Quer empreender no ramo de alimentos congelados
Foto: ReproduçãoMonday, 02 April 2018
O Sebrae tem valiosas dicas para quem deseja trabalhar com empresas de refeições pré-prontas, marmitas e outros tipos do mesmo modelo de negócio.
A partir da década de 80 os alimentos congelados passaram a ocupar um espaço importante no cardápio dos brasileiros, principalmente das classes média e alta, e em maior concentração em regiões onde a participação das mulheres no mercado de trabalho é grande. Os congelados tornaram-se uma opção para quem não quer, ou não pode dispor de tempo preparando seus próprios alimentos, mas também não abre mão de uma alimentação saudável e saborosa.
O congelamento é um eficiente sistema de conservação de alimentos. É considerado o melhor método de preservação dos mais variados produtos, mesmo daqueles tidos como perecíveis.
Para os donos de casa modernos, a aquisição de comida congelada tornou obsoleta a tarefa diária de cozinhar. Estes produtos ajudam na recepção de visitas inesperadas e eliminam o desperdício de comida, já que os pratos são retirados do freezer e aquecidos na quantidade certa para cada ocasião.
O empreendedor que tiver interesse em participar das oportunidades dessa área de negócios deve, em primeiro lugar, definir claramente o espaço em que deseja atuar. As oportunidades são amplas, porém, é importante uma análise sobre os nichos a serem explorados e a decisão sobre o público a ser atingido, geralmente composto por solteiros, casais jovens e pessoas que moram sozinhas. Desde comida light ou nutricionalmente balanceada para dietas até massas e pizzas, a oferta de alimentos congelados precisa agradar o perfil da demanda local.
Outra opção lucrativa é a produção de pães de queijo, salgados e tortas para lanchonetes, bares, cantinas escolares, quiosques, pontos de conveniência, restaurantes e buffets. Este mercado traz vantagens de escala e custos menores de negociação.
O setor está sujeito a uma intensa regulamentação e fiscalização da Agência de Vigilância Sanitária. As empresas devem detalhar no rótulo as informações nutricionais e a validade dos alimentos. É importante atentar para a temperatura de congelamento, que não pode ser superior a 18 graus negativos.
É importante lembrar que os consumidores de alimentos congelados são muito exigentes. Portanto, deve-se primar pela qualidade dos produtos, pelas condições de higiene e pela criatividade na escolha do cardápio.Além disso, a concorrência é forte, assim, as empresas precisam investir na segmentação de mercado, buscar novos nichos e oferecer produtos diferenciados.
A produção de alimentos de forma sustentável tem aparecido cada vez mais como missão de empresas do ramo alimentício, que vêem nesse posicionamento uma maneira de geração de resultados positivos nos aspectos econômicos, sociais e ambientais, tanto para a empresa como para a sociedade em que esta está inserida.
Relacionando-se a atividade de produção de alimentos congelados ao tema de sustentabilidade socioambiental, diversas são as ações que podem ser realizadas por estas empresas para se alinharem às tendências globais de consciência ambiental, tais como: contratação de mão de obra local, desenvolvimento de programas de qualidade de vida no trabalho, priorização de fornecedores que trabalhem com políticas de sustentabilidade, utilização de matérias primas orgânicas, sistema de coleta da água da chuva, uso racional de água, separação de resíduos para coleta seletiva, terceirização de coleta de óleo vegetal e de orgânicos para compostagem, tratamento de efluentes, utilização de embalagens recicláveis, dentre outras questões inovadoras que podem ser utilizadas nas políticas de engajamento econômico, social e ambiental das empresas.
Maiores informações podem ser obtidas por meio da elaboração de um Plano de Negócios. Para a construção deste Plano, consulte o SEBRAE de sua região.
Mercado
O mercado consumidor de alimentos congelados no Brasil apresenta demanda fortificada e crescente, tendo por base a característica de praticidade destes produtos, que já vêm cortados, limpos e pré-cozidos, bastando apenas fritá-los ou aquecê-los para consumi-los.
O Brasil é o país com o maior número de consumidores de alimentos congelados da América Latina. Atualmente, cerca de 61% dos brasileiros preferem a praticidade das refeições prontas congeladas. Entre a preferência nacional estão as marmitas congeladas e os menus prontos. Além disso, muitas marcas grandes do mercado passaram a reduzir o sódio e a gordura dos seus produtos, para atraírem mais clientes e potenciais consumidores.
Comidas saudáveis, refeições prontas e comidas congeladas estão ganhando mais espaço à mesa dos brasileiros. Em tempos de crise, o crescimento do setor é consequência do combinado de necessidades: dinheiro e tempo. De um lado, refeições prontas e comidas congeladas, são itens que funcionam no dia a dia em busca de alimentos mais econômicos. Por outro lado, também há mais mulheres trabalhando fora, menos lares com empregada doméstica e uma demanda maior de praticidade no preparo das refeições.
Segundo pesquisa da Associação Paulista de Supermercados (APAS), realizada em parceria com as empresas Nielsen e Kantar Worldpanel, a frequência de idas ao supermercado caiu 4,3% em 2015, se comparado a 2013. Com foco em economizar, o consumidor tem sacrificado, não apenas a ida ao supermercado, mas também o entretenimento e lazer fora de casa, preferindo programações caseiras. Assim, a comida congelada teve o papel redefinido e, tem sido uma boa oportunidade para negócios.
De acordo com a Kantar Worldpanel, a categoria de alimentação congelada cresceu 24% em faturamento e 17% em volume na comparação de 2014 com 2013. O consumidor passa a optar por novos atributos como preço e promoção, praticidade e conveniência e só depois aparece a marca, o que facilita a entrada de novas empresas na atividade.
A pesquisa Nacional Fiesp/Ibope Brasil Food Trends 2020 revela que são 34% de consumidores brasileiros de alimentos que, de maneira geral, levam uma vida corrida, trabalham em tempo integral e dispõem de pouco tempo para cuidar da casa, dos filhos e da alimentação da família. Estes se dividem igualmente entre as classes sociais A, B e C.
São diversos os segmentos que estão surgindo a partir dessa tendência de comidas congeladas, entre os quais é possível destacar a procura de alimentos funcionais, os produtos sem adição de glúten e/ou lactose e o crescimento de uma nova geração de produtos naturais que estão se sobrepondo ao segmento de produtos orgânicos. Além dos mercados vegetarianos e veganos.
Nesse contexto entram os pratos prontos congelados e as franquias que apostam nessa categoria, imergindo como uma opção inovadora para o empreendedor em busca de oportunidades para investir.
O ritmo atribulado do cotidiano e aumento do poder aquisitivo do brasileiro, auxiliado pelas inovações de soluções e variedade de produtos das indústrias do setor, juntamente com o barateamento de equipamentos tecnológicos de aquecimento de alimentos, fez com que o volume da procura por pratos congelados no país continue aumentando.
Os clientes diretos dos produtos de uma fábrica de alimentos congelados, normalmente, são hiper e supermercadistas, comerciantes de menor porte “de bairro”, restaurantes, lanchonetes, bares. Já o consumidor final são os clientes e frequentadores destes estabelecimentos ou ainda de uma loja de comercialização própria da empresa.
Soma-se a isto o fenômeno da interiorização do consumo, isto é, as cidades interioranas tem crescido exponencialmente seu consumo em alimentação. Essa é uma realidade que percorre o Brasil, alcançando 70,3% de tudo que foi consumido pelos brasileiros em 2016, pouco acima de R$ 2,7 trilhões em gastos. Esta análise é resultado da compilação dos dados de potencial de consumo dos municípios do Interior dos Estados, em comparação com o consumo nas Capitais, usando informações do IPC Maps entre 2015 e 2016, feito pela empresa especializada em informações de mercado, a IPC Marketing Editora. Este estudo mostra que esse fenômeno não é novo, e que vem se evidenciando especialmente desde 2015, quando a movimentação do consumo fora das Capitais bateu os 70%. Atualmente, resta às capitais estaduais 29,72%(correspondendo a R$ 1,16 trilhões) da potencialidade de consumo no País, uma participação que há pouco tempo rendia mais da metade do consumo nacional.
Com a renda nas mãos do consumidor, os dados analisados pelo IPC Maps indicam não só que a movimentação de recursos evoluiu pelas cidades interioranas. O estudo indica que o cenário de consumo urbano do País será puxado pela classe B e que responde por 42,9% , com 23,1% dos domicílios urbanos. Em contrapartida, a classe média (classe C) que mantém os 47,9% dos domicílios brasileiros, movimenta 33,6% do consumo . A classe D/E permanece abrigando 26,6% dos domicílios, perfazendo os mesmos 10,2% do consumo de 2015, ou R$ 167 bilhões atualizados.
No topo da pirâmide, a classe alta (A) elevou sua participação: dos 13,4% do consumo, correspondendo a R$ 484,5 bilhões, conquistado por 2,4% dos domicílios.
Os reflexos participativos regionais praticamente não se alteraram. A liderança no consumo é marcada pelo Sudeste registrando uma participação com 49%. O Nordeste com 19%, o Centro-Oeste 8,4%, o Sul 17,6% e o Norte do País subiu para 6%, em 2016. A alimentação responde por 17% do consumo sendo 11,8% no domicílio e 5,2% fora dele e 1,2% com bebidas.
