Todos sabem o grau de abandono e decadência da nossa rodoviária. Pouco organizada, pouco limpa e pouco segura, o terminal tornou-se um lugar que muitas pessoas evitam. Faz anos que se fala sobre a privatização ou a concessão do local, mas nunca saiu do papel. Talvez agora saia.

Uma grande empresa nacional – a Sinart (Sociedade Nacional de Apoio Rodoviário e Turístico) – mostrou interesse em gerenciar aquilo que o município não está conseguindo. O grupo é responsável pela gestão de 40 rodoviárias e dois aeroportos, além de estar presente nos ramos hoteleiro, de telecomunicações e estacionamentos privados em nove estados.

Amanhã, durante a programação de aniversário da cidade, representantes da companhia formalizarão o interesse junto à prefeitura com uma PMI (Procedimento de Manifestação de Interesse) onde devem constar o projeto arquitetônico de restauração, o modelo de receita econômica (que são as formas como a empresa pretende lucrar com o empreendimento) e demais elementos que representarão o conjunto da proposta.

Com o documento entregue, a Sinart terá 80 dias para elaborar um estudo e apresentá-lo à prefeitura. O Executivo, por sua vez, avaliará se concorda com os dados, podendo sugerir alterações e até declinar do projeto. Caso seja aprovado, é aberta uma licitação para definir quem ficará com a rodoviária. Também serão encaminhados os documentos para apreciação do Tribunal de Contas do Estado (TCE).

A Sinart, como elaboradora do projeto, estará automaticamente entre os interessados, mas pode haver concorrência. No caso de um dos competidores vencer, ele deverá ressarcir a Sinart pelos gastos com o estudo e projeto da PMI.

Depois de muitos anos – mais de uma década – é a primeira vez que, de fato, a Terminal Rodoviário Intermunicipal de Blumenau pode ver uma luz no final desse longo e escuro túnel.