Proibida de vender acarajé, dona Dora recebe apoio

Proibida de vender acarajé, dona Dora recebe apoio
Foto: Divulgação

Friday, 11 October 2019

Centenas de pessoas se comoveram com a história da adorável baiana nas redes sociais e os vereadores Jovino Cardoso e Bruno Cunha foram até a prefeitura buscar uma resolução para o problema.

Todo mundo que frequenta o centro de Blumenau conhece a Dona Dora. Adorável baiana vendedora dos acarajés mais amados da cidade, Doralice Borges da Silva (67 anos) foi surpreendida ontem por fiscais da Vigilância Sanitária, que interditaram a sua barraquinha.

Os profissionais da prefeitura a abordaram educadamente durante o desfile da Oktoberfest, querendo saber se ela tinha a licença para vender sua famosa comida, porém – por uma questão de imbróglio legislativo – ela não tinha, uma vez que é permitida apenas a venda de quatro alimentos específicos nas ruas de Blumenau: churros, cachorro quente, algodão doce e churros.

Ela até tentou ficar até o final do desfile, mas não conseguiu.

Ela foi informada que se quisesse vender alimentos durante a festa precisaria ter se inscrito num sorteio – que sequer sabia que existiu. Depois de 16 anos na barraca que a tornou conhecida em toda a cidade, ela foi atingida pela força acéfala da burocracia.

Em seu Facebook, dona Dorinha desabafou, dizendo:

“Infelizmente, após 16 anos de trabalho, vendendo acarajé e tapioca como ambulante, na Praça Dr. Blumenau, fui PROIBIDA de continuar na Praça ou em qualquer outro local desta cidade de Blumenau (vendendo acarajé e tapioca). A justificativa da fiscalização: É permitido apenas a venda de pipoca, churros e cachorro quente por ambulantes na cidade de Blumenau. Parabéns Prefeitura Municipal de Blumenau. Justamente nesta época de Oktoberfest na cidade, esse tipo de EXCLUSÃO, com pessoas simples e que estão trabalhando honestamente ocorrem. Não sei quando poderei retornar, e se poderei retornar com o meu trabalho. Aviso aos meus amigos e clientes, que por enquanto, não estarei mais trabalhando”.

O desabafo dela repercutiu fortemente em várias redes sociais. Pessoas que a admiram, gostam do seu excelente produto ou foram cativadas pelo seu carisma ficaram revoltadas, compartilhando críticas ao poder público e apelos à prefeitura. E surtiu efeito.

Na tarde de hoje os vereadores Jovino Cardoso (PROS) e Bruno Cunha (PSB) foram com ela até a Secretaria de Planejamento Urbano tentar encontrar uma solução em parceria com o secretário Ivo Bachmann. Em um primeiro momento entendeu-se que o problema era uma questão de legislação, que poderá ser corrigida pela Câmara.

Algumas soluções foram pensadas – entre elas, a possibilidade de Dona Dora utilizar um terreno pertencente à mãe do vereador Bruno Cunha nas proximidades da Vila Germânica – e ela está estudando as possibilidades apresentadas. De acordo com informações de bastidores, o prefeito Mário Hildebrandt também deseja que a situação seja resolvida em breve.

Depois de adequarem Dorinha ao seu novo local provisório, os vereadores devem debater mudanças na lei cujas especificidades contrapõem a si mesmas, como é o caso de proibir a venda do acarajé (que é frito), mas permitir que se venda churros (também frito).

Por enquanto Jovino e Bruno tem tentado auxiliar a baiana mais amada da cidade e a expectativa é de que o problema se resolva com a maior velocidade possível.


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Ricardo Latorre

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