Corredor de ônibus ou redução salarial do prefeito.

Corredor de ônibus ou redução salarial do prefeito.
Foto: A rua tem apenas uma faixa em cada sentido, mas a prefeitura acha que cabe um aeroporto nela.

Tuesday, 01 August 2017

Napoleão toma mais uma medida barata e inútil para parecer estar fazendo algo enquanto resolve revogar o decreto onde cortava parte do próprio salário. Economia? Só se for às custas do contribuinte.

E eis que a Prefeitura Municipal de Blumenau anuncia mais uma obra sem o menor sentido.

Nos últimos dias o Executivo vem indignado algumas pessoas com o constante fechamento da Ponte de Ferro que quase nunca tem alguém trabalhando, lembrando muito uma esquete do Parafernalha sobre obras fantasmas (o vídeo abaixo).

Agora a prefeitura teve a idéia – pouco menos que medíocre (uma vez que mediocridade não incomodaria, mas esse projeto incomodará) – de colocar um corredor de ônibus de 1,5 km na Rua Itajaí (Vorstadt). Sim. A rua tem apenas uma faixa em cada sentido e agora vai receber um corredor de ônibus que aparentemente flutuarão sobre os veículos (sarcasmo, okay?).

O prefeito que deixou sua marca para a posteridade perdendo por birra uma ponte já aprovada (que ele faz questão de fingir que nunca existiu), está firmando sua posição como o gestor que faz obras baratas que não servem pra nada (ou atrapalham) pra parecer fazer algo.

Enquanto o trânsito na Rua Itajaí promete se tornar ainda mais insustentável do que já é para manter um corredor que nitidamente não tem como suportar e o prolongamento da Rua Humberto de Campos (Velha) – garoto propaganda da campanha do ano passado – jaz esquecido e abandonado meses depois da promessa de sua entrega, a prefeitura que diz não poder fazer mais (ou fazer algo, uma vez que ‘fazer mais’ daria a impressão de que fizeram alguma coisa) porque não tem dinheiro.

Existe uma crise financeira atingindo todo o país, claro. Não podemos negar isso. Aliás, a prefeitura até parece bastante ciente disso já que revogou o decreto que abaixava os salários do primeiro e do segundo escalão. Popô – o prefeito – parece tão preocupado com a crise que quer ter certeza que seus amigos não passaram necessidades.

Claro que uma das razões que elegeram Napoleão foi a promessa de ‘cortar da própria carne’, mas acho que ele percebeu que dói e então restitui o salário de seus secretários e também o seu ao integral. Seria caridade ou busca desesperada por apoio político?

Apoiar Napoleão nesse momento é delicado. A não ser, claro, que você tenha como meta de vida ter seu nome dito pelo William Bonner no Jornal Nacional. Daí pode.

Isso lembra uma história com um rapaz que tinha o mesmo nome que ele... em Waterloo.


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Ricardo Latorre

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