Frohsinn deve ficar pronto esse mês e começar a ser explorado em abril

Frohsinn deve ficar pronto esse mês e começar a ser explorado em abril
Foto: Divulgação

Thursday, 09 February 2017

Após mais de 100 anos de história e quase uma década de negligência (incluindo os antigos administradores) o restaurante finalmente deve voltar a abrilhantar as noites de Blumenau.

Era uma quarta-feira, 20 de agosto de 2014, quando uma espessa fumaça negra pôde ser vista em todo o Centro de Blumenau tomando conta do céu.

Era próximo às 18h e inicialmente as informações eram desencontradas, até que veio a nota oficial: o tradicional restaurante Frohsinn havia sido completamente destruído por um incêndio no Morro do Amolador (Vorstadt). Uma dezena de bombeiros e 10 mil litros d’água contiveram as chamas.

A sociedade civil organizada ficou indignada.

De acordo com o renomado historiador blumenauense Adalberto Day, o terreno onde estava o restaurante pertenceu ao próprio doutor Blumenau, tendo sido doado ao seu filho Pedro em 23 de outubro de 1909, formalizado apenas em 1911.

Em 1868 o restaurante começou a ser construído com decoração alpina e respeitando criteriosamente a técnica enxaimel, tendo uma ampla varanda com uma das mais belas paisagens de Blumenau. Foi inaugurado em 14 de agosto de 1969.

O local conquistou seu lugar na lembrança e nos corações de blumenauenses e turistas por seus pratos seguirem as receitas exatas usadas pelos primeiros colonos.

Mesmo não sendo o que o fundador da cidade queria – um museu em honra aos costumes da Colônia – o restaurante prosperou por 34 anos sendo um dos mais freqüentados locais da cidade, com piano ao vivo e todos os seus atrativos que já citamos acima.

Em 2003 a prefeitura lançou um novo edital de licitação para a ocupação do prédio, constando que se a Rua Gertrud Sierich (Vorstadt) fosse asfaltada o ganhador da concessão estaria isento de pagar aluguel. No ano seguinte a nova empresa começou a funcionar no tradicional ponto.

Com diversos problemas com a Vigilância Sanitária e sem respeitar cláusulas da licitação, os novos administradores do Frohsinn foram notificados extra-judiacialmente para executar o asfaltamento da via em 2009. Ignorada a ordem, foi expedida a decisão de que o imóvel fosse desocupado um ano depois, o que também não foi obedecido e obrigou a prefeitura a entrar como uma ação de Reintegração de Posse. Só em 2012 conseguiram retomar o prédio e o mobiliário, voltando a ser responsabilidade da prefeitura alguns meses depois.

Em 10 de janeiro de 2014 o Executivo manifestou interesse em vender o imóvel que estava abandonado, encontrando grande resistência por parte da sociedade. Naquele mesmo ano movimentos como o ‘Vamu Siuní’ tomaram o local para fazer intervenções e encontros e em agosto um incêndio do qual os responsáveis estranhamente nunca foram identificados destruiu o prédio.

Com o pagamento da indenização por parte da seguradora em 2015, a licitação da reforma foi reaberta em fevereiro de 2015. A obra começou em junho, mas seis meses depois do início da obra a empresa abandonou o projeto, ficando então a construtora Regente responsável pelos trabalhos.

Era para o prédio estar pronto entre o final do ano passado e o começo desse ano, mas a previsão foi postergada para esse mês e a obra orçada inicialmente em R$ 316,7 mil recebeu um aditivo de R$ 56,8 mil por conta que problemas que foram surgindo.

Agora, com tudo quase pronto, a previsão é que um edital para a concessão do restaurante seja lançado no mês de abril. Alguns problemas ainda existentes são o tamanho da cozinha – pequena demais para a demanda que deverá receber – e as vias de acesso.

O Executivo provavelmente irá exigir que a empresa que ganhar a concessão crie um espaço para a realização de eventos, aumentando ainda mais o turismo na cidade.

Esperemos apenas que, como uma fênix, que o Frohsinn renasça do fogo e volte a ser o que foi nos anos 70, 80 e 90.


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Ricardo Latorre

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