O mundo vai acabar hoje? Obviamente não.

O mundo vai acabar hoje? Obviamente não.
Foto: Divulgação

Thursday, 16 February 2017

Entenda porque uma teoria exagerada de um cientista que talvez nem exista sobre um meteoro que passará a 51 milhões de quilômetros da Terra está alarmando tanta gente.

Um aerólito denominado 2016 WF9 está se aproximando da Terra e tem sido observado pela Agência Espacial Norte-Americana (NASA) desde meados de janeiro.

Na primeira semana do ano os cientistas concluíram que o asteróide passaria longe da Terra enquanto um suposto astrônomo russo de nome Dyomin Damir Zakharovich insistia que o corpo celeste se chocaria contra o nosso planeta em 16 de fevereiro: hoje.

As redes sociais, obviamente, começaram a fervilhar com teorias, piadas, memes e todo o tipo de referência a essa nova ‘ameaça à vida humana na Terra’. O problema é que muitas pessoas estão, de fato, levando o ‘problema’ a sério e se preocupando verdadeiramente com isso.

Em nota, a Sociedade Astronômica Brasileira (SAB) já desmentiu as teorias estapafúrdias, citando: “não há fundamento científico para a notícia sobre o fim do mundo em 16 de fevereiro devido à colisão do asteróide 2016 WF9 com a Terra".

Descoberto em novembro do ano passado, esse aerólito (que pode até ser um cometa escuro ou sem cauda) tem entre 500 metros e 1 quilômetro de diâmetro e, de acordo com os cientistas, passará a 51 milhões de quilômetros do nosso planetinha azul em 25 de fevereiro. Essa distância, aliás, corresponde a um terço da distância entre a Terra e o Sol.

O hoax (notícia falsa) surgiu no mês passado, quando o tablóide inglês Daily Mail entrevistou um suposto astrônomo russo (Zakharovich) que não tem registro em nenhuma sociedade ou faculdade astronômica. Ele teria dito ao jornal que o asteróide provocaria tsunamis e poderia extinguir a vida na Terra.

Centenas de corpos celestes passam próximos à Terra e alguns, de fato, colidem, mas perdem a maior parte de sua massa na atmosfera geralmente explodindo na reentrada. A maioria cai no mar e há pouquíssimos relatos de danos reais à vida no planeta desde a extinção dos dinossauros.

Para se ter uma idéia da desimportância de todo esse alarmismo, cerca de 10 meteoros passaram mais próximos da Terra do que o 2016 WF9 só na semana passada. E ainda estamos aqui.

A previsão dos astrônomos é de que, pelo menos, 65 asteróides se aproximem de nós em 2017, sendo que o mais próximo deverá passar a 38,4 mil quilômetros de distância do planeta em 12 de outubro, sem representar nenhum risco. Apenas ele e mais outro passarão mais perto de nós do que a lua e, mesmo assim, sem nenhuma interferência.

Então siga sua vida e bom dia de trabalho, porque não é hoje que o mundo vai acabar.


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Ricardo Latorre

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