Dólar supera R$ 5 em linha com exterior

Dólar supera R$ 5 em linha com exterior
Foto: Reprodução

Wednesday, 19 April 2023

Na véspera, o dólar à vista fechou o dia cotado a R$ 4,9766 na venda, em alta de 0,78%.

O dólar avançava nos primeiros negócios desta quarta-feira, voltando a superar a marca psicológica de 5 reais, acompanhando a valorização da divisa norte-americana no exterior, mas também refletindo cautela de investidores sobre detalhes do arcabouço fiscal enviado na véspera ao Congresso.

Às 9h03 (horário de Brasília), o dólar à vista avançava 0,80%, a R$ 5,0162 na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,53%, a R$ 5,0225.

Na véspera, o dólar à vista fechou o dia cotado a R$ 4,9766 na venda, em alta de 0,78%.

José Faria Júnior, sócio da Wagner Investimentos, destaca que o dólar rompe a tendência de curto prazo, que até ontem era de baixa. Para o especialista, uma recuperação do dólar ante o real deveria ocorrer e a cotação pode continuar subindo em direção a R$ 5,10.

“A piora decorre da alta do dólar no exterior e também com decepção com o arcabouço, que deixou 13 despesas fora do limite de gastos, deixou o contingenciamento de despesa opcional em caso de descumprimento da meta e falta de enforcement (sem responsabilização, ou seja, sem risco de impeachment)”, afirma o especialista.

De acordo com Luca Mercadante, economista da Rio Bravo, de modo geral, os detalhes apresentados no texto da regra fiscal confirmaram a maioria das expectativas criadas a partir da apresentação anterior do Ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

“Alguns detalhes negativos, entretanto, chamam atenção. O uso das receitas estimadas do Projeto de Lei Orçamentária Anual [PLOA] de 2023 é talvez a maior surpresa negativa. Ainda não estava claro como o governo definiria a base para as definições da regra em 2024. Como o orçamento feito no ano passado deve superestimar as receitas deste ano (de acordo inclusive com o relatório bimestral do governo) a base para definição de despesas será inflada para o ano que vem”, avalia o economista.

Já na parte de investimentos, outro ponto negativo é que não haverá limite para o uso de excessos do resultado primário em 2024, indicando que na prática no ano que vem há um teto para o primário, aponta.

“Por fim, o governo deixou de fora da regra de despesas os gastos com capitalização de empresas estatais não financeiras. Nenhum desses detalhes altera substancialmente a regra, que ainda deve ser submetida ao congresso, mas pioram um pouco o cenário com relação ao que foi apresentado pelo ministro Haddad”, afirma.


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Redação

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