Neste sábado (16/12) aconteceram duas coisas proporcionalmente antagônicas: começou a valer o aumento do transporte coletivo blumenauense e também uma greve simbólica de profissionais como motoristas e cobradores das empresas que prestam tal serviço.

O transporte público na cidade vem sofrendo duras críticas por conta de seus usuários já faz alguns anos e desde que o atual governo rompeu o contrato com o extinto consórcio Siga – numa dantesca situação que deixou milhares de pessoas sem ônibus na semana entre o natal e o réveillon – a Autoviação Piracicabana (que aqui responde pelo nome fantasia de Blumob) tem colecionado as mais diversas e negativas críticas por conta dos usuários.

Com veículos muito abaixo dos padrões prometidos, linhas inteiras alteradas e horários diminuídos, a empresa que parece ter o Executivo municipal na palma da mão subiu o valor da tarifa para R$ 4,05 que já está em vigor hoje. Isso enquanto reduzia descaradamente horários e linhas para comunidades que realmente precisavam beneficiando, na mais otimista das hipóteses, apenas a si mesma.

Foi por isso que os trabalhadores do transporte coletivo blumenauense decidiram cruzar os braços.

Segundo os profissionais, muitas pessoas têm estado hostis com eles por achar que o aumento se deve a algum bônus salarial quando, na verdade, eles não receberam um único centavo desse repasse completamente sem sentido e moralmente questionável.

Às 9h os trabalhos foram suspensos por meia hora no terminal Aterro, depois por um período de tempo igual na Proeb às 9h30 e 10h na Fonte.

Para o Sindicato dos Empregados das Empresas Permissionárias do Transporte Coletivo Urbano de Blumenau (Sindetranscol) a ação não pode ser considerada uma greve porque interrompeu apenas 20% do serviço, o chamando apenas de protesto. O ato se repetiu neste domingo (17/12) e ainda não há informação sobre se voltará a acontecer durante o dia de hoje, umas vez que por não ser considerado ‘greve’ não se tem dado o aviso prévio da paralisação.

A população – que tem sido extorquida por um serviço precário – é a principal atingida pelo descaso, mas o comércio também, uma vez que a menor circulação de pessoas nesta época tão importante pode acarretar em maus resultados nas vendas.

O que resta é esperar pela generosidade da prefeitura, que de forma muito incomum foi tão ‘gentil’ que fez propaganda para o Blumob – que é uma empresa privada – usando verba pública. Então se as pessoas que governam essa cidade são tão caridosas talvez possam dar coronas solidárias para as pessoas que ficaram sem ônibus, seja por conta da paralisação, da redução de horários ou de linhas.

Mas isso, claro, se a prefeitura não se esmera em beneficiar apenas seus poucos amigos. O que seria moralmente muito questionável. Digno de Waterloo.