Santa Catarina quer exportar carne suína para o México

Santa Catarina quer exportar carne suína para o México
Foto: Reprodução

Monday, 02 July 2018

O secretário de Estado da Agricultura e da Pesca, Airton Spies, explica que o fato de Santa Catarina ser o único Estado brasileiro livre de febre aftosa sem vacinação fez com que o mercado mexicano voltasse a atenção para os produtos catarinenses.

O agronegócio de Santa Catarina parte para mais uma conquista. Governo do Estado e agroindústrias querem exportar carne suína catarinense para o México, e o governador Eduardo Pinho Moreira irá chefiar uma missão oficial ao país para dar sequência às negociações e ampliar a presença no mercado mexicano. As informações foram confirmadas durante reunião do Governo do Estado e representantes do setor produtivo de carnes, que trataram também de questões ligadas ao abastecimento de milho e ao fortalecimento da defesa agropecuária catarinense.

Santa Catarina já tem uma sólida parceria com o México no fornecimento de carne de frango e existe o interesse também na compra da carne suína produzida no Estado. Este será mais um mercado exclusivo do agronegócio catarinense, como já acontece com Japão e Coreia do Sul. Segundo o governador, a conquista desse novo mercado terá impacto direto na suinocultura de Santa Catarina. “Nós exportamos para o mundo todo e agora surge um novo mercado importante: o México. Os mexicanos demonstraram interesse em conhecer as plantas frigoríficas instaladas em Santa Catarina e importar a carne suína produzida no Estado. Este é um grande mercado, que vai favorecer a suinocultura catarinense”, destaca Eduardo Pinho Moreira.

Em julho, uma missão mexicana visitará frigoríficos catarinenses e logo após representantes do Governo do Estado, agroindústrias e Governo Federal irão até o México para dar sequência às negociações. O secretário de Estado da Agricultura e da Pesca, Airton Spies, explica que o fato de Santa Catarina ser o único Estado brasileiro livre de febre aftosa sem vacinação fez com que o mercado mexicano voltasse a atenção para os produtos catarinenses. “O México importa carne suína dos Estados Unidos e Canadá e busca outros mercados com o mesmo status sanitário. E nós queremos mostrar ao governo mexicano que podemos fornecer carne de alta qualidade com absoluta segurança sanitária”, afirma.

Abastecimento de milho

O abastecimento de milho é uma preocupação constante do setor produtivo catarinense. O grão é fundamental para a competitividade das agroindústrias instaladas no Estado e o setor tem demandas urgentes. Durante a reunião com o governador, os representantes do Sindicato Indústria Carnes Derivados (Sindicarne SC) levantaram duas questões: as melhorias necessárias na aduana de Dionísio Cerqueira e a falta de um subsídio do Governo Federal no frete do milho.

Santa Catarina importa quase quatro milhões de toneladas de milho todos os anos para abastecer as cadeias produtivas de aves, suínos e leite, e grande parte desse grão vem de caminhão do Centro Oeste, com distâncias que chegam a dois mil quilômetros. Por isso, o pedido de subvenção ao frete seria uma alternativa para manter a viabilidade da produção de proteína animal no Estado.

A melhoria na estrutura da aduana de Dionísio Cerqueira é fundamental para a Rota do Milho. Esta será a porta de entrada do grão em Santa Catarina e cerca de 100 caminhões devem passar pela aduana todos os dias. O governador Pinho Moreira e representantes do setor produtivo levarão a demanda ao Governo Federal e cobrarão agilidade na solução do problema.

“Essa é uma luta que eu vou levar a Brasília. Hoje, 70% dos custos de produção de suínos e aves em Santa Catarina são formados a partir do preço do milho e do farelo de soja. O abastecimento de grãos é fundamental para manter a competitividade do produto catarinense. Nós já estamos trazendo milho do Paraguai e essas são ações que se multiplicam. Temos que estar atentos a essa atividade econômica vital para o nosso Estado”, ressalta o governador.

Erradicação da febre aftosa

A ida do governador Pinho Moreira a Brasília irá marcar ainda a posição de Santa Catarina em relação ao Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa. O Estado se manterá como uma zona separada dos outros Estados que buscam a certificação internacional.

Isso porque Santa Catarina já tem o reconhecimento da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) desde 2007. O Ministério da Agricultura quer que todos os Estados brasileiros tenham o mesmo status até 2023 e Santa Catarina se manterá como uma zona exclusiva. Isso garante, por exemplo, que em caso de ocorrência de febre aftosa em outro estado, Santa Catarina continue livre da doença e autorizada a exportar porque será considerada uma zona separada do restante do país.

“Nós já temos o compromisso verbal do Ministério quanto à manutenção da certificação catarinense, independente da certificação de outros Estados. O reconhecimento internacional da sanidade catarinense é um patrimônio que foi conquistado com muito esforço e precisa ser preservado”, explica o secretário da Agricultura Airton Spies.


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Redação

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