Pedro Parente pede demissão da Petrobras
Foto: DivulgaçãoMonday, 04 June 2018
Criador da política de preços desastrosa que desencadeou a greve da semana passada dos caminhoneiros, Parente é indiretamente responsável por R$ 50 bilhões de prejuízo na indústria e no comércio... e quem paga essa conta (ou responde por Crime de Responsabilidade)?
O presidente Michel Temer (MDB) – que além de vice da ex-presidente Dilma Rousseff traz como karma uma triste semelhança à ao personagem de animação dos anos 90 Mun-Rá quando em estado de múmia, sempre foi criticado por não ter peito para cumprir as ameaças que faz ou punho para honrar as decisões que tome. E isso desde o começo, com o Ministério da Cultura.
Dessa vez Temer mostrou sua tepidez afirmando não ter poder para demitir o até então presidente da Petrobras Pedro Parente, sujeito – indicado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) – que colocou em prática a desastrosa política de preços da estatal, ação que a tirou da crise na qual o PT a enterrou, mas elevou os preços dos combustíveis às alturas, culminando na greve dos caminhoneiros que parou o país na semana passada.
Petulante e com uma boçalidade incomum em sua postura, Parente – sentindo-se intocável – teve a audácia de aumentar novamente o preço da gasolina no mesmo dia em que os petroleiros paralisam atividades em todo o Brasil. A maioria dos brasileiros exigia sua demissão.
Pressionado pela fúria popular, o homem que achou que não poderia ser maculado se viu obrigado a pedir demissão da Petrobras na sexta (01/07), depois de ficar exatamente dois anos no comando da estatal e ser o agente causador de uma das piores greves que o país já viu,
No mesmo dia o diretor da Petrobras, Ivan Monteiro, foi nomeado presidente interino da estatal que tem o monopólio do petróleo no Brasil. Em demonstração de sua já notória covardia, Temer lavou as mãos dizendo não poder interferir na política de preços da empresa, seja ela qual for. Porém o Ministério de Minas e Energia acrescentou, em nota, que é preciso criar um mecanismo para "proteger" o consumidor da "volatilidade" do mercado.
De acordo com fontes do Planalto, o ministro da pasta, Moreira Franco, teria sido o homem com bom-senso o bastante para pressionar o intragável Parente a deixar seu cargo.
Segundo a Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) nosso estado teria tido R$ 1,67 bilhão em prejuízos só no setor industrial nos primeiros 10 dias da greve dos caminhoneiros, precisando crescer 2,8% este ano para recuperar os danos financeiros causados.
E quando somos comércio e agronegócio à indústria ampliando o espectro de prejuízos de estadual para federal chegamos a impressionantes R$ 50 bilhões com fábricas paradas, exportações suspensas, vendas adiadas e animais mortos, entre outros problemas em, pelo menos, 13 segmentos da Economia.
A questão que fica é: quem vai pagar pelo estrago causado pela soberba cega e desastrosa da administração mesquinha de Pedro Parente? Certamente ele não tem um patrimônio de R$ 50 bilhões, mas em qualquer país que se levasse a sério ele responderia pelo dano que causou.
Mas aqui é o Brasil. Ele vai comer uma fatia de pizza de calabresa e o contribuinte, uma banana.