Prévia do PIB despenca

Tuesday, 16 December 2025
Prévia do PIB recua 0,2% em outubro, puxada por indústria e serviços, e reforça cenário de desaceleração e chance de corte da Selic.
O Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB), registrou retração de 0,2% em outubro, frustrando a expectativa de alta do mercado. O resultado, o segundo negativo consecutivo, reforça o cenário de perda de tração da economia brasileira e adiciona um elemento para a análise do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre o ciclo de cortes de juros.
A desaceleração, segundo economistas, está em linha com o efeito da política monetária contracionista. Apesar disso, o mercado de trabalho ainda robusto e as medidas fiscais expansionistas podem sustentar a atividade adiante.
Para os analistas, o dado intensifica as discussões sobre os próximos passos da política monetária, indo de encontro com o ritmo de crescimento considerado positivo pela instituição. O cenário aponta para uma desaceleração já consolidada, embora ainda não intensa o suficiente para indicar uma recessão.
Queda disseminada nos setores
A queda no IBC-Br foi considerada disseminada, com destaque negativo para a indústria (-0,7%) e os serviços (-0,2%). Na contramão, a agropecuária avançou 3,1% na margem, atenuando parcialmente o resultado agregado. Sem o suporte do campo, o índice teria recuado 0,3% no mês.
Economistas apontam que a tendência é clara: os setores com maior dinamismo permanecem os não cíclicos, como a agropecuária, enquanto os segmentos mais cíclicos e sensíveis aos juros, como indústria e serviços, apresentam um arrefecimento mais forte, confirmando o impacto da política monetária.
Projeções
A deterioração da atividade, combinada à desinflação, reforça a expectativa do mercado de novos cortes na taxa Selic no primeiro trimestre do ano. As projeções de PIB para o quarto trimestre de 2025 variam entre estabilidade e alta moderada.
A expectativa para o crescimento do PIB no acumulado de 2025 é de que o ano encerre com uma alta entre 2,2% e 2,3%.