Nesta sexta-feira (13/04) um tremor de terra com a magnitude de 3.9 na escala Richter atingiu o litoral catarinense durante a manhã, às 9h28’,  numa distância de 100 quilômetros da Ilha de Santa Catarina.

A Defesa Civil ficou sob alerta e o sismo foi sentido em várias regiões de Florianópolis, além de outras cidades como Santo Amaro da Imperatriz, Tijucas e São João Batista. Desde o Sul da Ilha até a Barra da Lagoa o tremor foi sentido, assustando centenas de pessoas e elevando o número de ligações aos serviços de emergência exponencialmente.

Mas o terremoto de escala baixa foi sentido também longe do litoral, como em Blumenau.

Moradores do Residencial Morada das Nascentes – na Rua Santa Maria (Progresso) – acionaram a Defesa Civil quando uma das torres do condomínio tremeu. Por alguns momentos os moradores ficaram do lado de fora dos prédios aguardando a chegada das autoridades.

De acordo com o secretário Rodrigo Quadros – que esteve no local – o horário é um forte indício de que o sismo tenha sido um rastro vestigial do tremor em Florianópolis que pode ter sido propagado por conta das rochas existentes na região das Minas da Prata (Progresso).

Os técnicos da Defesa Civil e geólogo avaliaram o local e decidiram que não há nenhum dano estrutural. Ainda assim novas visitas devem ser feitas in loco para garantir a segurança dos moradores.

No começo do mês algumas regiões blumenauenses já haviam sentido os efeitos do terremoto de 6.8 graus que abalou a Bolívia, fazendo-se sentir em São Paulo (onde provocou evacuação de prédios), Brasília, Santa Catarina e Paraná. Blumenau – apesar do preparo que o sofrimento com as enchentes trouxe – não se encontra pronta para lidar com terremotos e o episódios, de acordo com os especialistas, até então parece ser apenas um caso isolado de reverberação sísmica.

O Centro de Sismologia da USP crê que tenha ocorrido a acomodação da placa tectônica Sul Americana, localizada entre placas tectônicas como a de Nazca e Africana, no contato Oeste e Leste, respectivamente.

O sismólogo Juracir Carvalho, da Rede Sismográfica Brasileira, vê esse tremor como um fenômeno natural, fraco sem razão para preocupação excluindo o risco de tsunamis (afirmando que jamais ocorrem no Atlântico). Seu colega, o professor da USP Bruno Collaço, afirma que tremores como esse são registrados ao menos uma vez por mês no litoral catarinense.

De qualquer forma não é algo a ser subestimado ou ignorado, afinal, por exemplo,  o vulcão de Yellowstone está há aproximadamente 630 mil anos adormecido e nem por isso as autoridades deixam de ter planos de contingência por saber que se entrasse em erupção mataria milhões de cidadãos estadunidenses, levando uma fuga em massa do país (que se tornaria inóspito).

Você não deve perder o sono. Mas, se sentir algum tipo de tremor, não pense duas vezes antes de telefonar 199 para a Defesa Civil. O medo não pode dominar a sua vida, mas a falta de cautela também não.

Cerca vez o líder religioso e peregrino Antônio Conselheiro (1830 – 1897) disse que o sertão ainda iria virar mar. Fez-se canção sobre isso ressaltando a preocupação de que o mar um dia virasse, inversamente proporcional, um sertão. Torçamos para que ele esteja errado e para que o oceano não queira cobrar de volta partes de suas praias aterradas por conta de especulação imobiliária. Até porque ninguém quem morar num prédio de 200 andares literalmente no meio do mar.

Até porque, é só pesquisar sobre o istmo de Olinda (PE) para saber que o mar, cedo ou tarde, cobra.