Mercado Concorrente
O mercado concorrente atuante no Brasil apresenta-se bastante pulverizado e diverso, desde a presença de grandes fabricantes de alimentos congelados que atuam em todo o país, até pequenos produtores de alimentos congelados com produção quase que artesanal para atendimento ao mercado local.
A depender do modelo de negócios que a empresa escolher utilizar, com vendas a supermercados, estabelecimentos de food-service ou diretamente ao consumidor, fabricantes de diferentes portes e foco de mercado podem surgir como concorrentes.
Caso a fábrica deseje comercializar seus produtos diretamente ao consumidor em loja própria, lanchonetes e bares, os concorrentes diretos neste caso poderão ser as empresas de menor porte e locais, com produção principalmente de pratos prontos, pães e salgados.
No caso de estratégia de inserção no mercado de super e hipermercados e em estabelecimentos franqueados de grandes redes de alimentação, deve-se atentar às grandes corporações do mercado de congelados que atuam no país.
Merece atenção empresas que comercializam pela Internet e entregam no ponto do consumo que pode ser intermediário ou consumidor final.
As políticas adotadas pela empresa relacionadas à sustentabilidade, quando bem divulgadas através de ações de marketing ambiental que fortaleçam a imagem de uma organização preocupada com as questões ambiental, econômica e social, podem colocá-la em posição de destaque frente a seus concorrentes, já que o consumidor moderno, principalmente das classes A e B, valoriza mais a marca e paga mais pelos produtos de instituições preocupadas com estas questões. A empresa também pode atuar considerando questões de sustentabilidade econômica junto a seus concorrentes, através de ações de concorrência ética perante as outras empresas que atuam no mercado.
Mercado Fornecedor
Além dos produtos mais comuns, como salgados, empanados, hambúrgueres e massas, a linha de produtos congelados é cada vez mais extensa, encontrando-se no mercado até mesmo frutas e vegetais congelados.
Assim, o mercado fornecedor vai depender do tipo de alimento congelado que será comercializado.
Para uma fábrica de alimentos congelados que deseja se instalar no país, os principais fornecedores de insumos e material de operação são:
- Fabricantes de máquinas, equipamentos e utensílios como balanças, panelas, batedeiras industriais, liquidificadores, misturadores, formas para assar, fornos industriais, coifas, fritadeiras industriais, câmaras frias, estantes de congelamento, bandejas para estantes de congelamento, refrigeradores, mesas para produção, talheres, máquinas empacotadoras, ventiladores e aparelhos de ar condicionado;
- Fornecedores de matéria prima como frutas, verduras, vegetais, carnes, farináceos, laticínios, condimentos, óleos, gorduras;
- Fabricantes de ingredientes e aditivos como conservantes, estabilizantes, corantes, aromatizantes, leveduras, essências;
- Fabricantes de embalagens;
- Prestadores de serviço de assistência técnica especializada para os equipamentos e máquinas;
- Fornecedores de mobiliário;
- Fornecedores de equipamentos de tecnologia da informação;
- Fabricantes de produtos de limpeza;
- Fornecedores de material de expediente;
- Lojas de confecção de uniformes e aventais;
- Empresas de logística que se responsabilizam pela entrega no comprador.
- Quanto à presença destas empresas no país, estão disponíveis fornecedores de equipamentos de TI, fabricantes de produtos de limpeza, fornecedores de material de expediente, lojas de confecção de uniformes e fornecedores de mobiliário a nível local, já que estes não se configuram como fornecedores de equipamentos ou materiais necessários para a boa qualidade do que se chama a área principal do negócio da empresa, neste caso, a qualidade dos alimentos congelados.
Os fornecedores de frutas, verduras, legumes, carnes, farináceos, laticínios, condimentos, as principais matérias primas dos alimentos congelados, configuram-se como mercados municipais, sacolões e feiras livres, cooperativas de agricultores, frigoríficos, atacadistas e grandes supermercados, enfatizando-se a maior disponibilidade destes fornecedores e variedade de produtos oferecidos em maiores centros urbanos.
Quanto à disponibilidade de fornecedores de ingredientes e aditivos como conservantes, estabilizantes, corantes, aromatizantes, leveduras e essências, tem-se que o mercado é dominado por empresas multinacionais, com algumas exceções que se encontram principalmente no sudeste do país. No caso de uma empresa de pequeno porte destes ingredientes os mais utilizados são corantes, leveduras e essências, os quais podem ser adquiridos junto aos mesmos distribuidores de alimentos e grandes supermercados.
As máquinas, equipamentos e utensílios de refrigeração e cozinha industrial mais comuns e de menor custo, como balanças, panelas, liquidificadores, ventiladores e aparelhos de ar condicionado, além dos materiais de aço inoxidável, como formas para assar, mesas para produção, coifas, bandejas para estantes de congelamento e talheres podem ser adquiridos em lojas de equipamentos e utilidades para cozinhas industriais, disponíveis nas principais cidades do país. A maquinaria mais pesada – fornos, batedeiras industriais, misturadores, fritadeiras industriais, câmaras frias, estantes de congelamento, refrigeradores, máquinas empacotadoras, por exemplo – pode ser fornecida pelas próprias empresas fabricantes existentes no país, distribuidores ou as mesmas lojas de equipamentos e utilidades para cozinhas industriais, que representam diversas indústrias nacionais e importadas.
Levando-se em consideração os elementos de sustentabilidade, no momento da escolha dos fornecedores, pode-se priorizar a seleção de fornecedores locais como organizações regionais, agricultores e cooperativas para que a economia da região seja beneficiada com as atividades da empresa, uma prática socialmente justa. Da mesma forma, a preocupação com o meio ambiente também deve ser levada em consideração a partir da escolha por empresas cujas políticas e diretrizes sociais e ambientais estejam alinhadas com as suas, como escolha por fornecedores sustentáveis e certificados. A questão da sustentabilidade econômica também deve ser observada nas negociações com os fornecedores, que devem ser justas e apresentar viabilidade para ambas as partes do negócio.
Localização
No momento da escolha do ponto para localização da empresa deve-se primeiramente levantar a questão de como pretende ser sua configuração perante o mercado: se somente atuar através de uma fábrica com vendas por distribuidores e atacado, por exemplo, ou se contará ainda com um ponto comercial próprio para comercializar seus produtos.
No caso da atuação da empresa ser através de uma fábrica com vendas para distribuidores e atacado, a região de localização da fábrica de alimentos congelados deve priorizar a escolha por regiões periféricas aos municípios, as quais normalmente apresentam opções de compra ou aluguel de espaço de custo mais baixo do que em bairros residenciais e comerciais. Neste caso, não há necessidade de se localizar próximo ao mercado consumidor, mas se deve atentar à escolha por um local que tenha fácil acesso rodoviário para a chegada de fornecedores e transporte de mercadorias.
A localização da fábrica de alimentos congelados deve se atentar para as questões de autorização de instalação e aspectos relacionados a tratamento de resíduos.
Caso a fábrica opte por possuir um ponto comercial separado da unidade de produção, para que os produtos possam ser comercializados, deve-se dar preferência para instalação em zonas de grande concentração de pessoas, localizada estrategicamente no caminho de volta do trabalho para casa das pessoas, por exemplo. A escolha por bairros que tenham população residente e trabalhadores locais com o perfil que se pretende atingir e a observância da concorrência do local são outros fatores que podem acarretar em maior sucesso do empreendimento.
Algumas especificidades do imóvel devem ser observadas:
- As atividades a serem desenvolvidas no local devem respeitar o Plano Diretor do Município;
- A planta do imóvel deve estar aprovada pela Prefeitura do município;
- Custos de aquisição ou aluguel, impostos, taxas, assim como os custos para adaptar o imóvel para a realização de atividades de fabricação de alimentos congelados;
- Os pagamentos das taxas e impostos do imóvel em dia;
- O imóvel atende às necessidades operacionais referentes à localização, capacidade de instalação do negócio, possibilidade de expansão, características da vizinhança e disponibilidade dos serviços de água, luz, esgoto, telefone e internet.
- O ponto é de fácil acesso, possui estacionamento para veículos, local para carga e descarga de mercadorias e conta com serviços de transporte coletivo nas redondezas.
- O que a legislação local determina sobre o licenciamento das placas de sinalização e das questões ambientais.
- A escolha de local para a localização da empresa deve levar em consideração as questões de sustentabilidade cultural, através da observância do perfil do bairro ou da região em que se pretende instalar. Após a escolha do local, devem-se pesquisar as iniciativas ecológicas realizadas no bairro para se inserir no programa.
Exigências Legais e Específicas
No momento da escolha do município em que o estabelecimento irá se instalar, para que uma empresa possa iniciar suas atividades, diversas exigências estaduais e municipais devem ser observadas e seguidas para o sucesso da implantação do negócio. Para tanto, recomenda-se a contratação de um contabilista ou uma empresa de contabilidade para auxílio durante o processo.
