Candidato pinta o rosto para ser aprovado por cotas em concurso do INSS
Foto: DivulgaçãoMonday, 10 June 2019
A investigação começou no dia 11 de outubro do ano passado e ele foi dispensado no final do mês passado. A prática de 'black face' é considerada etnicamente muito ofensiva,
Um homem branco de olhos claros foi aprovado como cotista negro para um concurso público do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), em Minas Gerais. Porém, depois de uma denúncia anônima, ele foi eliminado da seleção de um processo administrativo pelo superintendente do INSS no Sudeste.
A fim de ser aprovado do concurso através das cotas, o candidato enviou uma foto em que tinha se pintado e usado lentes pretas para mascarar o tom dos olhos.
Depois de ser notificado pelo órgão ter sido solicitado para que enviasse novas fotos, ele escreveu um e-mail direcionado à Divisão de Desenvolvimento de Carreiras do INSS, afirmando que na certidão de nascimento dele constava a cor “parda”.
Ele disse também ter documentos que comprovariam a participação dele em outros processos seletivos por meio de cotas, em que teria sido “aprovado e homologado”.
Como argumento, o candidato declarou que as imagens da denúncia foram “clareadas de forma a alterar o seu tom de pele” e os “eventuais olhos azuis” são lentes que utiliza “eventualmente para fins estéticos”. “A autoria da denúncia é da segunda colocada e ainda tem interesse na nomeação. "Já passei por um procedimento de investigação sobre isso”, escreveu.
O Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e de Promoção de Eventos (Cebraspe), banca avaliadora do concurso e que é responsável pela análise das cotas, pediu ao INSS que o rapaz enviasse novas fotos, para que a imagem fosse anexada à inscrição. Entretanto, as outras imagens enviados também não eram reais.
De acordo com a denúncia, ele teria usado lentes de contato nos registros recentes. O Cebraspe pediu que o candidato fosse mais uma vez ao INSS para tirar outras fotos sem lentes, mas ele teria negado o uso de lentes e alegou que não poderia atender o pedido “por estar afastado”.
A investigação começou no dia 11 de outubro do ano passado e foi concluída em maio deste ano com a dispensa publicada no último dia 30.