Eu tive a honra de conhecer e conversar com Dieter Hering.

Homem amabilíssimo e de uma cultura ímpar, era uma daquelas raras pessoas com as quais se passa horas conversando sem perceber e quando vemos o tempo já transcorreu, como nos relógios que se liquefaziam na imortal tela de Salvador Dali.

Empresário e um entusiasta da Cultura em seus mais altos níveis, Dieter era Conselheiro de Honra da Sociedade Dramático Musical Carlos Gomes, de onde já foi presidente, e colecionava feito de relevância para a cultura blumenauense em seu mais profundo cerne.

Lembro de quando o conheci, nos idos de 2004, quando fomos apresentados pela minha querida amiga Bárbara Lebrecht. Era para ter sido apenas uns minutos de conversa informal para nos conhecermos, mas se transformou em um longo e agradável debate sobre sinfonias que nos fez não perceber que o sol já havia ido embora fazia algumas horas.

Não tive o prazer de desfrutar sua companhia agradável muitas vezes, mas certamente sinto a ausência que seu carisma e conhecimento fazem nas vidas daqueles a quem conheceu.

Levando consigo o forte sobrenome de uma das mais honoráveis famílias da cidade, Dieter fez amigos onde quer que estivesse, ensinou pequenas ou grandes lições em várias de suas conversas e ajudou nossa cidade a ser estar um pouco mais próxima do sonho que temos para ela.

À família e amigos próximos – em especial à admirável empresária e protetora ferrenha das causas animais, Bárbara Lebrecht – ficam nossas profundas condolências e a esperança de que esse texto póstumo, praticamente uma elegia, demonstre pelo menos um pouco do respeito que todos que o conheceram têm por esse homem de qualidades superlativas.

A prefeitura decretou em sua honra luto oficial de três dias.

Que em sua pós-vida, no reencontro com o Grande Arquiteto do Universo, Dieter possa flutuar sobre as sinfonias que tanto amava enquanto espera para reencontrar aqueles que ama.

Requiescat in pace