As etapas para formalização da fábrica de alimentos congelados no país são:
- Registro da empresa na Junta Comercial do estado de instalação da fábrica, cujo processo normalmente inclui a emissão de alvará de funcionamento da prefeitura e do corpo de bombeiros, sem a necessidade de realizar os processos separadamente;
- Registro da empresa no CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica) da Secretaria da Receita Federal através do aplicativo Coleta web do portal http://www.receita.fazenda.gov.br;
- Cadastro na Previdência Social junto a Agência da Previdência Social do município da empresa e de seus responsáveis legais, para assim poder contratar pessoal (INSS/FGTS);
- Autorização junto a Secretaria do Estado da Fazenda para impressão de notas fiscais e autenticação de livros fiscais;
- Inscrição no cadastro de contribuintes do ICMS da Secretaria do Estado da Fazenda;
- Enquadramento na Entidade Sindical Patronal correspondente às atividades da empresa;
- Alvará sanitário de Indústria de Alimentos expedido pela VISA do estado de instalação da fábrica, a ser requerido com o envio dos seguintes documentos: requerimento da Divisão da Vigilância Sanitária (DVS), Contrato Social/Alterações, cópia atualizada de CNPJ (jurídica) ou CPF (física), Croqui de Localização, Taxa de Emissão do Alvará;
- Preenchimento do formulário de comunicação do início de fabricação de produtos dispensados de registro de acordo com a Resolução nº 23 de 15.03.2000 da Vigilância Sanitária, por se tratar de produtos alimentícios congelados, sendo que todos os produtos constantes do Anexo II da resolução referente devem ser registrados junto ao órgão de Vigilância Sanitária do Estado, do Distrito Federal ou do Município onde uma das unidades fabris da empresa esteja localizada;
- Confecção de um Manual de Boas Práticas e Procedimentos Operacionais padronizados, de acordo com a Resolução 216 de 2004 da ANVISA, que consiste em um documento que descreve de maneira fiel todos os cuidados que a empresa possui a fim de garantir a qualidade do alimento, sendo que este deve ser mantido em local acessível aos colaboradores e às autoridades sanitárias e atualizado constantemente conforme novas ações e mudanças realizadas. No manual deve-se indicar um responsável do corpo de colaboradores pelas atividades de manipulação de alimentos, implantação e manutenção das “Boas Práticas de Fabricação, Manipulação - BPFM, Controle de qualidade dos Alimentos” e do “Procedimento Operacional Padronizado – POP”, o qual deverá ter comprovadamente participado de cursos de capacitação nos temas “contaminantes alimentares”, “doenças transmitidas por alimentos”, “manipulação higiênica dos alimentos” e “boas práticas”;
- Registro de marca junto ao INPI (Instituto Nacional de Propriedade Intelectual) para que seja garantido o uso exclusivo da marca por seu detentor em todo o território nacional, e não somente a garantia de exclusividade de nome empresarial em seu Estado e para o mesmo ramo, serviço este garantido pela Junta Comercial no momento do registro empresarial. Uma série de documentos é exigida como cópias do Contrato Social e suas devidas alterações, cópia do cartão do CNPJ, assim como pagamento de taxa pelo serviço do Instituto, que irão variar de acordo com o pedido de registro de marca de produto, se de apresentação nominativa (palavras, letras ou algarismos), mista (elementos nominativos e figurativos), figurativa (desenho, imagem, formas) ou tridimensional (forma plástica distintiva) e se a característica do usuário (pessoa física, jurídica, microempresa).
- Em relação aos principais impostos e contribuições que devem ser recolhidos pela empresa, recomenda-se consultar um contador acerca da Lei Geral da Micro e Pequena Empresa (disponível em http://www.leigeral.com.br), em vigor a partir de 01 de julho de 2007.
Estrutura
A estrutura necessária para as atividades de fabricação de alimentos congelados depende principalmente do volume de produção a ser trabalhado e da variedade de produtos oferecida.
A estrutura básica para a organização do processo produtivo em questão compreende a compra e o depósito de matéria-prima, a área de produção, a área para estocagem dos produtos acabados, um escritório, e a gestão do espaço destinado a comercialização dos produtos anexo a fabrica, caso haja a opção de atendimento ao público desta maneira.
Para instalação de um negócio de produção de alimentos congelados de pequeno porte, com loja para comercialização dos produtos anexa a fábrica, sugere-se uma área de pelo menos 100m².
O depósito de matéria prima deve acondicionar de maneira adequada os vegetais, legumes, carnes, farináceos, laticínios, frutas, condimentos, dentre outros insumos utilizados para a fabricação dos alimentos. Deve possuir equipamentos adequados para a manutenção do que será estocado, como estantes, caixas, geladeiras, freezers, assim como ser gerenciado por um sistema de controle de entradas e saídas de produtos no estoque, contendo data de validade, data de entrada no estoque e identificação do fornecedor de cada matéria. Assim como os outros locais da fábrica, deve ser um ambiente seco, arejado e limpo. Atentar também para a questão de estoque de embalagens e rótulos.
A cozinha deve ter um layout de máquinas e mesas para fabricação dos alimentos de forma a organizar e agilizar o processo produtivo, permitindo livre circulação de pessoas e materiais. Deve acomodar todo o aparato para beneficiamento e preparo de alimentos como armários, pias, bancadas, mesas de preparo, balanças, fogões, fornos, fritadeiras, máquinas empacotadoras. Esta deve ser a área em que deve se ter maior atenção quanto às paredes, teto e chão, para que sejam de fácil limpeza e garantir a higiene, assim como deve ser uma área seca e arejada. Por demandar maior número de funcionários alocados e maquinário para as atividades, deve contar com aproximadamente 30 m². Importante ter área limpa de acesso a produção, que permita a higienização dos colaboradores quando forem para a atividade de produção.
A área de estocagem dos produtos acabados deve conter câmaras frias, estantes de congelamento, freezer, dentre outros equipamentos para a manutenção dos produtos a temperatura máxima de -18ºC, conforme estipula a regulamentação da Anvisa a respeito da conservação de alimentos congelados. Além disso, deve haver também um sistema de controle de entrada de produtos acabados no estoque final, com informações de data de entrada e validade do produto. A metragem da área dependerá do volume de produção estocada no local.
Um escritório deve ser disposto na fábrica para a realização dos trabalhos administrativos e financeiros e também para realização de atendimento a clientes e fornecedores, contendo aparatos básicos para o apoio as atividades, como computador com internet, telefone e mobiliário de escritório. Deve ser previsto áreas de vestiário e sanitários para os colaboradores, bem como área para descanso e alimentação.
No caso de opção por vendas de seus produtos em loja própria para funcionar anexa a fábrica ou em outra localização, esta deve contar com um espaço mínimo de 50 m². A loja deve contar com equipamentos refrigerados para disposição dos produtos ao público como balcões frigoríficos e balcões de resfriamento, assim freezers para manutenção de um pequeno estoque de produtos no caso do estabelecimento atuar em local separado da fábrica. Além disso, deve dispor de equipamentos e materiais utilizados para comércio como computador, equipamento de emissão de cupom fiscal, máquinas para pagamento através de cartões de crédito e débito, mobiliário adequado, dentre outros auxiliares.
Por se tratar de atividades de manipulação e preparo de alimentos, deve-se atentar a todo o momento pela limpeza e sanitização de todo o espaço da fábrica e loja, desde a cor de pintura dos ambientes para fácil identificação de sujeira à compra de lixeiras (diferenciadas pelo tipo de lixo) que não necessitam de toque para abertura. Dentre outras questões a serem levadas em consideração estão a opção por equipamentos e superfícies de fácil limpeza, colocação de telas nas janelas para impedir a entrada de insetos, caixas de gordura e de esgoto localizadas fora das áreas de preparo e de armazenamento de alimentos.
A estrutura da fábrica também pode estar alinhada com questões de sustentabilidade. Na questão ambiental pode-se investir na construção de uma estrutura para captação de água da chuva para ser utilizada nos sanitários e limpeza de pisos. Também pode ser utilizada a radiação solar para geração de eletricidade, energia limpa cuja utilização cresce conforme a conscientização da sociedade e a redução do preço dos equipamentos para a geração desta energia fotovoltaica. A luz do sol deve ser utilizada sempre que possível para iluminação interna dos recintos, o que demanda a construção de janelas e portas em locais que recebam o máximo de luminosidade durante o dia.
Pessoal
O pessoal alocado para a operacionalização do negócio de fabricação de alimentos congelados irá depender do porte da empresa e capacidade produtiva que esta pretende atingir, tanto em número de colaboradores quanto em nível de capacitação exigido para trabalhar na empresa. Uma fábrica de pequeno porte com estrutura sugerida anteriormente pode contar com o seguinte corpo de colaboradores:
Gerente: o gerente da empresa pode ser o proprietário ou um profissional contratado. Dentre suas atividades estão as administrativas, financeiras, controle da produção, controle de estoques de matéria prima e de produto acabado, prospecção de fornecedores e clientes. Também pode atuar na comercialização dos produtos em loja própria, caso haja.
Assistente da gerência: auxílio em todas as atividades competentes ao gerente relacionadas às questões financeiras, administrativas, de produção e estoques.
