IPCA tem queda de 0,11% em agosto

Wednesday, 10 September 2025
Em 2025, os preços já subiram 3,15%.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), inflação oficial do país, registrou queda de 0,11% em agosto, de acordo com dados divulgados nesta quarta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O país teve deflação em agosto, com resultado 0,37 ponto percentual (p.p.) inferior à taxa de 0,26% registrada em julho. Ainda assim, a queda veio menor que a esperada pelo mercado, que previa deflação de 0,15%.
Com os dados de agosto, o IPCA acumula alta de 5,13% nos últimos 12 meses, acima da meta de 3% definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Em 2025, os preços já subiram 3,15%.
Em agosto, o grupo Habitação liderou a queda dos preços, recuando 0,90% no mês e reduzindo 0,14 p.p. no índice geral. Segundo o IBGE, é a menor variação para um mês de agosto desde o Plano Real, em 1994.
O destaque ficou por conta da energia elétrica residencial, que caiu 4,21% no mês devido à inclusão do Bônus de Itaipu nas faturas de agosto.
Por outro lado, o grupo de Educação ficou com a maior alta no índice, subindo 0,75% no mês.
Veja o resultado dos grupos do IPCA em agosto
Cinco dos nove grupos pesquisados pelo IBGE apresentaram queda:
- Habitação: -0,90%
- Alimentação e Bebidas: -0,46%
- Comunicação: -0,09
- Transportes: -0,27%
- Artigos de residência: -0,09%
Em agosto, quatro dos grupos pesquisados tiveram alta:
- Vestuário: 0,72%
- Despesas pessoais: 0,40%
- Educação: 0,75%
- Saúde e cuidados pessoais: 0,54%
Habitação, alimentação e transportes impulsionam a deflação
Ao contrário de julho, quando impulsionou a inflação, o grupo Habitação contribuiu para a deflação em agosto, principalmente devido à energia elétrica residencial, que caiu 4,21% no mês, reduzindo 0,17 p.p. no índice.
Vale lembrar que, em agosto, estava em vigor a bandeira tarifária vermelha patamar 2, que adicionou R$ 7,87 na conta e luz a cada 100 quilowatts-hora (kWh). Por outro lado, a incorporação do Bônus de Itaipu, creditado nas faturas emitidas no mês passado, trouxe um certo alívio.
Em agosto, os alimentos consumidos em casa, que já tinham caído 0,69% em julho, ficaram ainda mais baratos (-0,83%). Assim, o grupo Alimentação e Bebidas, de maior peso no índice do IBGE, registrou queda pelo terceiro mês seguido, com -0,46%, pelo terceiro mês seguido.
Entre os alimentos, os maiores recuos foram registrados no tomate (-13,39%), cebola (-8,69%), batata-inglesa (-8,59%), arroz (-2,61%) e café moído (-2,17%).
O preço da alimentação fora de casa também perdeu ritmo, passando de 0,87% em julho para 0,50% em agosto. O lanche caiu de 1,90% para 0,83%, e a refeição de 0,44% para 0,35%.
O grupo Transportes recuou 0,27%, a terceira maior queda do índice, influenciado pelas passagens aéreas (-2,44%) e pelos combustíveis (-0,89%). Em agosto, o gás veicular (-1,27%), a gasolina (-0,94%) e o etanol (-0,82%) ficaram mais baratos, enquanto o óleo diesel subiu 0,16%.
Jogos de azar, ensino superior e planos de saúdes mais caros
O grupo Educação avançou 0,75% em agosto, puxado pelos reajustes nos cursos regulares (0,80%), principalmente no ensino superior (1,26%) e no fundamental (0,65%). A alta nos cursos diversos (0,91%) foi impulsionada pelos cursos de idiomas (1,87%).
No Vestuário (0,72%), se destacaram roupas masculinas (0,93%) e calçados e acessórios (0,69%). O grupo Saúde e Cuidados Pessoais subiu 0,54%, com destaque para higiene pessoal (0,80%) e planos de saúde (0,50%).
Em Despesas Pessoais (0,40%), além do reajuste nos jogos de azar (3,60%), vigente desde 9 de julho, houve queda de 4,02% em cinema, teatro e concerto, por conta da Semana do Cinema.