Greve dos ônibus expõe hipocrisia e egoísmo

Greve dos ônibus expõe hipocrisia e egoísmo
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Wednesday, 13 March 2024

Preocupados apenas com seus próprios interesses mesquinhos, sindicalistas usam cidadãos como massa de manobra, prejudicam a cidade e ameaçam piorar. De novo.

Blumenau amanheceu sem ônibus nessa terça (12/03). Está entre as principais reivindicações do Sindicato dos Empregados do Transporte Coletivo Urbano (Sindetranscol) o aumento de segurança dos trabalhadores do transporte coletivo público municipal blumenauense.

Os líderes sindicais ameaçam a Prefeitura, afirmando que poderão entrar em estado de greve por tempo indeterminado caso suas exigências não sejam cumpridas.  Soa quase mafioso.

Com as 76 linhas do serviço paralisadas e os cerca de 78 mil usuários do serviço ficaram desamparados, precisando recorrer a aplicativos cujos valores sobem devido à demanda.

A Prefeitura liberou o trânsito de carros em alguns corredores de ônibus para tentar mitigar os danos causados pelos cerca de 950 grevistas. Mesmo assim, pouco resultado obteve.

O Sindetranscol é um dos mais ativos sindicatos de Blumenau e frequentemente causa grandes problemas para os cidadãos com suas ações egoístas e ilegais. Egoístas porque – no afã de dizer proteger os trabalhadores – prejudica milhares de outros trabalhadores. Ilegais porque desrespeita a legislação que os instrui a comunicar previamente sobre paralisações. Punindo, como sempre, o lado mais vulnerável por seus interesses pessoais.

Sindicato esse que pede empatia à população a qual prejudica quando surgem conversas políticas sobre extinguir cargos como os de cobrador. Hipocrisia e mesquinharia.

O prefeito, em seu Instagram, não é totalmente sincero quando afirma que os terminais estão seguros e que a violência é pontual, mas está certo ao concluir que a greve tem muito mais finalidades político-eleitorais do que práticas (lembrando que estamos em ano de eleições).

Todos lembram quando, na época do Consórcio Siga, havia enormes greves por conta de atrasos no pagamento. Naquela época o motivo era justo. Até mesmo a atual reivindicação sobre segurança é justa e de interesse público. Mas não as demais. Não faz muito tempo chegaram a fazer uma paralisação para proteger o emprego de um dirigente sindical. Absurdo.

Sejamos honestos: se a vinda da Blumob foi ruim para o usuário, foi bastante benéfica para os funcionários. Os salários passaram a ser pagos criteriosamente em dia e seus valores não são baixos. Enquanto os passageiros perderam linhas e horários, motoristas e cobradores ganharam a estabilidade que tanto queriam. Mas constantemente pedem mais. Sempre mais.

Enquanto sindicalistas brincam de paralisar a cidade em ano eleitoral, trabalhares se atrasam, estudantes perdem provas, idosos sentem-se perdidos, mães com crianças pequenas passam sufoco e pessoas doentes podem piorar sua condição. Tudo porque o Sindetranscol só se importa com o Sindetranscol. E que se dane o usuário (desde que não precise de seu apoio).

E se acha que estamos exagerando, vamos reavivar a sua memória: durante os ataques terroristas do PGC onde ônibus eram incendiados, o sindicato orientava seus motoristas a não subirem em locais perigosos à noite. Sendo assim, os passageiros eram deixados à pé e sob a própria sorte para subir comunidades violentas no escuro. E se morressem? Os sindicalistas não se importariam. Na época, perguntei a uma das representantes sindicais e ela respondeu: “a vida dos trabalhadores é nossa prioridade”. Quais trabalhadores? Os que você representa? Ou os que você abandonou? Ela deu as costas e não quis responder mais nada.

Então, quando estiver esperando seu ônibus atrasado pela greve ou precisar pagar caro por um aplicativo, apenas se lembre que muitas dessas pessoas irão pedir votos para você. Ou apoiar candidatos. Dê a elas o mesmo apoio que te deram: um sonoro “NÃO”.


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Ricardo Latorre

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