Escolas particulares pedem ajuda dos vereadores para retomada das aulas

Escolas particulares pedem ajuda dos vereadores para retomada das aulas
Foto: Divulgação

Wednesday, 10 June 2020

O presidente da Câmara, Marcelo Lanzarin (Podemos) sugeriu que os vereadores preparem uma moção de apelo ao Governo Estadual para que abra o diálogo a fim de construir um modelo viável para a retomada das atividades escolares.

Os professores Marcos da Silva, diretor da escola Barão, e Osni Mette Junior, diretor do Colégio Excelsior e coordenadores do Núcleo de Educação Básica Privada da Acib, por meio da Ampe, conseguiram um espaço na tribuna livre da Câmara Municipal para falar em nome de instituições privadas de ensino fundamental, médio e técnico da cidade.

Silva afirmou que as escolas são espaços de convivência que estão se adequando à nova realidade de cuidados de distanciamento e desinfecção necessários para esse momento.

Lembrou que as escolas privadas, no Brasil, fazem o papel do Estado, sendo responsáveis por 18% das matrículas em Santa Catarina, mas estão sofrendo pela indefinição do governo do estado pela reabertura das instituições.

“O governo não percebe que a funcionalidade das instituições de ensino é como a de uma empresa, que precisa ter rendimentos”, disse, apontando que em Blumenau esse foi um dos setores que mais gerou empregos nos últimos cinco anos. “São milhares de alunos e famílias sem perspectiva do retorno das aulas presenciais, suspensas há 75 dias”, acrescentou, apontando que na Europa a média foi de 54 dias de escolas fechadas.

Citou a preocupação com a qualidade educacional e reforçou que sem educação não há economia no futuro que se sustente. “Precisamos ter segurança sanitária e queremos juntos discutir possibilidades e alternativas. O governo precisa abrir oportunidades para diálogo”, reforçou.

Conclamou as famílias a continuarem parceiras das escolas enquanto perdurarem as aulas não presenciais, assinalando que estão abertos ao diálogo para contribuir com uma sociedade mais justa e igualitária. O presidente da Câmara, Marcelo Lanzarin (Podemos) sugeriu que os vereadores preparem uma moção de apelo ao Governo Estadual para que abra o diálogo a fim de construir um modelo viável para a retomada das atividades escolares.

Núcleo de Escolas de Educação Básica Privada da Acib se reúne com secretária de Educação e solicita planejamento de retomada às aulas

Nesta quinta-feira (4), a secretária de Educação do Município, Patrícia Lueders, participou de uma reunião online com integrantes do Núcleo de Educação Básica Privada da Acib e do Núcleo de Educação Infantil da Ampe. A secretária mostrou-se solidária e preocupada com a situação das escolas e ciente das consequências financeiras. Segundo ela, até o dia 2 de agosto não há autorização para voltarem as aulas. "Tudo vai depender da decisão do Governo do Estado”, frisou.

A secretária informou que foi criada uma comissão entre o Ministério Público de Santa Catarina, Tribunal de Contas, Secretaria de Estado da Educação, Assembleia Legislativa e Undime. Nesta comissão, o MP deve apresentar um plano de retorno. Ela se comprometeu em buscar a possibilidade de incluir um representante da rede privada de ensino na comissão. Após ouvir as observações dos representantes das escolas, Patrícia também se dispôs a estreitar a parceria entre a Secretaria e as escolas privadas, bem como uma maior interação com o Conselho Municipal de Educação.

O coordenador do núcleo da Acib e diretor do Colégio Excelsior, Osni Mette, falou sobre a preocupação com o atual momento. "Uma pesquisa com 49 escolas privadas de Blumenau apontou uma saída de quase 1446 alunos e 137 funcionários desligados. A preocupação que temos é: para onde vão essas crianças?” Segundo ele, muitas crianças acabam ficando em locais que não são regulamentados porque os pais precisam trabalhar. Mette sugeriu o retorno com uma forma híbrida de ensino: que as famílias que quiserem possam enviar as crianças para a escola e quem não estiver seguro continue tendo aulas remotas.

Cristiane Marciniack, coordenadora do Núcleo de Educação Infantil da Ampe, informou que até o dia 2 de agosto as escolas completarão 137 dias de aulas suspensas, sendo que a média na maioria dos países não passou de 60 dias. Por isso, questionou: o que impede de podermos planejar um retorno gradual?

O diretor da Escola Barão, Marcos da Silva, ressaltou que o bem estar de todos é prioridade para as escolas. "Nossa escola contratou uma médica infectologista para fazer o trabalho de orientação do que é o correto em um plano sanitário de retomada das aulas.

O que consideramos mais correto, até pelo exemplo de outros países, é começarmos gradualmente por faixa etária, trabalhando a questão da segurança em paralelo às atividades escolares. Temos que dar segurança para as crianças e para as famílias”, apontou. Silva considerou incoerência a liberação de escolas de dança e não do treinamento esportivo nas escolas para todas as faixas etárias. "O que precisa é ter a aplicação e consistência de um plano sanitário”, afirmou.

Glauco Inocêncio Foltran, do Colégio Bom Jesus, concorda com a retomada de forma gradativa e alertou para o fato de que famílias que estão cancelando as matrículas nas escolas privadas sem ter matriculado em uma escola pública.

Também presente na reunião, a presidente do Conselho Municipal de Educação, Maria Luiza Oliveira, disse que tem levado em consideração as especificidades da rede privada e buscado alternativas. Mas, ressaltou que o Conselho não pode ir contra o decreto do Governo Estadual.

Ao final, o presidente da Acib Avelino Lombardi elogiou a postura da secretária Patrícia Lueders, pela transparência e abertura que sempre deu à Acib.


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Redação

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