Em julho desse ano a Piracicabana (Blumob) doou à Apae um ônibus adaptado para transportar alunos entre a Vila Itoupava e o Centro.

Os salários do motorista do veículo e de um monitor são pagos pela prefeitura, bem como seu combustível. O ato trouxe grande alegria para alunos da Apae, para essa tão respeitada instituição e até um pouco de simpatia para a Piracicabana, que nunca prestou bons serviços.

No entanto, como quase tudo que envolve a prefeitura de Blumenau, a história do ônibus parece ser mais bonita do que realmente é.

Vários membros do governo – estejam eles no poder Executivo ou Legislativo – se esmeraram para celebrar a doação de um ‘ônibus novo’ para a instituição, ressaltando (além de a facilidade que traz aos alunos e famílias) também o fato de ser um veículo novo. O que, independente da boa fé, leva a crer que o ano de fabricação é recente. Mas não é.

Na tarde desta segunda-feira (07/08) a equipe do BLUMENEWS esteve na Apae onde conversou com funcionários e usuários, onde pudemos averiguar a realidade da situação.

O veículo, na verdade, é uma lata velha de 2010. Foi doado já com uma quilometragem de 720 mil km e só na primeira semana, de acordo com o que nos relataram, quebrou duas vezes no transporte dos alunos entre o Centro e a Região Norte da cidade. “Podiam ter doado uma coisa melhorzinha”, chegou a dizer um dos entrevistados, que preferiu manter o anonimato.

Em consulta ao portal do Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública (Sinesp) descobrimos que o ônibus – de placa CSK-7143 – é um Mercedes-Benz Senior ON fabricado realmente em 2010 com chassi terminado em 32898.

Ou seja: a doação realmente foi feita e pôde, de fato, ajudar muitas pessoas. Mas todo o palanque político usado tanto pelo Poder Público quanto pela Piracicabana não passaram de uma mentira. Não que isso realmente espante alguém. Se a Blumob (como tem preferido ser chamada) quer ganhar a simpatia sem prestar bons serviços, que doe um ônibus novo. Ou pelo menos em bom estado. Se o prefeito quer reconquistar toda a confiança que vai se escoando pelo ralo do banheiro, deveria então começar a trabalhar. Trabalhar de verdade.

Se bem que do jeito que está pode até ser melhor. Quem sabe virar slogan de campanhas futuras. “Napoleão Bernardes: porque é melhor não fazer nada do que fazer mal feito”.

Se bem que já houve um número considerável de coisas mal feitas. É. O slogan não serve.