Piracicabana é a única interessada na licitação para o transporte público

Piracicabana é a única interessada na licitação para o transporte público
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Wednesday, 01 February 2017

Saindo da fornalha para entrar na fogueira, o que nos resta?

Há pouco mais de um ano o prefeito Napoleão Bernardes anunciou a ruptura com o Consórcio Siga e trouxe a Piracicabana, subsidiária de um dos grupos empresariais investigados na Operação Lava-Jato, para prestar serviços de transporte público urbano em Blumenau.

Se por um lado acabaram-se as greves, por outro lado a execração pública em relação à nova empresa foi enorme tendo em vista os ônibus frequentemente quebrados, os horários não respeitados e toda a sorte de descaso com o usuário daquele serviço.

Nesta segunda-feira (30/01) houve a abertura dos envelopes com os nomes dos interessados em participar da licitação para a escolha da nova empresa a assumir o transporte público municipal blumenauense e para o espanto de quase ninguém a única interessada foi a própria Piracicabana, para desespero dos usuários.

Em 21 de janeiro a tarifa do transporte público já havia aumentado para R$ 3,85, mas a Piracicabana – não bastando o serviço precário que tem prestado – exigiu o teto estipulado na licitação, ou seja, uma tarifa de R$ 3,90.

A abertura dos envelopes foi apenas a primeira fase, mas se conseguir, a Piracicabana terá direito de explorar o transporte público na cidade por 20 anos. Sim. Exatamente. Duas décadas refém de uma empresa assim como estamos da também envolvida na Lava-Jato Odebrecht e como ficamos do malfadado Consórcio Siga.

Agora a proposta deverá ser analisada pela Comissão Especial de Estudos e Projetos do Transporte Coletivo que deverá analisar a documentação que comprovo que a empresa tem condições de obedecer aos requisitos mínimos exigidos pela prefeitura (e, mesmo tendo, não significa que vá obedecê-los, como já vimos antes).

Em cerca de 30 dias a ‘alma’ do nosso transporte púbico deverá ter sido definitivamente vendida à Piracicabana para que mais e mais reclamações continuem surgindo dia após dia. Depois disso, prefeitura em empresa têm 90 dias para iniciar a operação.

Enquanto a Piracicabana não vem, fica a Piracicabana. Ou seja: seis por meia dúzia.

A expectativa ainda é de que o serviços deplorável que a empresa vem prestando em Blumenau seja apenas por conta de seu contrato ser emergencial e que, uma vez que se torne oficialmente nossa empresa de ônibus, ela passe a demonstrar o mínimo de respeito pelos blumenauenses.

Que o diga o teto do Terminal Fonte que, em março, completará um ano que está caindo.


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Ricardo Latorre

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