Nutricionista: Segundo a Vigilância Sanitária, sempre que uma empresa, pública ou privada, desenvolve atividades na área de alimentação e nutrição, é necessário que mantenha vínculo empregatício ou de prestação de serviços com nutricionista Responsável Técnico. Dessa maneira, o nutricionista poderá elaborar as receitas dos produtos, informações nutricionais, gerenciar projetos de desenvolvimento de produtos alimentícios, prestar assistência e treinamento especializado em alimentação e nutrição, controlar a qualidade dos produtos, além de supervisionar as regras de higiene.
Cozinheiro chefe: responsável pelo gerenciamento dos processos de produção, elaboração das refeições de acordo com o cardápio definido, coordenação das atividades dos demais colaboradores e juntamente com o nutricionista garantir a qualidade dos produtos e a limpeza dos ambientes.
Ajudante de cozinha: responsável por separar, lavar e manipular as matérias primas, auxiliar no processo de fabricação dos alimentos, organizar os utensílios, embalar os alimentos prontos, organizar o estoque de matérias primas e produtos acabados.
Ajudante geral: responsável pela lavação de utensílios e máquinas e pela limpeza de todo o ambiente da fábrica e loja.
Assistente de loja: responsável pelo controle de estoque da loja, venda dos produtos na loja, manipulação de dinheiro e outros meios de pagamento.
Para atender à configuração de estrutura disposta anteriormente, esta quantidade de funcionários mostra-se suficiente, porém, no caso de aumento de produção e variedade de produtos, a empresa deve dispor de mais profissionais alocados a estes cargos. Deve-se buscar contratar pessoas com experiência prévia na área e fornecer treinamento adequado para que as atividades possam ser realizadas com eficiência e os objetivos da empresa sejam alcançados. Uma das formas de permitir a ampliação de quadro com aumento de demanda é ter um cadastro de colaboradores eventuais.
Por se tratar de atividades relacionadas à alimentação, deve-se atentar para a manutenção de um espaço para a produção mais limpo possível, por isso recomenda-se o uso de uniformes, além de redes e toucas para os cabelos presos, não utilização de acessórios como brincos, pulseiras, anéis, aliança, colares e relógios.
No âmbito do pessoal da empresa, questões de sustentabilidade cultural e social devem ser levadas em conta. Deve-se dar preferência na contratação de pessoas que tenham os mesmos ou semelhantes valores culturais do empreendedor e que a empresa julga que sejam alinhados com os valores organizacionais. Importantes ações acerca de questões econômicas e morais também devem ser implantadas, como fornecimento de salários justos, tratamento digno baseado em relação de respeito, responsabilidade e transparência. Podem ser desenvolvidos, ainda, programas de treinamento e desenvolvimento profissional e pessoal, o que acaba por resultar melhoria da qualidade de vida dos funcionários. A utilização de EPI’s (Equipamentos de proteção individual) e uniformes, além de instruções sobre manuseio de máquinas e equipamentos, por exemplo, são formas de garantir segurança e saúde ocupacional e reduzir acidentes de trabalho.
A instrução aos colaboradores também deve tanger os aspectos de produção sustentável, com orientação voltada para a maximização dos recursos utilizados pela fábrica de alimentos, como o uso consciente de água, energia e produtos de limpeza e não desperdício de alimentos, fazendo uso do máximo que a matéria prima pode fornecer.
Equipamentos
Os principais equipamentos e aparatos tecnológicos utilizados para a operacionalização de uma fábrica de alimentos congelados, considerando uma estrutura inicial de pequeno porte e produção, são:
- Balanças;
- Batedeiras industriais;
- Processadores;
- Fogões industriais;
- Seladoras;
- Liquidificadores;
- Misturadores;
- Fornos industriais;
- Fritadeiras;
- Coifas;
- Câmaras frias;
- Estantes de congelamento;
- Refrigeradores;
- Máquinas empacotadoras;
- Ventiladores e aparelhos de ar condicionado.
Para um negócio com produção de maior escala e variedade de alimentos que exija equipamentos de maior especificidade e tecnologia apresentam-se as seguintes soluções adicionais aos tradicionais equipamentos citados anteriormente:
- Trituradores de resíduos;
- Máquinas de lavar copos, pratos, bandejas;
- Esguicho para lavagem;
- Expositores aquecidos;
- Chapas Quentes;
- Salamandras;
- Cozedores de Massa;
- Resfriadores rápidos;
- Processadores de alimentos;
- Extratores de sucos;
- Descascadores de batatas;
- Lavadora/centrifugadora de verduras e legumes;
- Carros plataforma;
- Carros tanque;
- Lava botas;
- Pia de higienização;
- Esterilizador de talheres;
- Veículo refrigerado no caso da realização de entrega dos produtos.
- Além do mais variados tipos de utensílios de cozinha.
O layout da área da fábrica para disposição dos equipamentos deve ser observado para que se possa realizar o processo de fabricação dos alimentos congelados da maneira mais eficiente possível. Itens como circulação de ar e de pessoas, instalação elétrica e iluminação também devem ser levados em consideração no momento da elaboração do croqui da disposição dos materiais e equipamentos da fábrica.
Importante ter guardado os manuais de operação dos equipamentos e ter acessível os contatos das empresas que podem fazer as manutenções corretivas e preventivas dos mesmos.
Deve-se observar a eficiência energética das máquinas no momento da compra através da coleta de informações com fabricantes e indicações de marcas e modelos por outras empresas, a fim de que haja economia de energia elétrica, o que gera economia e sustentabilidade econômica e ambiental.
Matéria Prima e Mercadoria
A gestão de estoques no varejo é a procura do constante equilíbrio entre a oferta e a demanda. Este equilíbrio deve ser sistematicamente aferido através de, entre outros, os seguintes três importantes indicadores de desempenho:
- Giro dos estoques: o giro dos estoques é um indicador do número de vezes em que o capital investido em estoques é recuperado através das vendas. Usualmente é medido em base anual e tem a característica de representar o que aconteceu no passado. Obs.: Quanto maior for a frequência de entregas dos fornecedores, logicamente em menores lotes, maior será o índice de giro dos estoques, também chamado de índice de rotação de estoques.
- Cobertura dos estoques: o índice de cobertura dos estoques é a indicação do período de tempo que o estoque, em determinado momento, consegue cobrir as vendas futuras, sem que haja suprimento.
- Nível de serviço ao cliente: o indicador de nível de serviço ao cliente para o ambiente do varejo de pronta entrega, isto é, aquele segmento de negócio em que o cliente quer receber a mercadoria, ou serviço, imediatamente após a escolha; demonstra o número de oportunidades de venda que podem ter sido perdidas, pelo fato de não existir a mercadoria em estoque ou não se poder executar o serviço com prontidão. Portanto, o estoque dos produtos deve ser mínimo, visando gerar o menor impacto na alocação de capital de giro. O estoque mínimo deve ser calculado levando-se em conta o número de dias entre o pedido de compra e a entrega dos produtos na sede da empresa.
As principais matérias primas para as atividades de fabricação de alimentos congelados são frutas, verduras, vegetais, carnes, farináceos, laticínios, condimentos, óleos, gorduras, ingredientes e aditivos como conservantes, estabilizantes, corantes, aromatizantes, leveduras, essências e embalagens para envolver os produtos prontos. Portanto, os principais fornecedores de matéria prima necessários ao projeto seriam os de alimentos e ingredientes como distribuidores de alimentos resfriados e secos, sacolões, feiras livres, cooperativas de agricultores, frigoríficos, e as indústrias de embalagens, principalmente plástica e de papel.
Conforme citado anteriormente na seção mercado fornecedor, há disponibilidade destes fornecedores em âmbito nacional assim como regional, possibilitando desta forma que o empreendimento conte com matérias primas frescas, sem necessidade de manutenção de grandes estoques, e soluções variadas e personalizáveis de embalagens para seu produto acabado. Gerenciar qualidade e garantia de entrega, em especial de fornecedores locais, é um dos desafios nesta atividade.
Considerando-se que a percepção do cliente sobre o produto gira em torno da qualidade do alimento congelado agregando questões como variedade de sabores e pratos, praticidade da embalagem para preparo e preço a ser pago pelo produto, os cuidados do empresário vão desde decisões internas, como escolha dos fornecedores e design das embalagens, passando pelo processo produtivo como o cuidado na manipulação dos alimentos, à supervisão de questões que não dependem da empresa, como a disposição dos produtos nos pontos de venda. Todo este ciclo é que agregará valor ao negócio e fará com que a escolha do cliente seja pelo produto de sua fabricação ou de um concorrente.
Na escolha das matérias primas para a produção dos alimentos, a fim de atuar como um agente participante de uma cadeia ambientalmente sustentável, pode-se optar por fornecedores de matéria prima orgânica ou produzida de forma sustentável, principalmente frutas e verduras sem agrotóxico e leite orgânico. Outra ação de responsabilidade para com a saúde da população pode ser a opção de reduzir a utilização por conservantes, corantes, acidulantes, que consistem em produtos artificiais para que os produtos se conservem por mais tempo, tenham uma cor mais atraente ou modificadores de sabor, por exemplo.
