Com intervenção do BC, dólar fecha estável após alta dos juros nos EUA
Foto: ReproduçãoThursday, 14 June 2018
A moeda norte-americana ficou no mesmo patamar do dia anterior, terminando o dia vendida a R$ 3,7122 graças à interferência do Banco Central.
Após alternar movimentos de queda e alta durante o dia, o dólar quase estável nesta quarta-feira (13), depois da divulgação da elevação da taxa de juros nos Estados Unidos pelo banco central do país, o Federal Reserve (Fed). O dia foi marcado por intervenção mais forte do Banco Central no câmbio.
A moeda norte-americana ficou no mesmo patamar do dia anterior, terminando o dia vendida a R$ 3,7122. Veja mais cotações. Já o dólar turismo era vendido perto de R$ 3,87, sem considerar Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
Após a divulgação da decisão do Fed, o dólar chegou a subir sobre o real, com o mercado vendo na nota do órgão uma indicação de mais aumentos neste ano.
BC e Fazenda vão atuar sempre que necessário, diz Guardia
O ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, afirmou nesta quarta-feira que sua pasta e o Banco Central continuarão atuando em conjunto, "sempre que necessário", para reduzir a volatilidade nos mercados financeiros.
"No nosso entendimento, os preços não estavam refletindo os fundamentos da economia e, nesse momento, é fundamental a atuação serena e conjunta do BC e do Ministério da Fazenda", afirmou Guardia durante evento em São Paulo. "Fizemos isso na semana passada e continuaremos a fazer sempre que julgarmos necessário", acrescentou.
Reunião do Fed
Com o aumento de juros já esperado pelo mercado, a expectativa nesta quarta era pelo comunicado do Fed, com investidores em busca de pistas sobre os próximos passos do BC dos EUA em relação à taxa de juros no país.
O mercado monitora pistas sobre o rumo dos juros nos Estados Unidos porque, com taxas mais altas, o país se tornaria mais atraente para investimentos aplicados atualmente em outros mercados, como o Brasil, motivando assim uma tendência de alta do dólar em relação ao real.
Em nota, o Fed disse que "o mercado de trabalho continua se fortalecendo e que a atividade econômica vem subindo a uma taxa sólida". O órgão cita ainda que o crescimento dos gastos das famílias melhorou, assim como os investimentos das empresas, apontando que a taxa de inflação se aproxima de 2%.
Intervenção do BC
A ação do BC brasileiro ajudou a segurar altas mais agressivas no câmbio, destaca a agência Reuters. Logo após o anúncio do Fed, o BC anunciou seu terceiro leilão do dia de swap cambial tradicional - equivalente à venda futura de dólares - injetando apenas nesta sessão US$ 4,5 bilhões.
Essa atuação, somada à perda de força do dólar ante outras divisas no exterior, foi fundamental para conter a valorização da moeda no mercado doméstico.
Na semana passada, o BC informou que injetaria US$ 20 bilhões até o final desta semana por meio de novos swaps cambiais para dar liquidez ao mercado. Desses total, já colocou R$ 13 bilhões no sistema.
Especialistas consultados pela Reuters avaliaram que o BC deve concluir essa forte atuação no mercado de câmbio na sexta-feira e manter apenas a rolagem dos swaps, mas com a advertência de que manterá uma atuação discricionária. O efeito surpresa, acreditam, pode ajudar a conter o ímpeto de alta da moeda norte-americana.
O BC vendeu ainda a oferta integral de até 8.800 swaps cambiais tradicionais para rolagem, já somando US$ 3,960 bilhões do total de US$ 8,762 bilhões que vence em julho. Se mantiver esse volume até o final do mês, fará rolagem integral.