MP investiga irregularidades com o contrato da Blumob

MP investiga irregularidades com o contrato da Blumob
Foto: Fabrício Theophilo

Monday, 02 March 2020

Pode ser o início de uma operação como houve a nove anos. Algo que pode começar em Blumenau e terminar em... digamos... Santa Helena, 1821.

Lembra quando o ex-prefeito Napoleão Bernardes roubou o Natal? Foi o triste final de 2015, quando por conta da incompetência e má vontade da prefeitura e do finado Consórcio Siga os ônibus pararam de circular na semana de Natal. Na época parecia mais uma estupidez ‘napoleônica’ ou o ex-prefeito Popô fazendo cosplay de Grinch.

Contudo, ele rompeu o contrato com o Siga – após uma medonha e suspeita intervenção do Seterb na empresa – e trouxe a Piracicabana, empresa cujo dono foi arrolado na Lava-Jato (assim como Popô e Dalírio Beber, ex-senador, também chegaram a ter seus nomes citados).

A prefeitura prometia que a empresa seria muito melhor que a anterior, mas ela já chegou com ônibus velhos e quebrados. Alguns diziam que meses antes da quebra unilateral de contrato com o Siga eles (hoje Blumob) já estavam trazendo ônibus para cá. Até outdoor com propaganda da empresa a administração de Napoleão pagou. E pagou com o seu dinheiro. Um luxo que nenhuma outra empresa da cidade jamais teve (ou deveria ter).

Sem que ninguém soubesse, o Ministério Público de Santa Catarina estava investigando o caso de possíveis irregularidades no contrato de licitação entre prefeitura e empresa. Napoleão chegou a ser ouvido, bem como o finado ex-presidente do Seterb Carlos Lange (não é porque faleceu que deixa de ter sido o mais incompetente nome à frente da empresa).

Contudo, o depoimento de ambos não esclareceu muita coisa e em 13 de fevereiro a promotora Cristina Nakos transformou o procedimento preparatório e um inquérito civil. Uma das metas é descobrir se realmente houve direcionamento com o objetivo de favorecer a Blumob e apurar todas as exigências contratuais nunca cumpridas ou fiscalizadas.

Entre elas estão a compra de 142 ônibus, a pintura deles, a implementação de acessibilidade e os questionáveis aditivos no contrato com tal empresa (042/2017).

A prefeitura, hoje gerida por Mário Hildebrandt, afirma estar dentro da lei, se dispõe a colaborar irrestritamente com o Ministério Público e providenciar todos os documentos necessários. A Blumob, como sempre, não se pronuncia (assim como não se pronunciou durante as paralizações). Personificando a frase “fazer-se de morto para almoçar os defuntos”.

O inquérito tem o prazo de um ano para ser finalizado.

E se isso estiver tão errado quando é suspeito – ou afirma-se que está – então podemos estar vendo o início de uma grande operação do MP como não víamos desde 2011. Alguém aí disse... Waterloo?


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Ricardo Latorre

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