Suspeita de coronavírus em Santa Catarina

Friday, 31 January 2020
O que é a doença? Onde surgiu? Quais os sintomas? Como evitar?
Ontem (30/01) a Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (Dive-SC) confirmou que um homem de Brusque que esteve na China durante esse mês é mais um caso de suspeita de coronavírus. O país já tem nove suspeitas, de acordo com o Ministério da Saúde.
Já são 213 mortes do vírus que atingiu 9,7 mil pessoas (sendo 9,6 mil só na China).
A origem
A nova epidemia da doença – identificada pela primeira vez nos anos 60 e tratada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como Doença Respiratória de 2019-nCoV – começou no último dia do ano passado com um surto de um tipo misterioso de pneumonia na cidade de Wuhan (a sétima maior da China) atingindo pessoas que haviam tido contato com frutos do mar. A primeira morte aconteceu em 9 de janeiro na mesma cidade. A vítima foi um homem de 61 anos.
Quatro dias depois, uma mulher que havia visitado a China morreu em decorrência do vírus na Tailândia. A primeira morte fora do território chinês. De lá a doença se espalhou para o Japão, Coréia do Sul e Taiwan, chegando aos Estados Unidos no dia 15. Foi só em 20 de janeiro que o governo chinês admitiu que a transmissão pode se dar entre humanos.
Na terça (28/01) uma estudante mineira de 22 anos foi confirmada como a primeira suspeita de portar o coronavírus no Brasil. Santa Catarina teve dois casos de suspeita que acabaram sendo descartados pelo Ministério da Saúde até o episódio da internação em Brusque.
A doença
Os coronavírus são uma extensa família viral que causa infecções respiratórias tanto em pessoas como em animais.
Os primeiros sintomas são infecções leves (ou moderadas) no trato respiratório superior com curta duração podendo também incluir coriza, dor de garganta, febre e falta de ar. A transmissão se dá pelo ar, através de tosses, espirros, toques (como um aperto de mão) e contato com objetos ou até superfícies contaminadas. A infecção só acontece se a mão contaminada tiver contato com o trato respiratório (boca ou nariz).
O período de incubação é de dois dias a duas. Ainda não se pode afirmar com segurança sobre a transmissão da doença após a resolução dos sintomas, mas crê-se que não é contagioso durante a incubação ou em casos assintomáticos.
O diagnóstico é feito através de exames de sangue, fezes, secreções, sorológicos, PCR ou culturas virais. Nos casos mais graves – que são muito raros – pode ser necessária a internação do paciente.
Ainda não existe tratamento específico, sendo empregados medicamentos antitérmicos (para febre), analgésicos (para dor), recursos hidratantes (como humidificadores de ambiente, banhos quentes e ingestão de líquidos), além de muito repouso.
Vacina
Poucas horas após a identificação do vírus, autoridades chinesas já haviam sequenciado o seu DNA e divulgado o seu código genético com a comunidade internacional.
Preocupados, governos em todo o mundo dispuseram fortunas para a pesquisa da cura em uma velocidade sem precedentes na História Humana. Na ensolarada San Diego, Califórnia (Estados Unidos), cientistas da Inovio estão usando um tipo relativamente novo de tecnologia de DNA para desenvolver uma potencial vacina, chamada INO-4800.
"Depois que a China forneceu a sequência de DNA desse vírus, conseguimos colocá-lo na tecnologia de computador do nosso laboratório e projetar uma vacina em três horas", afirmou Kate Broderick, vice-presidente sênior de pesquisa e desenvolvimento da empresa.
A expectativa é de que até junho a vacina esteja pronta para o teste em cobaias humanas.
Prevenção
Enquanto ainda não há uma cura ou vacina que a evite, é importante:
- Higienizar as mãos antes de consumir qualquer alimento;
- Utilizar lenços descartáveis para assoar o nariz;
- Cobrir boca e nariz quando for tossir ou espirrar;
- Evitar tocar as mucosas como a nasal, bem como nos olhos e boca;
- Lavar a área de contato após tossir ou espirrar;
- Não compartilhar objetos de uso pessoal (talheres, garrafas, copos, pratos, etc);
- Manter os ambientes sempre bem ventilados;
- Evitar contato próximo com quem apresente sintomas de infecção respiratória;
São dicas simples – daquelas que devem ser usadas todos os dias, não apenas para evitar uma pandemia – mas são as únicas formas conhecidas até então para evitar a contaminação com o vírus.
Lembra daquelas garrafinhas de álcool em gel? Elas são suas amigas. Sempre foram e sempre vão ser.