Escândalo milionário nas merendas de Blumenau

Escândalo milionário nas merendas de Blumenau
Foto: Divulgação

Wednesday, 12 February 2025

Empresa contratada por Hildebrandt causou mais problemas do que trouxe soluções em crise herdada pela prefeitura que pode terminar em CPI envolvendo vereadores e demais autoridades.

Faz muitos anos que a empresa Risotolândia é a responsável pelas merendas escolares de Blumenau. O contrato estava previsto para durar até abril desse ano, mas a prefeitura rompeu unilateralmente a parceria às vésperas da volta às aulas.

A empresa teria gasto todo o saldo que tinha ainda em dezembro alegando o crescimento no número de alunos e a alta inflacionária nos preços dos insumos.

A prefeitura, por sua vez, buscando manter o atendimento às necessidades nutricionais dos estudantes, precisou buscar um fornecedor alternativo para prestar o serviço. Porém, a Risotolândia entrou reiteradas vezes na Justiça para tentar impedir a nova licitação, pouco se importando com os alunos.

A empresa, durante a gestão Hildebrandt, teria sido beneficiada por termos aditivos e isso teria sido um dos motivos para a saída do vereador Alexandre Matias (PSDB), até então à frente da Secretaria Municipal de Educação.

Vale lembrar que, em 2022, a Risotolândia foi contratada para prestar um serviço de 12 meses por R$ 35,8 milhões, tendo uma primeira adição de cerca de R$ 2 milhões em 2023, de quase R$ 5 milhões em janeiro 2024 e R$ 2 milhões em dezembro, que teve mais um aditivo de R$ 15 milhões, ainda na gestão Hildebrandt.

A gestão de Egídio Ferrari não aceitou os abusos da Risotolândia, rompendo o contrato e firmando uma parceria emergencial com a empresa G.E.F. Serviços Ltda por R$ 36,7 milhões.

Na Câmara dos Vereadores, o assunto esquentou. Matias não veio à sessão. Gilson de Souza disse que, no momento, a prioridade é garantir o gerenciamento da crise para, só depois, buscar os culpados. Fazendo questão de elogiar o esforço dos profissionais de Educação blumenauenses para garantir que seus alunos não sofram por conta da negligência de terceiros.

Bruno Cunha também abordou o assunto, de forma muito ponderada e coerente, engrossando o coro de quem acredita que a prioridade seja proteger os alunos e, só depois, encontrar os culpados.

Mas o clima que se cria parece ser muito propício a instauração de uma CPI.


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Ricardo Latorre

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