio", comenta Weber.

Para ele, os dados recém-divulgados também devem ajudar a reforçar a determinação dos negociadores do clima de exigir uma maior ambição nas próximas fases do Acordo de Paris, como o Diálogo Talanoa, o balanço do estoque de carbono e a revisão dos compromissos nacionais para redução de emissões.

De acordo com o coordenador do Programa Mudanças Climáticas e Energia do WWF-Brasil, André Nahur, os dados são alarmantes e essenciais para termos consciência do que nossas ações estão provocando e o que podemos fazer para mudar esse quadro. Para ele, ainda é tempo de controlar um efeito ainda maior e irreversível, desde que as medidas sejam imediatas.

“Hoje, temos uma janela de oportunidade em que ainda é possível cumprirmos o Acordo de Paris. Mas, para isso, é necessário respondermos de forma urgente, com investimento em energias renováveis, incentivo a opções mais sustentáveis de mobilidade, maior controle do desmatamento, práticas agrícolas de baixo carbono, entre outros”, comentou.

Nahur conclui ressaltando que o aumento da temperatura tem acontecido de maneira cada vez mais rápida, aumentando o desafio de cumprir o Acordo de Paris, que tem como meta manter o aumento médio da temperatura global em 2ºC, com esforços para que não ultrapasse o 1,5º a mais em relação aos níveis pré-Industriais até o final do século. "Se não agirmos imediatamente, teremos muito mais do que 3ºC de aquecimento até 2100”.


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Redação

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