Bolsa sobe e dólar cai com dados da China

Friday, 16 August 2024
Já as vendas no varejo cresceram 2,7% no mesmo período, de acordo com o Escritório Nacional de Estatísticas.
Depois de ter alcançado ontem o maior valor em 2024, a Bolsa de Valores de São Paulo abriu o pregão desta sexta-feira (16) em alta de 0,79%, com o Ibovespa indo a 134.547,21 pontos.
O dólar iniciou o dia caindo bastante, com baixa de 0,81%, chegando a R$ 5,440, com dados da China que mostram alguma recuperação económica por lá. O turismo vai a R$ 5,691 (venda). A produção industrial no país que mais importa do Brasil aumentou 5,1% em julho em relação ao mesmo mês de 2023. Já as vendas no varejo cresceram 2,7% no mesmo período, de acordo com o Escritório Nacional de Estatísticas.
O que está acontecendo
O medo de que os Estados Unidos estariam entrando em recessão passou e desde então a Bolsa vive o chamado "rally de alta". Há oito pregões seguidos ela vem se valorizando dia a dia. Nesta quinta, o Ibovespa bateu um recorde histórico: chegou durante o pregão a 134.516,88 pontos, patamar nunca atingido desde a criação do índice em 1968. A pontuação mais alta anterior havia sido de 134.392 pontos, durante o pregão de 27 de dezembro de 2023, conforme dados da Economatica.
Mas logo na abertura de hoje, o Ibovespa já deixou novamente essa marca para trás. Dados nacionais ajudam. O IBC-Br mostrou hoje que a economia brasileira cresceu acima do esperado em junho. O Índice de Atividade Econômica do Banco Central, considerado a prévia do PIB (Produto Interno Bruto), avançou 1,4% em junho na comparação com maio e fechou o segundo trimestre com alta de 1,1%, em relação a janeiro, fevereiro e março. O mercado esperava uma alta de 0,50% no mês.
Por que a Bolsa vem subindo?
O mercado dá como certo um corte de juros dos EUA no início de setembro pelo Federal Reserve, o banco central de lá. Ontem dados mostram que a inflação americana está arrefecendo. Os gastos do consumidor americano tiveram alta de 1% em julho, de acordo com números ajustados pela sazonalidade, mas não pela inflação.
Por isso, o mercado agora não mais especula quando o Fed vai cortar juros. Mas quanto vai cortar. Juros menores nos Estados Unidos fazem os investidores tirar o dinheiro do Tesouro Americano. A aplicação mais segura do mundo paga as taxas do Fed. Se elas caem, os investidores saem em busca de melhor rentabilidade e vem para países como o Brasil. Mais dólares entrando no país, faz o real se valorizar, a inflação brasileira também diminui o passo e — como o Banco Central normalmente segue o Fed — aumentam as chances de cortes da Selic aqui também.