Para que a empresa posicione seus produtos como sustentáveis, os cuidados que devem ser seguidos giram desde a composição da ficha técnica dos pratos e alimentos a serem produzidos para congelamento, escolha dos fornecedores, a sustentabilidade do processo produtivo, opção pela embalagem, até o meio de transporte utilizado pela empresa ou por seus distribuidores para colocar o produto a disposição de seus consumidores. O processo ideal para que a fábrica de alimentos congelados se configure como sustentável é longo e demanda cautela além da observação de detalhes, porém, a configuração sócio ambientalmente responsável da empresa, quando de conhecimento público, seguramente agrega valor aos produtos.
Importante identificar fornecedores próximos ao seu empreendimento, pois a construção do encadeamento produtivo local abre portas para outras parcerias.
Organização do Processo Produtivo
O processo produtivo de uma fábrica de alimentos congelados pode ser dividido nas seguintes etapas:
- Compra da matéria prima;
- Rotulagem e estocagem da matéria prima;
- Produção de alimentos;
- Congelamento ou resfriamento dos alimentos produzidos acondicionados em embalagens ou diretamente em bandejas de congelamento/resfriamento;
- Inserção dos produtos em embalagem final;
- Armazenagem dos produtos prontos para venda;
- Distribuição dos produtos para os canais de distribuição e venda. Esta etapa pode ser realizada pela empresa ou pelos próprios distribuidores e deve ocorrer utilizando-se veículos adequados que permitam a conservação da temperatura e qualidade dos produtos.
- A fim de minimizar o impacto ambiental causado durante o processo produtivo de fabricantes de alimentos é pertinente que, além do consumo racional de insumos utilizados no processo, as organizações invistam em sistemas de captação da água da chuva para utilização em sanitários e limpeza de piso ou ainda considerem o tratamento e reutilização de efluentes das etapas do processo produtivo.
Uma ação que pode ser adotada é o descarte ecologicamente correto do óleo utilizado no preparo dos alimentos através da contratação de empresas que realizam o serviço de coleta de óleo vegetal, aplicando para este resíduo a destinação correta ao seguir todas as normas e exigências ambientais pertinentes, o que evita seu depósito em pias que acabam por entupir as tubulações e agredir o meio ambiente ao chegar ao local de destinação final da rede, muitas vezes o oceano. A contratação de empresas que coletam a matéria orgânica restante do processo para fins de compostagem, também surge como interessante alternativa para reduzir o impacto ambiental causado pelas atividades da organização.
Outra questão a ser considerada é a adoção de embalagens recicláveis para armazenagem dos produtos para venda, como embalagens plásticas ou de papel, que consistem nos materiais de mais rápida decomposição no ambiente e que podem ser utilizados mais facilmente em processos de reciclagem para transformação em outros materiais.
Em uma pequena fábrica de alimentos congelados também faz parte do processo de trabalho a gestão administrativa da empresa, negociações com fornecedores e compradores, gestão de pessoal, divulgação, entre outros.
Automação
Uma empresa informatizada tem grandes chances de obter destaque perante seus concorrentes à medida que seus processos são facilitados, uma vez que a tomada da decisão é assegurada pelas informações contidas no software, a produtividade aumenta e os gastos são diminuídos.
Para as atividades da empresa, algumas soluções são conteúdo indispensável do software a ser escolhido:
- Cadastramento de clientes e fornecedores;
- Controle do estoque e validade de produtos;
- Emissão de pedido a cozinha;
- Controle dos dados sobre faturamento/vendas, gestão de caixa e bancos (conta corrente);
- Organização de compras e contas a pagar;
- Emissão de relatórios gerenciais;
- Outros.
Além de automação de atividades na linha do processo produtivo, cada vez mais utilizado em diversas máquinas. Outra área onde as ferramentas de tecnologia da informação e comunicação podem contribuir para ganhos de produtividade e qualidade são sensores.
Para a escolha do software mais adequado para suas necessidades empresariais, o empresário deve levar em consideração, além do conteúdo mínimo de necessidade da empresa, outras questões como os custos e período da licença de funcionamento, disponibilidade de serviço de manutenção e treinamento para utilização do software além da credibilidade do fornecedor.
Distribuição
Diferentes canais de distribuição e venda podem ser utilizados para inserção no mercado de um produtor de alimentos congelados, cuja escolha irá variar de acordo com as estratégias traçadas pelo empreendedor, porte e capacidade produtiva da empresa.
Uma fábrica de alimentos congelados de pequeno porte pode optar por distribuir seus produtos através de venda direta em estabelecimento próprio, realização de entrega a domicílio ou ainda pela internet (sites e redes sociais). Esta configuração mostra-se viável aos iniciantes, pois não demanda uma quantidade elevada de produção e não incorre em altos custos de operação.
No caso de maior variedade de produtos oferecidos e maior capacidade produtiva, pode-se utilizar de restaurantes, comerciantes “de bairro”, lojas de produtos naturais e lanchonetes como canal de distribuição, o que gera maiores custos com operação, principalmente com logística de distribuição e investimentos para aumento da produção.
Para atendimento a mercados e supermercados, a empresa deve contar com uma capacidade produtiva elevada, que possa sustentar a alta e exigente demanda dos consumidores, já que a concorrência serão as grandes corporações do mercado, que possuem alta capacidade produtiva, grande variedade de produtos e preços baixos. Além disso, os custos com marketing crescem exponencialmente à medida que, além dos valores desembolsados para entrar em grandes redes varejistas, deve-se investir também na promoção dos produtos para cativar o consumidor final destes estabelecimentos e no valor agregado do produto.
Investimento
O investimento inicial para as atividades de uma fábrica de alimentos congelados dependerá de seu porte, da capacidade produtiva que se deseja trabalhar e da escolha por aquisição de terreno e construção de unidade fabril ou aluguel de espaço para as atividades.
Em geral, para a abertura de uma fábrica de alimentos congelados de pequeno porte no país estima-se o valor de investimento considerando-se os itens de custos de abertura de empresa como as taxas pagas para registro e alvará, aquisição de equipamentos e de tecnologia, maquinário, móveis e capital de giro inicial para aportar os gastos antes do início das vendas, como contratação de funcionários, compra de estoque inicial, materiais de propaganda e marketing, pagamento do primeiro aluguel do local de instalação e obras para adaptação do imóvel.
Dessa maneira, levando-se em consideração um imóvel alugado de aproximadamente 100 m², o custo de investimento para a abertura de uma fábrica de alimentos congelados girar na faixa de R$ 50 a 100 mil, dependendo do local e porte.
Deve ser destacado que nos dias de hoje a alternativa de aluguel tem sido utilizada, devido a significativa oferta de imóveis, que tem abaixado este custo. Importante que no caso do aluguel é importante ver se as instalações estão nos termos previstos pela vigilância sanitária, pois caso contrário exigirá custos de reforma.
Apesar de algumas medidas utilizadas para diminuir o consumo de insumos (alimentos, água, energia elétrica, produtos químicos) utilizados nas atividades de uma fábrica de alimentos demandarem um investimento maior em máquinas e procedimentos, é possível gerar um ganho posterior muito maior com a possibilidade de aproveitar a imagem de empresa sustentável e ecologicamente consciente. Isso porque principalmente a população dos grandes centros e das classes A e B, e consequentemente as empresas que os atendem, acabam preferindo produtos e serviços que apesar de mais caros, não agridem o meio ambiente, respeitam a sociedade e a natureza. Como no caso dos produtos orgânicos, as indústrias de alimentos que já possuem práticas sustentáveis são economicamente viáveis.
Capital de giro
Capital de giro é o montante de recursos financeiros que a empresa precisa manter para garantir fluidez dos ciclos de caixa. O capital de giro funciona com uma quantia imobilizada no caixa (inclusive banco) da empresa para suportar as oscilações de caixa. O capital de giro é regulado pelos prazos praticados pela empresa, são eles: prazos médios recebidos de fornecedores (PMF); prazos médios de estocagem (PME) e prazos médios concedidos a clientes (PMCC). Quanto maior o prazo concedido aos clientes e quanto maior o prazo de estocagem, maior será sua necessidade de capital de giro.
Portanto, manter estoques mínimos regulados e saber o limite de prazo a conceder ao cliente pode melhorar muito a necessidade de imobilização de dinheiro em caixa. Se o prazo médio recebido dos fornecedores de matéria-prima, mão-de-obra, aluguel, impostos e outros forem maiores que os prazos médios de estocagem somada ao prazo médio concedido ao cliente para pagamento dos produtos, a necessidade de capital de giro será positiva, ou seja, é necessária a manutenção de dinheiro disponível para suportar as oscilações de caixa. Neste caso um aumento de vendas implica também em um aumento de encaixe em capital de giro. Para tanto, o lucro apurado da à necessidade do caixa. Se ocorrer o contrário, ou seja, os prazos recebidos dos fornecedores forem maiores que os prazos médios de estocagem e os prazos concedidos aos clientes para pagamento, a necessidade de capital de giro é negativa.
Neste caso, deve-se atentar para quanto do dinheiro disponível em caixa é necessário para honrar compromissos de pagamentos futuros (fornecedores, salários e encargos, impostos). Portanto, retiradas e imobilizações excessivas poderão fazer com que a empresa venha a ter problemas com seus pagamentos futuros. Um fluxo de caixa, com previsão de saldos futuros de caixa deve ser implantado na empresa para a gestão competente da necessidade de capital de giro. Só assim as variações nas vendas e nos prazos praticados no mercado poderão ser geridas com precisão.
