Ronaldinho Gaúcho depõe em CPI

Ronaldinho Gaúcho depõe em CPI
Foto: Divulgação

Thursday, 31 August 2023

Ex-jogador foi ouvido sobre empresa Ronaldinho 18K – que, segundo investigações, teria envolvimento com criptomoedas e esquemas de pirâmide. CPI chegou a pedir condução coercitiva para ouví-lo.

O ex-jogador de futebol Ronaldinho Gaúcho afirmou nesta quinta-feira (31), em depoimento à CPI das Pirâmides Financeiras na Câmara, que não é proprietário nem sócio da empresa 18K Ronaldinho, investigada por fraudes com investimentos em criptomoedas. O ex-jogador disse que teve o nome usado indevidamente.

"Diferente do que está sendo divulgado por esta CPI, não sou o proprietário da empresa 18K Ronaldinho, assim como não sou sócio da mesma. Os sócios de tal empresa são os senhores Raphael Horácio Nunes de Oliveira e Marcelo Lara Marcelino. Eles utilizaram indevidamente o meu nome para criar a razão social desta empresa. Jamais participei da empresa", disse.

As declarações foram em fala inicial à CPI. Em seguida, Ronaldinho Gaúcho não respondeu às perguntas dos integrantes da comissão. Ele conseguiu, no Supremo Tribunal Federal (STF), uma decisão que permitia o silêncio diante de questões que pudessem incriminá-lo.

Suspeita de fraude

Ronaldinho Gaúcho foi convocado a prestar esclarecimentos por suspeitas de envolvimento em fraudes envolvendo a empresa 18K Ronaldinho. Segundo as investigações, ele seria um dos proprietários da companhia. A convocação foi solicitada pelo relator da comissão, deputado Ricardo Silva (PSD-SP).

"A empresa afirmava trabalhar com trading e arbitragem de criptomoedas e prometia a seus clientes rendimentos de até 2% ao dia, supostamente baseado em operações com moedas digitais, o que levantou suspeitas de se tratar de uma pirâmide financeira devido às promessas de altos e rápidos retornos", justificou no requerimento de convocação.

O relator também afirmou que a empresa de Ronaldinho Gaúcho foi apontada pelo Ministério Público como pirâmide financeira.

"Após o rompimento, o ex-jogador esteve envolvido em uma pirâmide e sua imagem, dada sua credibilidade e popularidade, incentivou milhares de pessoas a investir em uma fraude, o que causou prejuízos a elas", declarou ele.

À CPI, Ronaldinho Gaúcho alegou ter sido "vítima" dos proprietários da empresa, e disse que fez apenas propaganda para a 18K, relacionada à venda de relógios.

Afirmou ainda que o irmão, Roberto de Assis Moreira, é responsável pelos contratos de licenciamento de imagem dele. Assis depôs à CPI na semana passada e também negou ser sócio da empresa.

O ex-jogador disse que não fecharia mais contratos com os responsáveis pela companhia, e que gostaria que eles fossem "pegos" porque "mancharam" o nome dele.

"Fico muito triste por todos que foram enganados e que [eles] sejam pegos para que eu possa limpar o meu nome, para mim será um motivo de alegria", afirmou.

O jogador permaneceu em silêncio quando questionado sobre possível ressarcimento às vítimas do esquema. Segundo o relator, deputado Ricardo Silva, os investidores são pessoas simples e foram seduzidos por uma empresa que estava com a imagem de uma pessoa famosa.

Presença na CPI

Ronaldinho já tinha faltado a duas convocações anteriores e, segundo o comando da CPI, estaria sujeito a ser conduzido à comissão de forma coercitiva (ou seja, levado por policiais), se não comparecesse à sessão desta quinta.

No último dia 24, Ronaldinho disse que não conseguiria chegar em Brasília em razão do mau tempo, que cancelou voos em Porto Alegre na véspera. Na semana anterior, disse que não tinha sido notificado a tempo do agendamento.

No dia 25, a pedido da CPI, a Polícia Federal chegou a ir a um endereço de Ronaldinho na Barra da Tijuca, no Rio, para apreender o passaporte do ex-jogador.

Ele não estava em casa. Com isso, foi comunicado da busca e orientado a entregar o documento à PF ou à Justiça Federal.


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Redação

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