Anvisa recomenda restringir voos de 6 países africanos por nova variante

Anvisa recomenda restringir voos de 6 países africanos por nova variante
Foto: Reprodução

Friday, 26 November 2021

Barra Torres afirmou que nenhuma medida restritiva contra o coronavírus é totalmente eficaz, mas o governo brasileiro deve fazer tudo o que estiver ao seu alcance para impedir a entrada de nova variante B.1.1.529.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou nota técnica nesta sexta-feira (26) recomendando que o governo brasileiro adote medidas de restrições para voos e viajantes vindos de parte da África, em decorrência da identificação de nova variante do SARS-CoV-2, identificada como B.1.1.529.

Os países identificados na nota técnica alvo das medidas são, especificamente, África do Sul, Botsuana, Eswatini, Lesoto, Namíbia e Zimbábue.

"É uma variante que possui características mais agressivas e que, obviamente, requer das autoridades sanitárias mundiais medidas imediatas. É exatamente o que fizemos há poucos minutos. Já enviamos nossas notas técnicas para os ministérios da Casa Civil, Saúde, Infraestrutura e Justiça no sentido que voos vindos desses países, são países localizados no sul do continente africano, sejam temporariamente bloqueados, não venham para o Brasil", explicou o diretor Antonio Barra Torres à GloboNews.

Barra Torres afirmou que nenhuma medida restritiva contra o coronavírus é totalmente eficaz, mas o governo brasileiro deve adotar medidas neste momento para que o Brasil não viva novas ondas de coronavírus.

"A prevenção deve ser feita agora. Quando se perde o tempo de prevenção, entramos no tratamento. Tratamento é aquilo que já vimos: são UTIs lotadas, famílias sendo ceifadas. Não há sentido em aguardar esse tipo de coisa. É claro que, se surgirem informações outras que nos levem a rever esse assessoramento, faremos", afirmou Barra Torres.

Na quinta-feira (26), a Anvisa fez outra recomendação sobre fronteiras: a agencia pede que o governo exija o certificado de vacinação de todos os que entrarem no Brasil. A decisão depende de portaria interministerial, mas André torres, ministro da Justiça, disse ser contra.

Sobre o pedido em relação às medidas de restrições aos seis países africanos citados na nota técnica desta sexta, o governo federal ainda não divulgou posicionamento.

Rodrigo Cruz, secretário-executivo do Ministério da Saúde, disse que os ministérios estão discutindo o assunto e que a pasta ainda não tem uma posição finalizada sobre o tema.

"Por conta de um decreto, essa posição é tomada por um colegiado de ministros. Ministro da Saúde, ministro da Justiça, ministro da Infraestrutura e ministro da Casa Civil, sempre ouvindo Anvisa. Ouve-se a Anvisa e essa decisão é tomada. Está sendo discutido internamente e não há um posicionamento fechado. Assim que tivermos, ele será breve, será comunicado a todos os senhores”, disse Cruz.

O que se sabe sobre a B.1.1.529

A variante B.1.1.529, identidifaca pela primeira vez na África do Sul, preocupa países da Europa, EUA, Ásia, além do Brasil, uma vez que já tem 50 mutações — algo nunca visto antes —, sendo mais de 30 na proteína "spike" (a "chave" que o vírus usa para entrar nas células e que é o alvo da maioria das vacinas contra a Covid-19).

Os cientistas ainda não têm certeza da eficácia das vacinas contra a Covid-19 existentes contra a nova variante.

O virologista Tulio de Oliveira, diretor do Centro para Resposta Epidêmica e Inovação na África do Sul, que anunciou a descoberta da nova variante na quinta-feira (25), afirmou na ocasião que a B.1.1.529 carrega uma "constelação incomum de mutações" e é "muito diferente" de outros tipos que já circularam.

Restrições no mundo

No começo do mês, mais de 30 mil visitantes foram confinados na Disneylândia de Xangai após um caso de Covid-19 ser registrado no parque de diversões (veja no vídeo abaixo). A multidão só foi liberada após todas as pessoas serem testadas.

Ao menos 4 países já anunciaram restrições a voos de nações africanas devido à B.1.1.529 até o momento. Outras nações, como Singapura e Japão, também anunciaram que vão adotar medidas.


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Redação

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