O montante a ser destinado para capital de giro da empresa deve levar em consideração principalmente os valores a serem desembolsados na compra de matéria prima e a periodicidade das compras, por ser esta ser a principal relação de fornecimento que a fábrica possui, assim como o valor da folha de pagamento da empresa, por ser um dos principais custos fixos incorridos da operacionalização do negócio. Juntamente com a organização e estimativa destes custos, é importante que se estime o faturamento que os clientes geram a empresa semanal, mensal e bimestralmente, para que dessa maneira possa ser reservado um valor monetário mais exato possível para a realização das atividades da fábrica de forma financeiramente autônoma. O capital de giro médio necessário para as atividades de uma fábrica de alimentos congelados, conforme porte e produção anteriormente especificada é de cerca de R$ 10.000,00/mensal. Recomenda-se que se tenha como reserva de capital de giro um valor que atenda de 3 a 6 meses desde o início das operações. E porque este período? Como já dito, no início das atividades não é habitual se conseguir prazo de pagamento de fornecedores, o que exige recursos para comprar as matérias primas antes de rodar as primeiras vendas. Em contrapartida a maioria das compras de alimentos hoje se fazem com cartão, que implica num recebimento de no mínimo 30 dias após o fornecimento.
Daí a importância de se ter um capital de giro para evitar sustos!
Custos
Custos são gastos incorridos relacionados à produção do bem que a fábrica se propõe a realizar. Estes custos podem ser divididos em fixos e variáveis, sendo custos fixos os que ocorrem todos os meses independente da quantidade de alimentos congelados produzidos e custos variáveis os que ocorrem na proporção da quantidade produzida, ou seja, variam de acordo com o volume de produção.
Dentre os custos fixos podem-se considerar despesas com telefone, internet, aluguel, condomínio, água, luz, assessoria jurídica e contábil, marketing, manutenção e limpeza do local, salários, encargos sociais, dentre outros. E parte dos salários da equipe, em especial aqueles que não estão diretamente vinculados a atividade de produção.
Os custos variáveis compreendem os gastos com compras de todos os insumos do processo, como frutas, verduras, carnes, farináceos, laticínios, legumes, embalagens, gastos com logística para entrega dos produtos, além de impostos e despesas financeiras com cartões de crédito. E gastos de pessoal quando se vincula remuneração a produção.
Estima-se que os custos totais mensais de uma fábrica de alimentos congelados de pequeno porte giram em torno de R$ 10.000,00 a R$ 15.000,00, dependendo muito do número de colaboradores que se tenha a ter no início das atividades.
Devem-se observar algumas questões para que a relação entre receitas e custos possa resultar em um quociente positivo, dentre eles:
- Negociar valores de insumos e prazos mais extensos para pagamento junto aos fornecedores;
- Evitar gastos e despesas desnecessárias;
- Manter equipe de pessoal enxuta;
- Reduzir a inadimplência, através da utilização de cartões de crédito e débito.
É comum iniciar no ramo de produtos congelados por meio de encomendas, onde muitas vezes partes destes custos podem ser assimilados pelo comprador, onde disponibilizar produtos congelados vira quase como um serviço, como no caso de cozinheiras que vão as casas e preparam determinados pratos de um cardápio previamente divulgado e de conhecimento do comprador, e para um determinado período, que pode ser para uma semana, um mês. Outro tipo de encomenda, muito comum no ramo de pizza, é a divulgação sobre o produto e receber as encomendas por telefone e internet, o que reduz necessidades de grandes investimentos e risco de desperdício.
Esta é uma atividade em que começar via encomendas, ajuda a aprender e gerar receita para posterior uso no negócio.
Uma mudança para uma fábrica de alimentos congelados sustentável implicaria na adoção de novos sistemas e alterações de certos processos. Apesar de representar gastos em equipamentos, que teriam que ser de alta eficiência energética, estas modificações resultariam ao longo do tempo na diminuição de custos variáveis como água e energia e também redução de gastos com compra de produtos de limpeza e inclusive de matérias primas alimentares, tornando o empreendimento ainda mais viável economicamente.
Agregação de valor
Algumas ideias de diversificação do negócio em relação aos demais fabricantes de comidas congeladas podem tanger o aspecto da embalagem do produto, a funcionalidade do alimento ou as opções inovadoras de pratos oferecidos, o canal de venda utilizado para comercialização dos produtos e o que se deve despender maiores esforços, a sustentabilidade.
O mercado de congelados apresenta enorme variedade de alimentos do segmento fast food como salgados, pizzas, hamburgers, batatas fritas e lasanhas, porém há demanda crescente por alimentos que apresentem a praticidade do congelado, mas que também apresentem funcionalidade e uma alternativa de alimentação dietética, saudável e gourmet. Nesse sentido, a agregação de valor pode vir através da substituição de gorduras nocivas como as trans-saturadas pelas benéficas como as do tipo ômega. Também pode agregar valor a elaboração de alimentos naturais, soluções para diabéticos ou inclusive produzidos com matérias primas orgânicas. Outra alternativa é a elaboração de congelados no estilo “prato pronto”, em que o produto consiste em um prato já composto por alimentos de diversos grupos alimentares, que proporcionarão uma refeição completa na questão dos nutrientes necessários (funcionalidade) e balanceada.
Aqui existe um grande espaço de criação!
A diversificação dos pratos oferecidos também pode agregar valor aos produtos, podendo-se trabalhar com uma linha de alimentos congelados infantis, típicos de diferentes regiões do Brasil ou de distintos países do mundo, por exemplo, apostando na inovação para atrair os consumidores.
A embalagem também pode se tornar um diferencial competitivo pela questão visual, pela praticidade de preparo do alimento e por aspectos de sustentabilidade. A depender da ideia que o produto e a empresa desejam passar, pode-se adotar um design de embalagem que transmita a ideia de tradicionalismo que remeta ao conceito de comida caseira, ou um envoltório moderno e de estilo arrojado, que chame atenção do consumidor por diferenciar-se dos demais. A praticidade de preparo dos alimentos também deve ser levada em consideração na escolha do estilo e material da embalagem, já que esta pode servir como recipiente para aquecimento em forno e microondas e também de prato para o consumo, sendo que envoltórios que permitem que o produto vá diretamente do freezer ao forno e depois à mesa mostram-se ainda mais interessantes do que as que somente servem de recipiente para quando o alimento está congelado.
A questão da sustentabilidade da embalagem é outro ponto que pode ser percebido como uma forma de agregar valor ao produto. Além do apelo da mídia pela questão ambiental, diversos municípios já realizam a coleta seletiva em que deve ser feita a separação de lixo seco e reciclável para coleta, o que acaba por conscientizar a população a optar por embalagens recicláveis no momento da compra de alimentos.
Outra forma criativa de se posicionar no mercado é através da utilização de canais de venda que propiciem ainda mais comodidade e praticidade ao consumidor final como, por exemplo, a venda de pratos pela internet através de portal de compras no website da empresa ou encomendas por telefone que possibilitem o serviço de entrega expressa em domicílio e escritórios.
A partir da utilização de maquinário, processos e atividades que busquem reduzir os impactos ambientais na sociedade e no meio ambiente, como utilização de menos energia, tratamento eficaz dos resíduos e utilização de parte da matéria prima orgânica, pode-se gerar um grande valor agregado para a empresa assim como ocorre para os produtos orgânicos, cujos preços chegam a mais de 50% do produto comum. A questão da agregação de valor através do posicionamento sustentável da empresa deve ser seu foco perante o mercado, porém a sustentabilidade econômica somente ocorrerá se os clientes realmente receberem e perceberem o valor do produto pelo qual estão pagando, sem que sejam enganados com falsa propaganda. Para a efetividade deste posicionamento é imprescindível a consideração do retorno dos clientes sobre a questão “O cliente realmente recebe benefícios e percebe a diferenciação dos produtos sustentáveis em troca do que está adquirindo?”.
Divulgação
A depender do porte da empresa, da capacidade produtiva e do canal de distribuição escolhido para atingir seu público alvo, diferentes são as formas de divulgação dos produtos da empresa.
No caso de distribuição através de venda direta em estabelecimento próprio ou através de comerciantes “de bairro” a pequena fábrica de alimentos congelados poderá se utilizar de panfletos a serem distribuídos de forma dirigida, em locais de grande circulação de pessoas próximos ao seu estabelecimento e ao comércio que possui seus produtos para venda, ou ainda entregues em escritórios e residências.
Caso opte por atender restaurantes, lanchonetes e bares, a empresa pode realizar publicações em revistas dirigidas ao setor, prospectar seus clientes através de telefonemas, emails e visitas a estes estabelecimentos, enviar amostras de seus produtos, ou até mesmo oferecer soluções de alimentos congelados personalizados para a necessidade do estabelecimento, não sendo necessários grandes esforços em divulgação para o consumidor final, ou seja, o cliente destes locais, já que os produtos da empresa servirão como insumos para o oferecido pelos restaurantes, lanchonetes e bares.
