Desigualdade no Brasil é o dobro da oficial

Desigualdade no Brasil é o dobro da oficial
Foto: Viviane Moos

Tuesday, 17 April 2018

Despesas básicas tiram R$ 14 bi do consumo e outras notícias.

Desigualdade real no Brasil é o dobro da oficial. Um levantamento da Tendências Consultoria Integrada com base em dados da Receita Federal mostra que as famílias de classe A ganharam 42 vezes a renda das famílias das classes D/E – valor muito maior do que o divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na quarta-feira, de 22 vezes mais. Os economistas Adriano Pitoli e Camila Saito, os pais do estudo, foram atrás de outros dados para chegar a um número mais acertado da distribuição de renda no Brasil. Para famílias com ganhos de até cinco salários mínimos por mês, foram utilizados os dados tradicionais da Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios (Pnad), enquanto que para a população que ganha acima desse valor, foram consideradas as declarações de Imposto de Renda. Isso porque a Pnad não mensura de forma precisa algumas fontes de renda, como ativos financeiros, aluguéis e ganhos eventuais, como dividendos, indenizações e FGTS.

Despesas básicas sobem acima da inflação, tirando R$ 14 bilhões do consumo. O aumento dos preços da gasolina e da energia elétrica maior do que a inflação tem diminuído o poder de compra da família brasileira. De janeiro de 2015 para cá, o percentual de renda disponível depois do pagamento de despesas essenciais caiu de 45,6% para 43,76%. É o menor patamar desde 2009. Um levantamento da Tendências Consultoria Integrada mostra que, para ajustar os aumentos à renda, o brasileiro acaba diminuindo o consumo de bens e serviços considerados supérfluos, como vestuário e bens duráveis. As vendas do varejo, por exemplo, caíram 0,2% em fevereiro – o pior resultado para o mês desde 2015.

Mais destinos: Brasil ganha novos voos internacionais. Segundo dados da Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata), as empresas latino-americanas do setor de aviação tiveram aumento de tráfego de 9,3% em 2017, o maior desde 2011. O ganho na procura de voos é reflexo da recuperação da economia de alguns países da região – e já gera frutos, ao menos no Brasil: companhias aéreas estão expandido o número de linhas e assentos no País. A Air France KLM, por exemplo, planeja ofertar 44 viagens semanais em 2018, um aumento de 26%. A Royal Air Maroc irá inaugurar a rota Fortaleza-Casablanca, e a Emirates fará um novo voo para os Emirados Árabes.

Analistas já reveem projeções de crescimento. O desempenho da indústria, do comércio e dos serviços desapontou nos dois primeiros meses do ano, o que sugere uma retomada do crescimento econômico menor do que a esperada. Com isso, os bancos estão recalculando o crescimento do PIB para 2018. O Banco Fibra, por exemplo, estimava um aumento de 4% no Produto Interno Bruto – mas já admite que o valor não deverá passar dos 3%. Bradesco, Itaú e Santander também refizeram os cálculos.

EUA destinará US$ 150 milhões em prol de empreendedoras na América Latina. O anúncio foi feito por Ivanka Trump, filha e assessora do presidente americano, Donald Trump. “Hoje lançamos a 2X Américas, uma nova iniciativa dos EUA que comprometerá US$ 150 milhões e mobilizará um total de US$ 500 milhões para proporcionar às mulheres na América Latina acesso ao capital, empregos e oportunidades para prosperar", afirmou Ivanka em ato com a imprensa em Lima, onde encontra-se para a VIII Cúpula das Américas. A iniciativa é tocada pela Corporação para os Investimentos Privados no Exterior dos Estados Unidos (Opic), que já dirige um plano semelhante, destinado a levar US$1 bilhão a nível global.


>> SOBRE O AUTOR

Redação

>> COMPARTILHE