Rua das Palmeiras terá uma megaloja da Havan

Rua das Palmeiras terá uma megaloja da Havan
Foto: Divulgação

Friday, 05 December 2025

Região central em franca decadência poderá ser radicalmente revitalizada com o mais novo empreendimento do empresário Luciano Hang.

Após anos de intensas controvérsias, batalhas judiciais e um acordo que exigiu a reformulação arquitetônica, a Havan iniciou a fase de construção da sua quinta unidade no coração do Centro Histórico de Blumenau. O canteiro de obras foi mobilizado em setembro no terreno que pertenceu ao antigo Estádio Aderbal Ramos da Silva, sede do extinto Blumenau Esporte Clube (BEC), um 'buraco urbano' abandonado por 15 anos.

A nova megaloja, localizada na esquina das ruas Oscar Jenichen e Alwin Schrader, em frente ao Tabajara Tênis Clube e adjacente à histórica Alameda Duque de Caxias (Rua das Palmeiras), marca a consolidação da presença da Havan na cidade, onde já opera quatro unidades (Castelinho da Rua XV, Neumarkt, Park Europeu e Norte Shopping).

Impasse e o abandono da Casa Branca

O projeto inicial, anunciado em 2021, gerou forte oposição de historiadores e ativistas culturais. A proposta, que previa uma estrutura de dois pavimentos (cerca de $10$ mil m² totais), estacionamento subterrâneo e a icônica fachada inspirada na Casa Branca americana, foi amplamente criticada por contrastar drasticamente com a herança arquitetônica alemã e os casarões enxaimel do Centro Histórico, parcialmente tombado pelo Iphan e FCC.

  • Suspensão Judicial: Em agosto de 2022, a Justiça Federal suspendeu o projeto atendendo a uma ação civil pública do Ministério Público Federal (MPF), que alegou riscos à integridade cultural da área. O procurador argumentou que a fachada 'exótica' desvalorizava o sítio histórico.

  • Virada Arquitetônica: Após o impasse, a Havan foi pressionada a revisar a arquitetura. O ponto de virada ocorreu em dezembro de 2024, quando um acordo judicial homologado exigiu o abandono da réplica da Casa Branca em favor de um visual enxaimel. O novo design inclui painéis de madeira rústica, telhados inclinados e tons terrosos, harmonizando com a herança germânica da região.

Acordo e liberação da obra

O acordo judicial, que encerrou a ação do MPF em dezembro de 2024, comprometeu a Havan com o novo design, além de estudos de impacto no tráfego e medidas de mitigação de inundações.

Em fevereiro de 2025, a prefeitura emitiu o alvará de construção, após o Iphan e a FCC aprovarem o projeto reformulado em março de 2025. O procurador-geral de Blumenau, Éder Boron, confirmou a liberação.

  • Status Atual: A construção avança em fase inicial, concentrando-se em fundações e estrutura básica.

  • Benefícios Esperados: A Havan promete injetar R$ 50 milhões em investimentos, gerar entre 200 e 300 empregos diretos (priorizando Pessoas com Deficiência - PcDs) e impulsionar o comércio local com um faturamento anual estimado em R$ 100 milhões.

Expansão da Havan em Santa Catarina e projeções para 2026

O empresário Luciano Hang confirmou que a unidade de Blumenau faz parte do plano de expansão acelerada da rede para 2026. A inauguração da nova loja está prevista para o primeiro semestre de 2026.

Este anúncio coincide com o plano da empresa de atingir a marca de 200 megalojas e 25 mil colaboradores em todo o Brasil no ano em que celebra 40 anos de história.

Além de Blumenau, Santa Catarina receberá outra mega unidade em Tijucas, na Grande Florianópolis. A loja de Tijucas será construída no bairro Sul do Rio, no quilômetro 165 da BR-101, e também deverá gerar cerca de 200 empregos. Hang destacou o potencial de Tijucas para se tornar uma "verdadeira parada Havan para todos que passam pela BR-101."

A nova loja na Rua das Palmeiras, em Blumenau, simboliza um equilíbrio entre progresso econômico e preservação cultural, revitalizando um espaço degradado com um design que finalmente dialoga com a herança germânica da cidade. A previsão é de que o empreendimento que primete salvar o Centro Histórico do abandono seja entregue à comunidade ainda no primeiro semestre do ano que vem. A obra prossegue sob o monitoramento do Iphan e FCC.


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Redação

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