Uma greve da categoria foi marcada para a próxima quarta-feira. A Federação Única dos Petroleiros (FUP) afirma que nesta segunda-feira a ideia é que os petroleiros não assumam seus postos.
A dois dias da greve nacional de 72 horas marcada para começar à zero hora de quarta-feira, 30, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) convocou para esta segunda-feira, dia 28, um dia de mobilização em todas as unidades da Petrobras pelo País. A ideia é que os petroleiros não assumam seus postos no turno da manhã, informou o coordenador-geral da FUP, José Maria Rangel. Mobilizações do tipo já foram feitas neste domingo, 27, em seis refinarias e duas fábricas de fertilizantes, disse Rangel.
Segundo o líder sindical, a mobilização nacional desta segunda-feira funcionará como um "esquenta" da paralisação de 72 horas decidida pela FUP em reunião na tarde de sábado, 26. A ideia para a mobilização prévia não é parar a produção, por isso, os atos deverão se concentrar nos turnos da manhã.
No próprio sábado, a FUP entregou o comunicado de greve à Petrobras. A lista de reivindicações inclui cinco pontos, entre eles a demissão do presidente da companhia, Pedro Parente. Os sindicalistas pedem também a redução dos preços dos combustíveis e do gás de cozinha; a manutenção de empregos e retomada da produção interna de combustíveis; o fim da importação de derivados de petróleo; e a desmobilização do programa de venda de ativos promovido pela atual gestão da estatal.
Para Rangel, a pauta de reivindicações "dialoga" com os pedidos feitos pelo movimento grevista dos caminhoneiros e com uma preocupação da sociedade. "A sociedade está sendo penalizada pelos preços abusivos dos combustíveis", afirmou Rangel, completando que o objetivo de alinhar os preços dos combustíveis internacionalmente seria uma estratégia da Petrobrás para vender refinarias.
Neste domingo, o governo federal começou a estudar a possibilidade de entrar com ação na Justiça para tentar barrar a greve dos petroleiros. A ação teria de ser impetrada pela Advocacia-Geral da União (AGU), possivelmente no Supremo Tribunal Federal (STF), para ter abrangência em todas as refinarias do País. O assunto foi aventado em pelo menos uma das reuniões realizadas neste domingo no Palácio do Planalto.
Rangel disse não ter conhecimento dos movimentos da AGU, mas, segundo ele, "não será nenhuma surpresa". O coordenador-geral da FUP disse que a entidade está certa de que cumpriu todas as exigências legais para garantir o direito de greve, tanto que a paralisação foi convocada para começar 72 horas depois de a decisão ter sido comunicada à estatal.