Economista destaca impacto das enchentes no PIB gaúcho

Economista destaca impacto das enchentes no PIB gaúcho
Foto: Divulgação

Friday, 14 June 2024

A indústria também será profundamente afetada.

Com o objetivo de fornecer os dados necessários para ajudar as empresas associadas na tomada de decisões no curto e médio prazos, a Associação Brasileira das Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal) realizou mais uma edição do encontro do seu Grupo de Inteligência de Mercado. Durante a manhã do dia 13, associados escutaram explanações do doutor em Economia e consultor setorial Marcos Lélis, que ressaltou o impacto das enchentes no Rio Grande do Sul e projetou o comportamento da economia para 2024. O encontro aconteceu no formato híbrido.

Durante boa parte do encontro, Lélis comentou sobre o impacto das enchentes na indústria de calçados e no PIB do Rio Grande do Sul. Segundo ele, algumas cidades atingidas, como Eldorado do Sul e Canoas, devem registrar perdas de 36% e 20% nos seus PIBs de maio, respectivamente. Especialmente Canoas, uma das maiores cidades do Estado, deve ter um impacto relevante no varejo de calçados. Outras cidades importantes, como São Leopoldo e São Sebastião do Caí, devem registrar quedas de 18% e 16%, respectivamente, nos seus PIBs no quinto mês do ano. “Até agosto, os municípios atingidos devem registrar dificuldades importantes na sua retomada econômica”, disse. Segundo Lélis, no Estado, a queda do PIB deve ficar em torno de 4% até agosto, frustrando a expectativa de crescimento que havia em função da supersafra agrícola. “Nos últimos três anos, o Rio Grande do Sul já vinha crescendo, em geral, menos do que o Brasil. Com as enchentes, essa desigualdade irá aumentar”, acrescentou.

Brasil

Levando para o cenário nacional, o economista destacou o crescimento do PIB, de 2,4% no acumulado dos quatro últimos trimestres. “O crescimento foi muito baseado na formação de capital, o que denota investimentos em maquinários e infraestrutura, o que é uma boa notícia no cenário econômico de incertezas. Para o ano, a projeção é de um crescimento no PIB superior a 2%”, projetou. Lélis comentou, ainda, que o incremento do PIB está ancorado no consumo doméstico, já que as exportações ainda enfrentam dificuldades, especialmente diante da retomada da China e os altos índices de juros norte-americanos, que impactam fortemente no câmbio e impedem uma queda mais substancial na taxa SELIC brasileira, hoje em 10,5%.


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Redação

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