BTG ataca liminar que protege Americanas dos credores

BTG ataca liminar que protege Americanas dos credores
Foto: Divulgação

Sunday, 15 January 2023

Banco fala em fraude e pede reversão na Justiça de liminar que protege varejista

O banco BTG entrou com uma ação na justiça para reverter a liminar que protege a Americanas dos credores por um prazo de trinta dias. Os advogados do BTG alegam que a liminar obtida pela varejista determina ilegalmente o estorno de um pagamento feito pela Americanas ao BTG. A ação, no entanto, foi negada na segunda instância do Rio de Janeiro neste domingo, 15.

A liminar obtida pela Americanas na sexta-feira, 13, impede o vencimento antecipado de dívidas, bloqueio de bens e recursos após escândalo financeiros revelar um rombo de 20 bilhões de reais em seus balanços. Com esse prazo, a verejista pode obter um acordo com credores ou pedir uma recuperação judicial.

O banco argumenta que “o caso em questão é a triste epítome de um país”, apontando para a proteção da Justiça aos três controladores e principais acionistas da Americanas, que são os homens mais ricos do Brasil, com patrimônio avaliado em 180 bilhões de reais. “Ungidos como uma espécie de semideuses do capitalismo mundial “do bem”, são pegos com a mão no caixa daquela que, desde 1982, é uma das principais companhias do trio”. A Americanas é controlada pelo grupo 3G Capital, companhia de private equity de Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, que também possuem no portfólio Ambev, Burger King e Kraft Heinz.

Na petição, os advogados acusam a verejista de fraude. “O trio tem a pachorra de vir em Juízo pedir uma tutela cautelar, preparatória de uma recuperação judicial, para impedir os credores de legitimamente protegerem o seu patrimônio à luz da maior fraude corporativa de que se tem notícia na história do país. É o fraudador pedindo às barras da Justiça proteção “contra” a sua própria fraude”, diz o BTG. A Americanas possui dívida estimada em 1,9 bilhão de reais com o BTG.

Em nota, a Americanas informa que a medida cautelar visa somente a sustentação jurídica necessária para que tanto a Americanas como os credores possam chegar a um possível acordo. “A Americanas reitera a importância da manutenção da liminar, apesar da tentativa de suspensão, o que poderia gerar assimetria entre os seus credores, inclusive bancos, e não ajudaria no processo. A Americanas trabalha para, dado o seu peso social em todo o Brasil gerando mais de 100 mil empregos diretos e indiretos, encontrar uma solução com os seus credores e, assim, a manutenção da fonte produtora, do emprego dos trabalhadores e dos interesses dos credores, promovendo a preservação da empresa, sua função social e o estímulo à atividade econômica. Nesse momento, a companhia segue acreditando na proteção da medida cautelar e no compromisso dos credores de retornarem com uma proposta. A Americanas apontará em breve a sua equipe de negociação com os credores.”


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Redação

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