Câmara aprova proibição dos radares móveis por unanimidade

Câmara aprova proibição dos radares móveis por unanimidade
Foto: Divulgação

Friday, 05 February 2021

Agora o projeto vai para o Executivo, onde aguarda pela sanção do prefeito.

A Câmara de Vereadores aprovou ontem (04/02), por unanimidade, a proibição da utilização de radares móveis pela Guarda Municipal de Trânsito para multar motoristas.

O projeto é do vereador Jovino Cardoso (Solidariedade), que vem há anos lutando contra aquilo que chama de indústria da multa. Sua luta é endossada pela maioria das pessoas, que repudiam o uso do dito ‘secador de cabelos’. De acordo com especialistas na área de trânsito deveria, inclusive, haver maior transparência no destino das multas.

Falta agora a sanção do prefeito Mário Hildebrandt (Podemos), que dá indícios de ser favorável ao projeto, uma vez que o contrato com a empresa que fornecia os equipamentos está suspenso desde julho do ano passado. Isso já dá alguma pista da decisão do prefeito.

Infelizmente ainda há órgãos de comunicação defendendo a prática. Mesmos órgãos que, em 2012, eram flagrados frequentemente pela Polícia Militar estacionados em locais proibidos para não perder pautas. Foi uma época engraçada, inclusive. Um jornal tentou prejudicar a PM pedindo que se fotografassem viaturas estacionadas de forma irregular (o que tem amparo legal, uma vez que atendem emergências) e os policiais contra-atacaram. Foram dezenas de fotos de carros de jornal parados nos locais mais insólitos. E isso dá multa.

Por isso soa dantesco quando alguém que já cometeu deliberadamente tantas irregularidades falseia moralismo dizendo que as vidas são importantes e criticando os acidentes.

Carros com a velocidade acima da média podem causar acidentes? “Não brinca”! Acidentes de trânsito podem matar pessoas? “Não pode ser”!  Esse é o discurso fácil, prático e barato. O discurso lógico que faz a crítica sem apontar a solução. Afinal, acidentes matam.

Matam, mutilam, arruínam vidas e famílias. Mas um guarda de cócoras atrás de uma placa, escondido com um guaxinim, não vai evitar um acidente. Uma lombada eletrônica poderia evitar. Uma mera placa teria mais efetividade. Um guarda escondido, não. Ele serve apenas para angariar fundos e maus motoristas que não vão aprender a dirigir com mais cautela por causa deles.

Aliás, a maioria nem vê quando é multada.

Quem colocar lombadas eletrônicas? Ótimo. Ou, de repente, faixas elevadas? Perfeito. Mas é de uma demagogia repugnante dizer que uma máquina de multar covardemente escondida evita algo ou previne o que quer que seja. Ela é apenas uma maquininha ‘Cielo’ de multas.

É preciso pensar na eficácia das coisas. Por isso o projeto é popular, sendo ou não constitucional. Pela mesma razão que todos – sem exceções – devemos estacionar nas vagas certas.


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Ricardo Latorre

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