Algumas das melhores ideais e mais proeminentes negócios se valem de épocas de crise econômica para prosperar. É na adversidade que a somatória de inteligência com empreendedorismo e coragem separam os mais aptos dos menos qualificados no mercado.

Claro que empreender não é algo simples. Muitas coisas devem ser consideradas. Muitas decisões precisam ser tomadas. Os riscos são grandes e a necessidade de autoprivação pode se tornar grande. Daí a importância de traçar estratégias em longo, médio e curto prazo. Estudar toda a conjuntura e conhecer cada pormenor da área na qual se pretende atuar.

O problema é que, muitas vezes, a burocracia não ajuda e empreendedores desistem antes mesmo de começar.

Infelizmente o Brasil é um país que tradicionalmente não premia seus empreendedores, muito pelo contrário: extorque. São dezenas de documentos, taxas e alvarás em uma infinidade de repartições diferentes que fazem o empresário acreditar que já começará seu negócio no vermelho.

Por isso, muitas vezes com medo desse ‘bicho papão’ chamado Estado, muitas pessoas se mantém na irregularidade. São, na maioria das vezes, autônomos que temem o fantasma da burocracia.

E é justamente na contramaré disso que a prefeitura de Blumenau, num passado não tão distante, criou a Praça do Empreendedor. Nascida por conta das demandas das quais a Praça do Cidadão não mais comportava, a idéia do Executivo vou transformar o município em um parceiro dos novos empresários, ao invés de um vilão. E essa foi uma das poucas decisões coerentes da administração tucana em Blumenau. Um incentivo que tirou centenas de microempreendedores da ilegalidade e, assim, favoreceu todos os lados.

Claramente não bastaria criar uma boa estrutura se a equipe fosse ruim, desqualificada ou trabalhasse sem vontade. Portanto, na época de sua criação, a Praça do Empreendedor recebeu alguns dos mais competentes funcionários que trabalhavam na Praça do Cidadão.

Desde sua criação, há três anos, a prefeitura sempre se orgulha das parcerias que a Praça tem feito, dos negócios que nasceram com a ajuda deles e com as milhares e empresas que lá foram criadas. Mas será que essa iniciativa é realmente tão boa ou seria meramente propaganda estatal (como é tão comum de se ver em qualquer esfera governamental).

A Equipe do BLUMENEWS esteve lá nesta terça-feira (14/08) acompanhando a abertura de uma empresa. Havia três funcionários nas mesas dando atendimento personalizado e a média de tempo entre a entrada dos futuros empreendedores e a abertura de seus CNPJ era inferior a 20 minutos.

Durante o tempo que estivemos lá não ouvimos nenhuma reclamação sequer. Vimos, sim, pessoas entrando chateadas ou alteradas, mas saindo de lá contentes com seus problemas resolvidos.

Foi positivamente espantosa a solicitude do gerente Alexandre Antunes, que muitas vezes saía de sua sala para atender pessoalmente as demandas dos contribuintes e cuja sala sempre tinha alguém sendo atendido. Alguém capaz e solícito que honra o cargo que tem e trabalha de verdade.

O BLUMENEWS sempre foi um forte crítico de políticos e do próprio Sistema, mas devemos reconhecer quando uma idéia é boa e quando servidores beneficiam a população.

Que mais pessoas como a equipe da Praça do Empreendedor inundem as repartições públicas do Brasil, que mais iniciativas como essa sejam copiadas e, assim, que nosso país se torne melhor. Parabéns à praça. Parabéns Alexandre e equipe. Continuem sendo esse exemplo de bons funcionários públicos para que outros tentem, um dia, alcançar seu grau de eficácia.

E se você tem uma boa idéia, mas teme a burocracia: não fique na irregularidade. Não ter um CNPJ pode até soar como vantagem fiscal, mas é ilegal, te limita (como, por exemplo, na participação em licitações) e tira outras vantagens (como aquelas que contas bancárias de Pessoa Jurídica te dão, inclusive com juros menores). Tire alguns minutos do seu tempo, planeje bem o seu negócio e procure a Praça, que além de regularizar você oferece capacitações com órgão com os quais tem parceria, como o Sebrae.

Sair da irregularidade é uma demonstração de que você acredita no potencial do seu próprio trabalho.