Para atendimento a mercados e supermercados, a empresa deve possuir uma capacidade produtiva importante pela demanda por grandes quantidades, e caso se configure desta maneira, a divulgação deve ser voltada principalmente ao consumidor final, através de degustações nos estabelecimentos e iniciativas de marketing em outdoor, revistas, jornais, televisão e inserção da empresa em redes sociais.
Independentemente do porte e do canal de distribuição que pretende utilizar, é indispensável para a empresa que possua um site na internet para identificação institucional e divulgação de produtos, o qual deve constar em listagens de sites de busca gerais e específicos para o ramo de alimentação.
As alternativas disponíveis para uma empresa do ramo de divulgação “sustentáveis” giram principalmente em torno do marketing por internet, através de site próprio, perfis para comunicação e promoções em redes sociais e e-mail marketing, por exemplo, que se configuram como maneiras de baixo custo, não poluentes e que consegue atingir como poucos outros meios um grande contingencial de pessoas.
E nunca esquecer que nesta atividade a propaganda boca a boca vale muito.
E nesta linha, divulgação dos produtos por digital influencers, principalmente aqueles(as) que seguem a linha fitness e de alimentação saudável e que possuem muitos seguidores, pode ser muito eficaz.
Informações fiscais e tributárias
O segmento de ALIMENTOS CONGELADOS, assim entendido pela CNAE/IBGE (Classificação Nacional de Atividades Econômicas) 1096-1/00 como produção e comercialização de pratos prontos congelados à base de carnes, aves, peixes, vegetais, massas e de salgadinhos, poderá optar pelo SIMPLES Nacional - Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas ME (Microempresas) e EPP (Empresas de Pequeno Porte), instituído pela Lei Complementar nº 123/2006, desde que a receita bruta anual de sua atividade não ultrapasse a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) para micro empresa R$ 3.600.000,00 (três milhões e seiscentos mil reais) para empresa de pequeno porte e respeitando os demais requisitos previstos na Lei.
Nesse regime, o empreendedor poderá recolher os seguintes tributos e contribuições, por meio de apenas um documento fiscal – o DAS (Documento de Arrecadação do Simples Nacional), que é gerado no Portal do SIMPLES Nacional (http://www8.receita.f azenda.gov.br/SimplesNacional/):
- IRPJ (imposto de renda da pessoa jurídica);
- CSLL (contribuição social sobre o lucro);
- PIS (programa de integração social);
- COFINS (contribuição para o financiamento da seguridade social);
- ICMS (imposto sobre circulação de mercadorias e serviços);
- INSS (contribuição para a Seguridade Social relativa a parte patronal).
Conforme a Lei Complementar nº 123/2006, as alíquotas do SIMPLES Nacional, para esse ramo de atividade, variam de 4% a 11,61%, dependendo da receita bruta auferida pelo negócio. No caso de início de atividade no próprio ano-calendário da opção pelo SIMPLES Nacional, para efeito de determinação da alíquota no primeiro mês de atividade, os valores de receita bruta acumulada devem ser proporcionais ao número de meses de atividade no período.
Se o Estado em que o empreendedor estiver exercendo a atividade conceder benefícios tributários para o ICMS (desde que a atividade seja tributada por esse imposto), a alíquota poderá ser reduzida conforme o caso. Na esfera Federal poderá ocorrer redução quando se tratar de PIS e/ou COFINS.
Se a receita bruta anual não ultrapassar a R$ 60.000,00 (sessenta mil reais), o empreendedor, desde que não possua e não seja sócio de outra empresa, poderá optar pelo regime denominado de MEI (Microempreendedor Individual) . Para se enquadrar no MEI o CNAE de sua atividade deve constar e ser tributado conforme a tabela da Resolução CGSN nº 94/2011 - Anexo XIII (http://www.receita.fazenda.gov.br/legislacao/resolucao/2011/CGSN/Resol94.htm ). Neste caso, os recolhimentos dos tributos e contribuições serão efetuados em valores fixos mensais conforme abaixo:
I) Sem empregado
- 5% do salário mínimo vigente - a título de contribuição previdenciária do empreendedor:
- R$ 1,00 mensais de ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias;
II) Com um empregado: (o MEI poderá ter um empregado, desde que o salário seja de um salário mínimo ou piso da categoria)
O empreendedor recolherá mensalmente, além dos valores acima, os seguintes percentuais:
- Retém do empregado 8% de INSS sobre a remuneração;
- Desembolsa 3% de INSS patronal sobre a remuneração do empregado.
Havendo receita excedente ao limite permitido superior a 20% o MEI terá seu empreendimento incluído no sistema SIMPLES NACIONAL.
Para este segmento, tanto ME, EPP ou MEI, a opção pelo SIMPLES Nacional sempre será muito vantajosa sob o aspecto tributário, bem como nas facilidades de abertura do estabelecimento e para cumprimento das obrigações acessórias.
Fundamentos Legais: Leis Complementares 123/2006 (com as alterações das Leis Complementares nºs 127/2007, 128/2008 e 139/2011) e Resolução CGSN - Comitê Gestor do Simples Nacional nº 94/2011.
Normas técnicas
As normas técnicas são documentos de uso voluntário, utilizados como importantes referências para o mercado.
As normas técnicas podem estabelecer requisitos de qualidade, de desempenho, de segurança (seja no fornecimento de algo, no seu uso ou mesmo na sua destinação final), mas também podem estabelecer procedimentos, padronizar formas, dimensões, tipos, usos, fixar classificações ou terminologias e glossários, definir a maneira de medir ou determinar as características, como os métodos de ensaio.
As normas técnicas são publicadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT. Não existem normas técnicas que regulamentem este segmento empresarial.
Dicas de negócio
Algumas dicas devem ser levadas em consideração para o sucesso da operação e inserção no mercado dos produtos da fábrica de alimentos congelados:
- Não negligenciar na qualidade dos produtos utilizados como matéria- prima;
- Dispor de serviços que ofereçam comodidade aos clientes – canais de pedidos e serviços de entrega;
- Ouvir os clientes através de pesquisa e adequar serviços e produtos às expectativas;
- Implantar um bom sistema de gerenciamento da empresa com planejamento e acompanhamento do desempenho, visando a sustentabilidade e boa performance do negócio.
O segredo deste tipo de negócio está no acompanhamento constante do empresário junto ao processo produtivo. A administração rigorosa da cozinha, em busca de qualidade e economia, garante o padrão de desempenho desejável. Alguns temperos como pimenta doce, canela, gergelim e gengibre proporcionam sabores diferenciados à comida e agregam valor ao serviço, sem elevar os custos.
Para elevar a produção dos pratos, o empreendedor precisa desenvolver parcerias com canais de distribuição do varejo como supermercados e lojas de conveniência. Também deve ficar atento às exigências legais referentes à rotulagem, prazo de validade, embalagem, condições de armazenamento e transporte, manipulação de produtos e demais quesitos estabelecidos pelos órgãos responsáveis. Uma boa opção para quem está abrindo o negócio é alugar os equipamentos de cozinha, ao invés de adquirir diretamente. O aluguel reduz em até dez vezes o investimento inicial e permite ao empreendedor testar a receptividade do mercado consumidor. Outra dica é adaptar o cardápio aos costumes regionais. Por exemplo, para cidades litorâneas, convêm reforçar as opções de pratos com frutos do mar. Já para cidades do interior, pode-se utilizar mais carnes e frangos.
Estas adaptações, além de agradar mais aos clientes, ajudam na redução de custos e estimulam a economia regional.?
Seguem ainda dicas acerca do processo de congelamento dos alimentos:
- Não congelar receitas à base de maisena, gelatina pura, maionese, claras cozidas ou em neve, gema crua, ovo cozido, vegetais crus, creme de chantilly, iogurte, folhas de verduras e frutas, banana e pêra d’água.
- Depois de prontos, os salgadinhos devem ser colocados em um recipiente que possa ser mergulhado em água gelada, para que resfriem. Coloque em uma bandeja aberta, cubra com papel-filme e leve ao congelador. Após congelar, transfira os salgadinhos para sacos plásticos bem fechados e volte ao congelador. Assim, eles não ficarão grudados.
- Existe uma técnica especial para congelar legumes chamada branqueamento. Consiste em lavar bem os legumes e cortar os talos, mergulhar os vegetais em água fervente por alguns segundos e colocá-los em água gelada em seguida (para evitar que cozinhem com o calor), levar os legumes ao congelador em sacos plásticos e tirar todo o ar da embalagem (ou então eles ficarão com textura áspera e sem sabor). O vegetal branqueado não está pronto para ser servido depois de descongelado, ele deve ser cozido.
- Quanto mais rápido o alimento for congelado e quanto mais devagar ele for descongelado, melhor será o resultado final.
- Deve-se retirar o ar de dentro das embalagens que serão congeladas.
- O tempo que um alimento pode permanecer no congelador está intimamente ligado à capacidade de conservação de seus ingredientes e componentes químicos. As receitas preparadas com leite, por exemplo, têm o prazo de validade menor do que àquelas feitas com água. Sabendo disso, deve-se planejar cuidadosamente o cardápio.
