De acordo com informações de Julio César Zimmermann, presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo (Sinpeb), os reservatórios de gasolina de todos os postos de Blumenau finaram vazios nesta tarde. Ou seja: a cidade está sem gasolina.

As distribuidoras pararam de fornecer o combustíveis aos postos já na terça e ontem à noite já era difícil encontrar gasolina, sendo que os poucos lugares que ainda tinham também contavam com filas quilométricas para o abastecimento. Não há certeza de até quando a greve continuará e os caminhoneiros exigem o cumprimento da Lei que prevê o fim do PIS/Cofins sobre o óleo diesel, já aprovada pela Câmara dos Deputados e esperando votação no Senado e sanção do presidente.

José da Fonseca Lopes, presidente da Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), disse que só a aprovação na lei poderá pôr fim à greve, que seque por todo o país deixando pessoas sem combustível de norte a sul, de leste a oeste.

Se você acha que é só não usar carros que a greve não lhe afetará, saiba que o Seterb já reduziu os horários de ônibus nesta quinta-feira para poupar combustível. Não houve circulação de transporte coletivo durante a tarde e todas as linhas encerrarão trajeto às 22h45’.

Motoristas de Uber e até de táxi também aderiram à paralisação em forma de protesto.

Longe daqui, a Associação Paulista de Supermercados (Apas) afirmou que já está sem abastecimento de alimentos perecíveis em quase todos os varejos da cidade. O mesmo se vale para o Rio de Janeiro e Recife. O abastecimento de gás e os serviços dos Correios também estão paralisados neste terceiro dia de greve e a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm) já prevê prejuízo do comércio por conta das vendas de Dia dos Namorados.

O Aeroporto de Navegantes tem combustível para, no máximo, mais dois dias. Já Congonhas (SP), Aracajú (SE), Maceió (AL), Recife (PE) e Palmas (TO) já encerraram seus vôos por falta de combustível. O Santos-Dummont (RJ), Campo Grande (MS), Foz do Iguaçu (PR), Ilhéus (BA), Goiânia (GO), Londrina (PR) e Teresina (PI) podem ficar sem combustível ainda hoje.

O Núcleo de Acompanhamento e Gestão Operacional (Nago) aponta a situação como grave e a Infraero incluiu o aeroporto privado de Brasília (DF) na lista. A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) sugere que os passageiros se informem sobre as condições dos aeroportos no caso de estar com passagem marcada antecipadamente para algum destino.

Algumas escolas suspenderem as aulas e, em Blumenau, a Furb também decidiu que hoje não abrirá por conta da incerteza. Já surgem os primeiros relatos de leitores sobre desabastecimentos em supermercados da região, mas ainda de forma comedida.

O Porto de Itajaí – um dos maiores do Brasil – também foi afetado pela greve, com mais de 60% do pátio do terminal tomado por cargas paradas motivado pela ausência de caminhoneiros para dar contar de transportá-las. Pescadores da região fizeram ato de paralisação desde o começo da manhã de hoje, em apoio à greve.

Pelos corredores do Senado diz-se que esse crise foi planejada. O atual presidente Michel Temer (MDB) deixou claro que pensava em tentar uma reeleição. Seu ex-ministro da fazendo, Henrique Meirelles (MDB) também tem ambição pelo cargo. Alguns dizem que o sucessor de Meirelles – e seu amigo de longa data – Eduardo Guardia, estaria deixando a situação se complicar o máximo possível para eliminar a já improvável reeleição de Temer.

Seja como for, a gravidade crescente da situação é sem precedentes. Em algumas cidades até viaturas policiais, veículos de bombeiro e ambulâncias perigam ter que parar a qualquer hora.

Empresas de viação – como a Catarinense e a Reunidas – ainda estão fazendo o transporte de passageiros, mesmo sem previsão de por quanto tempo poderão continuar. Apenas pararam com o transporte de cargas para não prejudicar o translado com pessoas. Empresas que prestam serviços de transporte coletivo intermunicipal como a Volkmann, Verde Vale e Rainha também não sabem até quando conseguirão prosseguir com seus itinerários normalmente. Até empresas de transporte de valores estão apreensivas.

Conclusão

O fato é que a greve é um mal necessário. Por tempo demais políticos – em grande parte uma escória insensível e mesquinha – teve poder para se dar aumentos sem consultar seus chefes que, na verdade, somos nós. Rouba-se a Petrobrás, faz-se o que não pode fazer por populismo burro e barato sem medo, porque somos trouxas e pagamos a conta depois.

Está difícil tirar o carro da garagem? Não tire. Empresários já estão tendo problemas por conta da dificuldade de seus funcionários em chegar ao local de trabalho. E mais problemas ainda por conta da diminuição das vendas, já que as pessoas estão evitando passear. O mesmo vale para a indústria que produz, mas não tem que transportar na área logística.

Já que todos estamos sendo prejudicados, então porque não fazer uma greve geral no Brasil? Fechar as portas de lojas e até de algumas fábricas. O prejuízo já está aí, mesmo. Ou fazemos algo agora ou viramos a mesma piada que fomos anos atrás, quando ‘o gigante acordou’.

Não que aqueles protesto contra Dilma Rousseff (PT) – uma senhora incapaz de arcar com o cargo que tinha e cuja estabilidade psicológica começava a parecer frágil – não tenham sido importantes para tirá-la do poder. Mas também serviram para eleger oportunistas que se valeram do movimento, como gente do MPL e até pessoas aqui em Blumenau. E apesar de Dilma, a jaguatirica do Planalto, ter saído, continua parecendo que caminhamos rumo ao destino da Venezuela. Com tambores de cadência e correntes nos pés, como num gulag.