Dólar fecha em queda com alívio do cenário externo
Foto: DivulgaçãoThursday, 25 October 2018
Moeda norte-americana caiu 1,04%, vendida a R$ 3,7032; investidores também monitoraram quadro político.
O dólar fechou em queda nesta quinta-feira (25), em sintonia com o movimento no exterior, onde as moedas emergentes se recuperaram do tombo da véspera, e com investidores aguardando a divulgação de mais uma pesquisa de intenção de voto à Presidência da República do Datafolha após o fechamento do mercado.
A moeda norte-americana caiu 1,04%, vendida a R$ 3,7032. Na mínima do dia, chegou a R$ 3,6817. O dólar turismo foi negociado a R$ 3,86, sem considerar a cobrança de IOF (tributo).
Cenário internacional
"A realização de lucros perde força no contexto internacional, dadas as oportunidades surgidas com as fortes quedas dos últimos dias, porém isso não significa que esteja decretado o fim da correção", comentou à Reuters o economista-chefe da gestora Infinity, Jason Vieira, em relatório.
"Os fatores que deram o tom das tensões dos últimos dias continuam os mesmos", acrescentou, citando preocupações com o Orçamento da Itália, crescimento da China, isolamento da Arábia Saudita e aumento de juros pelo Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos).
Essas preocupações ganharam na véspera ainda o reforço com envio de pacotes com supostos explosivos a lideranças democratas, a poucos dias das eleições parlamentares nos Estados Unidos, o que amplificou a fuga do risco na quarta-feira.
Nesta manhã, o aumento acima do previsto das encomendas de bens duráveis nos Estados Unidos acabou levando o dólar a bater a máxima da sessão, já que dá justificativa para o Fed continuar em sua trajetória de aperto monetário.
O indicador mostrou alta de 0,8% em setembro, ante previsão de queda de 1% dos economistas ouvidos pela Reuters. Outro dado robusto foi o de vendas pendentes de imóveis, que subiu 0,5% no mês passado, ante expectativa de que cairia 0,1%.
O dólar lá fora subiu ante a cesta de moedas, mas caiu ante divisas de países emergentes, como o peso chileno e a lira turca.
Cenário local
Internamente, os investidores acompanharam o noticiário político, em dia de nova pesquisa de intenção de voto, do Datafolha, após o fechamento do mercado.
Os investidores monitoraram o noticiário político, sobretudo em busca de informações "positivas" sobre o provável novo governo, no que diz respeito, principalmente, ao ajuste fiscal.
O Banco Central vendeu nesta sessão 7,7 mil contratos de swap cambial tradicional, equivalente à venda futura de dólares. Desta forma, rolou US$ 6,93 bilhões do total de US$ 8,027 bilhões que vence em novembro. Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.
No dia anterior, a moeda norte-americana subiu 1,24%, vendida a R$ 3,7422.
Perda de força
O dólar, que chegou a bater recorde do Plano Real em 13 de setembro, a R$ 4,1952, passou a perder força e caiu abaixo de R$ 3,70, acumulando no mês até esta quinta-feira queda preliminar de pouco mais de 8%, segundo cotação do ValorPro. No ano, no entanto, a alta acumulada é de mais de 11%.
A projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2018 recuou de R$ 3,81 para R$ 3,75 por dólar, segundo previsão de analistas de instituições financeiras divulgada por meio de boletim de mercado pelo Banco Central nesta semana. Para o fechamento de 2019, permaneceu estável em R$ 3,80 por dólar.