- Outro fator que influi na conservação do alimento no congelador é a temperatura. Mantenha seu congelador com a temperatura próxima dos -18 C e evite abrir e fechar a porta do congelador a todo o momento.
- As embalagens são importantes para manter os alimentos congelados com sabor e propriedades nutritivas intactas. Elas devem ser bem fechadas para evitar que as bactérias se proliferem em meio aos alimentos.
Relacionadas à sustentabilidade, algumas dicas podem ser sugeridas:
- Participação em feiras e congressos que exploram o tema sustentabilidade para o setor de alimentos e indústria em geral;
- Pesquisa de cases de sucesso de organizações do ramo que implantaram ações de responsabilidade socioambiental;
- Busca de fornecedores necessários à formação de uma cadeia de suprimentos sustentável junto a certificadoras que atuam no país
Características
No ramo de alimentos congelados, o empreendedor precisa estar atento à evolução dos hábitos culturais das pessoas. Novidades e tendências alimentares surgem a todo o momento, construindo conceitos e determinando novos padrões nutricionais. O empreendedor deve identificar estes movimentos de mercado e adaptá-los à sua oferta, reconhecendo as preferências dos clientes e renovando continuamente o cardápio. Outras características importantes, relacionadas ao risco do negócio, podem ajudar no sucesso do empreendimento:
- Busca constante de informações e oportunidades;
- Persistência;
- Comprometimento;
- Qualidade e eficiência;
- Capacidade de estabelecer metas e calcular riscos;
- Planejamento e monitoramento sistemáticos;
- Independência e autoconfiança;
- Espírito inovador e inquieto pela busca de soluções alternativas que respeitem a questão da sustentabilidade.
Planejamento financeiro
Ao empreendedor não basta vocação e força de vontade para que o negócio seja um sucesso. Independentemente do segmento ou tamanho da empresa, necessário que haja um controle financeiro adequado que permita a mitigação de riscos de insolvência em razão do descasamento contínuo de entradas e saídas de recursos. Abaixo, estão listadas algumas sugestões que auxiliarão na gestão financeira do negócio:
FLUXO DE CAIXA
O controle ideal sobre as despesas da empresa é realizado por meio do acompanhamento contínuo da entrada e da saída de dinheiro através do fluxo de caixa. Esse controle permite ao empreendedor visão ampla da situação financeira do negócio, facilitando a contabilização dos ganhos e gestão da movimentação financeira. A medida que a empresa for crescendo, dificultando o controle manual do fluxo de caixa, tornando difícil o acompanhamento de todas as movimentações financeiras, o empreendedor poderá investir na aquisição de softwares de gerenciamento.
CAPITAL DE GIRO
Sempre será muito útil que se tenha certo montante de recursos financeiros reservado para que o negócio possa fluir sem sobressaltos, especialmente no início do projeto. No entanto, ter esse recurso disponível não é suficiente porquanto ser premissa sua boa gestão, ou seja, somente deverá ser utilizado para honrar compromissos imediatos ou lidar com problemas de última hora.
PRINCÍPIO DA ENTIDADE
O patrimônio da empresa não se mistura com o de seu proprietário. Portanto, jamais se deve confundir a conta pessoal com a conta empresarial, isso seria uma falha de gestão gravíssima que pode levar o negócio à bancarrota. Ao não separar as duas contas, a lucratividade do negócio tende a não ser atingida, sendo ainda mais difícil reinvestir os recursos, gerados pela própria operação. É o caminho certo para o fracasso empresarial.
DESPESAS
O empreendedor deve estar sempre atento para as despesas de rotina como água, luz, material de escritório, internet, produtos de limpeza e manutenção de equipamentos. Embora pequenas, o seu controle é essencial para que não reduzam a lucratividade do negócio.
RESERVAS/PROVISÕES
Esse recurso funcionará como um fundo de reserva, o qual será composto por um percentual do lucro mensal - sempre que for auferido. Para o fundo de reserva em questão, poderá ser estabelecido um teto máximo. Quando atingido, não haverá necessidade de novas alocações de recursos, voltando a fazê-las apenas no caso de recomposição da reserva utilizada. Esse recurso provisionado poderá ser usado para cobrir eventuais desembolsos que ocorram ao longo do ano.
EMPRÉSTIMOS
Poderão ocorrer situações em que o empresário necessitará de recursos para alavancar os negócios. No entanto, não deverá optar pela primeira proposta, mas estar atento ao que o mercado oferece, pesquisando todas as opções disponíveis. Deve te cuidado especialmente com as condições de pagamento, juros e taxas de administração. A palavra-chave é renegociação, de forma a evitar maior incidência de juros.
OBJETIVOS
Definidos os objetivos, deve-se elaborar e implementar os planos de ação, visando amenizar erros ou definir ajustes que facilitem a consecução dos objetivos financeiros estabelecidos.
UTILIZAÇÃO DE SOFTWARES
As novas tecnologias são de grande valia para a realização das atividades de gerenciamento, pois possibilitam um controle rápido e eficaz. O empreendedor poderá consultar no mercado as mais variadas ferramentas e escolher a que mais adequada for a suas necessidades.
Soluções Sebrae
Aproveite as ferramentas de gestão e conhecimento criadas para ajudar a impulsionar o seu negócio. Para consultar a programação disponível em seu estado, entre em contato pelo telefone 0800 570 0800.
Confira as principais opções de orientação empresarial e capacitações oferecidas pelo Sebrae:
- Cursos on line e gratuitos - Portal de Educação a Distância Sebrae - www.ead.sebrae.com.br
Para desenvolver o comportamento empreendedor
- Empretec - Metodologia da Organização das Nações Unidas (ONU) que proporciona o amadurecimento de características empreendedoras, aumentando a competitividade e as chances de permanência no mercado: http://goo.gl/SD5GQ9
Para quem quer começar o próprio negócio
As soluções abaixo são uteis para quem quer iniciar um negócio. Pessoas que não possuem negócio próprio, mas que querem estruturar uma empresa. Ou pessoas que tem experiência em trabalhar por conta própria e querem se formalizar.
- Plano de Negócios - O plano irá orientá-lo na busca de informações detalhadas sobre o ramo, os produtos e os serviços a serem oferecidos, além de clientes, concorrentes, fornecedores e pontos fortes e fracos, construindo a viabilidade da ideia e na gestão da empresa: http://goo.gl/odLojT
- Iniciando um Pequeno e Grande Negócio - É um programa que orienta o empreendedor a organizar suas ideias e recursos e indica um roteiro com os principais aspectos a serem considerados no processo de abertura de um negócio. Como resultado, o IPGN orienta a elaboração de um plano de negócio - documento que tem como objetivo planejar detalhadamente a estruturação e abertura do negócio: https://goo.gl/0bsQZg
- Começar Bem - Conjunto de soluções no formato de palestras, oficina, curso e outros recursos como cartilha, guia visual, aplicativo e vídeo. Acesse: http://goo.gl/hMrycK
Para quem é MEI
O Microempreendedor Individual (MEI) tem faturamento anual bruto de no máximo R$ 60 mil:
- Negócio a Negócio – Programa de atendimento e orientação empresarial. Os agentes de orientação empresarial realizam visitas a sua empresa e aplicam um diagnóstico de gestão básica. Com base neste levantamento, são sugeridas soluções para a melhoria do seu negócio: http://goo.gl/2feRHN
- SEI (Sebrae para o Microempreendedor Individual) - Programa composto de soluções que trata de temas básicos para gestão e fortalecimento dos negócios: http://goo.gl/tbcWXi
Para quem já é empresário de microempresa
- Soluções para empresas com faturamento bruto anual de, no máximo, R$ 360 mil:
- Na Medida - Programa que possui dez áreas de atuação com o objetivo de preparar o empreendedor para agarrar oportunidades e lidar com situações da gestão da empresa no dia a dia: http://goo.gl/yBamAs
- Negócio a Negócio - Programa de atendimento e orientação empresarial. Os agentes de orientação empresarial realizam visitas a sua empresa e aplicam um diagnóstico de gestão básica. Com base neste levantamento, são sugeridas soluções para a melhoria do seu negócio: http://goo.gl/2feRHN
Para quem já é empresário de pequena empresa
- Soluções para empresas com faturamento bruto anual maior que R$ 360 mil e menor ou igual a R$ 3,6 milhões:
- Sebrae Mais - Programa composto por conjunto de 16 soluções que são aplicadas conforme as necessidades da empresa. Reúne diversas modalidades de atuação, como consultoria individualizada por empresa, workshop, cursos, palestras, encontros e coaching: http://goo.gl/jVYslV
Para quem quer inovar
- Ferramenta Canvas online e gratuita - A metodologia Canvas ajuda o empreendedor a identificar como pode se diferenciar e inovar no mercado: https://www.sebraecanvas.com/#/
- Sebraetec - O Programa Sebraetec oferece serviços especializados e customizados para implantar soluções em sete áreas de inovação: http://goo.gl/kO3Wiy
- ALI - O Programa Agentes Locais de Inovação (ALI) é um acordo de cooperação técnica com o CNPq, com o objetivo de promover a prática continuada de ações de inovação nas empresas de pequeno porte: http://goo.gl/3kMRUh