O mercado financeiro brasileiro enfrentou um dia de forte volatilidade nesta terça-feira (16). O Ibovespa, principal índice da B3, fechou em queda acentuada de 2,40%, aos 158.578 pontos. No câmbio, o dólar comercial avançou 0,73%, sendo negociado a R$ 5,46.

O movimento foi impulsionado por uma combinação de fatores políticos internos, sinalizações sobre a política monetária doméstica e dados de emprego vindos da maior economia do mundo.

Pesquisa eleitoral agita investidores

O principal gatilho doméstico foi a divulgação da nova rodada da pesquisa Genial/Quaest. Os dados apontam a liderança do presidente Lula em cenários de segundo turno para a próxima corrida presidencial:

• Cenário A: Lula 46% vs. 36% Flávio Bolsonaro (PL).

• Cenário B: Lula 45% vs. 35% Tarcísio de Freitas (Republicanos).

A percepção de continuidade das políticas atuais gerou ajustes rápidos nas carteiras de investimento, refletindo no desempenho negativo da bolsa.

Copom e a Taxa Selic

No campo monetário, a Ata do Copom reforçou a cautela do Banco Central. O documento indicou que os juros devem permanecer em patamares elevados por um período prolongado para assegurar a convergência da inflação à meta. Embora o órgão tenha reconhecido a desaceleração da atividade econômica, não houve qualquer sinalização sobre o início de um ciclo de cortes na taxa Selic, o que pressionou os ativos de risco.

Pressão externa: Payroll nos EUA

O cenário internacional também contribuiu para a aversão ao risco. O relatório de empregos dos Estados Unidos, o Payroll, registrou a criação de 64 mil vagas em novembro, superando a expectativa do mercado, que era de 50 mil.

Este aquecimento do mercado de trabalho americano reduz as chances de o Federal Reserve (Fed) iniciar o corte de juros já em janeiro, fortalecendo o dólar globalmente e atraindo capital para os títulos do Tesouro dos EUA.