Maconheiros alienados enfrentam uma lei fraca esse domingo

Maconheiros alienados enfrentam uma lei fraca esse domingo
Foto: Divulgação

Sunday, 03 March 2024

O prefeito tentou proibir, mas alguns jovens saíram às ruas na Marcha da Maconha. Constrangedor para ambos os lados.

Na sexta-feira (01/03) o prefeito Mário Hildebrandt sancionou uma lei que proíbe o uso de drogas ilícitas em espaços públicos da cidade, bem como a apologia ao seu uso. Quem for flagrado desrespeitando a nova lei terá que pagar R$ 700 de multa, sendo dobrada se o delito ocorrer em locais estudantis, esportivos, beneficentes, hospitalares ou ônibus. No caso de reincidência a multa também pode dobrar.

Quem não pagar entra na Dívida Ativa.

Caso o usuário se voluntarie a um tratamento para dependentes químicos a multa pode ser abonada e o processo suspenso até que um médico lhe dê alta, sendo enfim extinto. Fica a cargo da Polícia Militar – e da Polícia Civil – a fiscalização.

O governo Mário – que começou promissor e acabou tornando-se, na melhor das hipóteses, decepcionante – tem sido fraco e teve pouquíssimos acertos desde o ano passado. No entanto, essa lei é uma iniciativa compreensível. Assim como ninguém deveria ter que tolerar ser fumante passivo do vício dos outros, a mesma coisa deveria se valer aos ‘maconheiros’.

De um tempo para cá se tornou comum ver pessoas caminhando pelas ruas carregando 'baseados' nas mãos e ignorando a Lei Nº 11.343/2006. É o país da corrupção, certo?

Com isso, a Marcha da Maconha – que deveria ocorrer domingo (03/03) – se inviabilizaria.

O PSOL – uma agremiação politicamente esquizofrênica e mais barulhenta do que eficaz – entrou na Justiça pedindo (em caráter liminar) o reconhecimento do direito de promover a manifestação sem a ocorrência de multas ou prisões.

Um grupo com algumas dezenas de jovens realizou a Marcha, confrontando a nova lei. As faixas – como de costume – traziam frases vazias e pouco criativas. Entre suas críticas, afirmavam que Blumenau é uma cidade ‘nazista’. Bem... o presidente da República a quem apóiam está muito mais perto do Nazismo (com suas afirmações desastrosas sobre a crise em Israel) do que uma cidadezinha de ascendência germânica num interior do sul do Brasil.

Esses jovens devem esquecer que uma das razões pelas quais o importante evento ‘Vamu Siuní’ terminou foi JUSTAMENTE a sua marcha. Na época, inclusive, houve cisão entre alguns dos envolvidos nas organizações. Ainda assim, a marcha aconteceu, a maioria da população não gostou e as autoridades inventaram desculpas cretinas para fechar a Prainha (em parte por conta das inúmeras reclamações de moradores da Ponta Aguda sobre o número de drogados no local). Prainha que segue fechada até hoje e sem confiáveis previsões de reabertura.

Sim. Uma marcha inútil feita por gente oportunista com o intuito de gerar capital eleitoral junto a jovens frágeis e alienados conseguiu ter importante papel no fim de um excelente evento cultural gratuito e ser usada como um dos motivos para interditar um espaço público por quase uma década. Não é uma acusação direta, claro, mas um comportamento político comum, infelizmente.

Claro que a Lei criada foi atabalhoada e é vergonhosamente redundante, mas serve como um apoio (quase moral) para que a polícia sinta segurança de fazer o seu trabalho.

E não se engane: não é sobre o uso medicinal da Cannabis que esse tipo de evento se refere. Não. É sobre pessoas mal intencionadas com possíveis intuitos político-eleitorais usando os impulsos imaturos e hedonistas de uma juventude desamparada para buscar realizar seus desejos pessoais (e, muitas vezes, mesquinhos). E pouco importa se esse jovem ‘maconheiro’, daqui a cinco anos, perceba o papel tosco que cumpriu se gabando em via pública de sua fraqueza moral. Afinal, o apoio e o voto ele já deu. E não pode tomar de volta.

Há uma informação – controversa e bastante discutida – dizendo que a maconha destrói os neurônios e ‘emburrece’. Aparentemente, essa gente que usa esses usuários como massa de manobra parece concordar, já que boa parte do seu discurso é intelectualmente insultante e não raramente seus posicionamentos são baseados em hipocrisia demagógica.


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Ricardo Latorre

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