Estoque da dívida pública atinge R$ 3,5 trilhões em fevereiro
Foto: Gustavo RaniereTuesday, 27 March 2018
Custo médio da Dívida Pública Mobiliária Federal interna é o menor de toda a série histórica
O estoque da Dívida Pública Federal (DPF) passou de R$ 3,528 trilhões em janeiro para R$ 3,582 trilhões em fevereiro — o que representa aumento, em termos nominais, de 1,53%. A variação deveu-se à emissão líquida, no valor de R$ 28,51 bilhões e à apropriação positiva de juros, no valor de R$ 25,55 bilhões.
A Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi) teve seu estoque ampliado em 1,50%, ao passar de R$ 3,405 trilhões para R$ 3,457 trilhões, devido à emissão líquida, no valor de R$ 28,91 bilhões, e pela apropriação positiva de juros, no valor de R$ 22,41 bilhões.
Com relação ao estoque da Dívida Pública Federal externa (DPFe), houve aumento de 2,23% sobre o apurado em janeiro, encerrando o mês de fevereiro em R$ 125,59 bilhões (US$ 38,70 bilhões).
As informações constam do Relatório Mensal da Dívida Pública Federal, divulgado nesta segunda-feira (26/03) pela Secretaria do Tesouro Nacional.
Em fevereiro 2018, com o índice de 10,01% ao ano, atingiu-se menor custo médio de emissão da Dívida Pública Federal desde abril de 2010, quando foi de 9,79%, conforme destacou a coordenadora de Operações da Dívida Pública, Márcia Tapajós, ao comentar o resultado.
Por sua vez, acrescentou, o custo médio de emissão da Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi), em 9,1% a.a., é o menor de toda a série histórica, isto é, desde dezembro de 2005, quando o índice passou a ser aferido. O mesmo custo médio de emissão da DPMFi caiu em fevereiro pelo décimo sétimo mês consecutivo.
Entre os fatores que contribuíram para as quedas em ambos os custos médios estão “a inflação mais baixa [que leva à tendência de redução da ‘taxa Selic’], o ambiente mais propício a menores taxas de juros e o ambiente macroeconômico em geral mais favorável”, observou o coordenador-geral de Planejamento Estratégico da Dívida Pública, Luiz Fernando Alves.
Emissões e Resgates
Em fevereiro, as emissões da DPF corresponderam a R$ 47,09 bilhões, enquanto os resgates alcançaram R$ 18,58 bilhões, resultando em emissão líquida de R$ 28,51 bilhões, sendo R$ 28,91 bilhões referentes à emissão líquida da DPMFi e R$ 400 milhões referentes ao resgate líquido da DPFe.
As emissões de títulos da DPMFi alcançaram R$ 47,09 bilhões, dos quais R$ 28,14 bilhões (59,76%) em papéis com remuneração prefixada; R$ 7,87 bilhões (16,71%) remunerados por índices de preços e R$ 11,01 bilhões (23,39%) em títulos indexados a taxa flutuante.
Composição
Em relação à composição da DPF, houve redução na participação da DPMFi, que passou de 96,52% no mês de janeiro para 96,49% em fevereiro. Já a participação da DPFe teve a participação ampliada em de 3,48% para 3,51%.
A parcela dos títulos com remuneração prefixada da DPF passou de 33,80% em janeiro para 34,33% em fevereiro. Já a participação dos títulos indexados a índice de preços diminuiu de 30,17% para 29,66%; enquanto a parcela dos títulos remunerados por taxa flutuante passou de 32,43% em janeiro para 32,38% em fevereiro.
Detentores
O grupo Previdência apresentou variação negativa em seu estoque, passando entre janeiro e fevereiro de R$ 850,54 bilhões para R$ 844,44 bilhões — o que corresponde à participação de 24,43%. As Instituições Financeiras, ao contrário, aumentaram o estoque e passaram de R$ 725,05 bilhões para R$ 759,23 bilhões, equivalentes a 21,96% do total.
Os Fundos de Investimento, atualmente o maior grupo de detentores, aumentaram o estoque e totalizaram R$ 945,39 bilhões em fevereiro, em participação que representa 27,35%. A participação dos Não residentes na DPMFi diminuiu ligeiramente, passando de 12,41% para 12,39%, enquanto o grupo Governo reduziu a participação relativa, de 4,47% para 4,40%. O estoque das Seguradoras permaneceu relativamente estável e encerrou o mês de fevereiro em R$ 133,96 bilhões.
Vencimentos e prazo médio
O percentual de vencimentos da DPF para os próximos 12 meses apresentou redução, passando de 17,93%, em janeiro, para 17,79%, em fevereiro, dentro do intervalo do PAF.
O volume de títulos da DPMFi a vencer em até 12 meses passou de 18,32%, em janeiro, para 18,18%, em fevereiro. Os títulos prefixados correspondem a 59,13% deste montante, seguidos pelos títulos indexados a taxa flutuante, os quais apresentam participação de 21,07% desse total.
O prazo médio da DPF apresentou redução, passando de 4,32 anos em janeiro para 4,27 anos em fevereiro.
Tesouro Direto
As emissões do programa Tesouro Direto em fevereiro atingiram R$ 1,186 bilhão, enquanto os resgates corresponderam a R$ 1,465 bilhão, o que resultou em resgate líquido de R$ 278,93 milhões.
O estoque alcançou R$ 47,311 bilhões, o que representa aumento de 0,15% em relação ao mês anterior. O programa concluiu o mês de fevereiro com o total de 1,98 milhão de investidores cadastrados. Apenas nos doze meses que vão entre março de 2017 e fevereiro de 2018, houve aumento de 58,9% na quantidade de investidores cadastrados.