Quanto investir para receber R$ 500 todos os meses?
Foto: Imagem meramente ilustrativaFriday, 01 December 2023
Osminvestimentos são altos e o rendimento é inferior ao que era em anos anteriores.
Já pensou começar o ano recebendo uma renda mensal? Na coluna de hoje eu mostro quanto você precisaria investir para ter um ganho líquido de R$ 500 por mês, a partir de janeiro de 2024, de forma vitalícia.
Sem correr riscos: R$ 140 mil
Se você não quer correr risco, precisará fazem um investimento, ainda este mês, de R$ 140 mil no Tesouro Selic, que é a aplicação mais segura do país. Com esse valor, você consegue um retorno líquido real de, aproximadamente, R$ 500 por mês a partir de janeiro de 2024, de forma vitalícia.
Digo com tranquilidade que é de forma vitalícia porque o retorno líquido real é aquele que já desconta o Imposto de Renda e a inflação. Isso significa que, resgatando R$ 500 por mês, você permite que o montante total aplicado seja corrigido pela inflação todos os meses. Nessas condições, não é recomendado retirar mais que R$ 500 mensais, pois isso faria com que o dinheiro investido começasse a perder poder de compra.
Portanto, não caia no erro de achar que, se o Tesouro Selic está rendendo 10% ao ano, você poderia retirar R$ 1.400 por mês, pois boa parte desse rendimento serve apenas como correção da inflação.
Os cálculos consideram que a taxa básica de juros do país, a Selic, seja de 10,25%, em média, ao longo de 2024 e que a inflação fique em 3,9% no período. Esses números são as projeções mais recentes de analistas consultados pelo Banco Central.
Com risco médio: R$ 63 mil
Caso você aceite correr um certo grau de risco, pode aplicar em fundos de investimento imobiliário (FIIs), que pagam uma renda mensal. Investindo em FIIs de logística, que é um segmento relativamente conservador em comparação com outros fundos imobiliários, é possível ter uma renda de R$ 500 mensais a partir de uma aplicação de R$ 63 mil.
Nessa conta não é preciso descontar a inflação, pois as receitas dos FIIs vêm de aluguéis de imóveis, que, por sua vez, já são reajustados todos os anos, conforme os contratos. Assim, a tendência é de que, a longo prazo, o rendimento mensal acompanhe a inflação. Além disso, os rendimentos dos FIIs são, atualmente, isentos de IR.
Mas veja que eu disse que isso é apenas uma "tendência". Os fundos imobiliários são investimentos de renda variável e, portanto, têm um risco que não é desprezível. Existe a chance de o rendimento mensal cair. Da mesma forma que, se você tivesse um imóvel alugado, correria o risco de inadimplência e de vacância.
Também nos FIIs existe o risco de queda no valor da cota, ou seja, no preço que você pagou para comprar a sua parte no fundo. Assim como, se você tivesse um imóvel, correria o risco de não conseguir vendê-lo pelo preço que pagou.
O cálculo de quanto você teria que investir em fundos imobiliários considerou o retorno mediano atual dos FIIs de logística mais negociados.
Com risco alto: R$ 73 mil
Em ações de empresas listadas na Bolsa de valores, que têm um risco mais alto que os fundos imobiliários, você teria que aplicar R$ 73 mil para ter uma renda média de R$ 500 por mês a partir de janeiro. Esse cálculo considerou a mediana do retorno em dividendos das 50 empresas que melhor remuneram os investidores nos últimos 12 meses.
Assim como nos FIIs, nas ações não há garantia de que a sua renda seja, de fato, de R$ 500 por mês. As empresas sempre podem diminuir (como também aumentar) o ritmo de remuneração dos acionistas.
Outro ponto a ser observado é que as empresas na maioria das vezes não pagam dividendos todos os meses. Nessa conta, considerei que você receberia um total de R$ 6.000 por ano, o que daria uma média de R$ 500 mensais.
Repare que, investindo em ações, a tendência é ganhar menos do que nos FIIs, mesmo sendo um tipo de ativo mais arriscado. Isso ocorre porque as boas empresas tendem a crescer ao longo do tempo, o que geraria dividendos cada vez maiores.
Saiba, portanto, que o investidor de ações não está de olho apenas nos dividendos do próximo ano. Ele investe pensando em ter uma remuneração bem maior em um prazo acima de dez anos.