Nesta sexta (12/03) Blumenau recebeu uma remessa de 700 doses de vacina contra o coronavírus. Em cerca de 30 minutos todas as doses já haviam sido reservadas. Pelas redes sociais muita gente tem reclamado sobre não conseguir vacinar parentes idosos (dessa vez foi de 75 a 79 anos), mas a situação é ainda mais complicada.

Com falta de insumos para produzir a vacina, a escassez tem sido global. E não irá melhorar: quanto menor a faixa etária para se vacinar, maior será a procura. Se a produção de imunizantes continuar nesse ritmo, os mais jovens levarão um tempo enorme para se imunizar.

Em parte a culpa é, sim, do Governo Federal que demorou muito para fechar negócio com os laboratórios. Em parte é do governo do Estado que tem uma presença quase insignificante no cenário político nacional. Mas o problema não está apenas com eles.

A responsabilidade da prefeitura

Com uma busca enorme, o Executivo Municipal liberou três formas de se cadastrar: o Pronto Mobile (cujo sistema de login praticamente não funciona), o Alô Saúde (número de telefone que recorrentemente não atende as chamadas) e o site da prefeitura (que dá picos de acesso e acaba saindo do ar vez ou outra). Três formas falhas e que dependem demais da tecnologia, inviabilizando o cadastro para idosos que não têm parentes mais jovens.

O cadastro pelo site poderia ser o mais efetivo. Poderia. Mas não é. Quando há, supondo, 500 vacinas disponíveis e você é o 501º a tentar o cadastro, apenas abre uma página com a frase: “As vagas já foram todas preenchidas. Mas não se preocupe, novas vagas serão disponibilizadas nos próximos dias”. É ineficaz e impraticável.

Quantas pessoas vão conseguir ficar atualizando o site a cada instante para saber se abriram novas vagas? O que era para ser esperança se tornou uma roleta: se você der sorte de acessar o link pouco depois de as doses serem liberadas, vai conseguir. Mas precisa de sorte.

Sugestão

Ao invés desse modelo ineficaz, a prefeitura poderia disponibilizar no site uma ficha cadastral onde, independente de ter ou não doses à disposição, o interessado possa deixar seus dados.

Dessa forma, voltando a supor que existam 500 doses, quem chegou depois fica em uma fila de espera, como já acontece com outros setores do Executivo. Dessa forma, o 501º seria o primeiro da próxima remessa e assim por diante. Seria um meio eficiente e garantido de assegurar ao contribuinte que há transparência e que todos serão vacinados.

Certamente a prefeitura irá rever o sistema, afinal é tudo muito novo para o mundo inteiro.