Dólar oscila nesta terça
Foto: ReproduçãoTuesday, 21 March 2023
Na véspera, a moeda norte-americana recuou 0,52%, cotada a R$ 5,2425.
O dólar opera instável nesta terça-feira (21), com decisão de juros nos Estados Unidos e Brasil entrando nas contas de investidores.
Às 11h45, a moeda norte-americana recuava 0,15%, cotada a R$ 5,2345. Veja mais cotações.
Na véspera, o dólar fechou em queda de 0,52%, cotada a R$ 5,2425. Com o resultado, a moeda passou a acumular alta de 0,34% no mês e uma queda de 0,67% no ano.
O que está mexendo com os mercados?
Depois de dias de mercado conturbado, com as dúvidas sobre a situação do setor bancário global, o dia começa mais tranquilo nos mercados e com agenda vazia entre indicadores econômicos.
Investidores voltavam a comprar ações de bancos nesta terça-feira, encorajados pelo resgate do Credit Suisse, com os preços dos ativos ensaiando recuperação na Europa e na Ásia. As ações da China e de Hong Kong subiram nesta terça-feira, à medida que os temores de uma crise bancária global diminuíram.
A atenção agora se volta para a reunião desta semana do Federal Reserve. A dúvida entre operadores e investidores é se os aumentos de juros do banco central norte-americano — que alguns culpam por desencadear o maior colapso no setor bancário desde a crise financeira global — podem ter chegado ao fim.
Parte dos agentes de mercado acredita em uma pausa para tentar garantir a estabilidade financeira. Outra parte, crê que o Fed aumentará sua taxa básica de juros, pois dados da economia americana ainda estão fortes, pressionando a inflação.
O Federal Reserve inicia sua reunião de dois dias nesta terça-feira. A reunião do Fed termina na quarta-feira, com divulgação às 15h (de Brasília) de um novo comunicado de política monetária. Se tudo correr como planejado, também serão divulgadas novas projeções para a economia e a trajetória da taxa de juros.
Ainda nos EUA, a secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, reafirmou a agentes da Associação Americana de Banqueiros que o sistema bancário do país está se estabilizando após fortes medidas dos reguladores, mas novas ações podem ser tomadas para proteger os correntistas se instituições menores sofrerem fugas de depósitos que ameacem mais contágio.
"As medidas que tomamos não foram focadas em ajudar bancos ou classes de bancos específicos. Nossa intervenção foi necessária para proteger o sistema bancário dos Estados Unidos como um todo", disse Yellen nos comentários divulgadas pelo Tesouro.
No Brasil, começa nesta terça-feira a reunião do Comitê de Política Monetária. O encontro vai até amanhã, quando será anunciada a nova taxa básica de juros do país, a Selic.
A expectativa do mercado é de manutenção dos 13,75% ao ano, mas será dada atenção especial ao comunicado do Copom, que trará sinais sobre o rumo que o BC pretende seguir na política monetária.
O governo federal espera um sinal positivo, em reconhecimento ao esforço para apresentar o novo arcabouço fiscal, que substituirá o teto de gastos no controle das contas públicas.
Porém, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta terça que decidiu adiar o anúncio da proposta do novo arcabouço fiscal para o mês de abril, após o retorno da viagem oficial que fará à China no fim desta semana.
Lula disse ser contra a "pressa" do sistema financeiro sobre essas novas regras – que, se aprovadas pelo Congresso, vão substituir o atual teto de gastos como nova baliza para as despesas públicas.
O presidente defendeu ainda que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, esteja no Brasil após o anúncio para debater o tema. Haddad também viajará à China.
"Eu falei para o Haddad: 'olha, nós não temos que indicar o nosso modelo de marco fiscal agora. Nós vamos viajar para China, quando a gente voltar, Haddad, você reúne, sabe", disse Lula. "O Haddad não pode comunicar e sair. Haddad tem que anunciar e ficar aqui para debater, defender, dar entrevista, conversar. O que não dá é a gente avisar e ir embora."