Dólar opera em queda e volta a ser negociado abaixo de R$ 3,90

Dólar opera em queda e volta a ser negociado abaixo de R$ 3,90
Foto: Divulgação

Tuesday, 11 December 2018

Na véspera, moeda dos EUA fechou em alta de 0,64%, a R$ 3,92 – maior patamar desde 2 de outubro (R$ 3,9333).

O dólar abriu em queda nesta terça-feira (11), após ter fechado em alta nas últimas 5 sessões.

Às 9h45, a moeda norte-americana caía 0,66%, vendida a R$ 3,894.

Na véspera, o dólar fechou em alta de 0,64%, a R$ 3,92 – maior patamar desde 2 de outubro (R$ 3,9333).

O avanço nos últimos dias ocorreu em meio à continuidade da tensão entre Estados Unidos e China e preocupações com o enfraquecimento econômico global.

Escalada do dólar acende sinal de alerta no mercado

A persistente escalada do dólar acende um sinal de alerta no mercado brasileiro. A moeda americana vai se firmando na marca de R$ 3,90, num movimento que desafia as apostas para a trajetória do câmbio neste fim de ano. Especialistas apontam que fatores sazonais e técnicos, que têm pressionado a cotação, devem se dissipar nas próximas semanas. No entanto, as incertezas com o xadrez político e o cenário externo ainda jogam contra um alívio mais amplo, destaca o Valor Online.

Faltando três semanas para o fim do ano, a cotação do dólar está bem acima da mediana das projeções dos economistas. De acordo com o Boletim Focus desta segunda-feira, os analistas estimam que a taxa de câmbio encerrará o mês de dezembro em R$ 3,78.

O que joga contra a recuperação do mercado brasileiro é o conjunto de incertezas que ainda se avoluma no horizonte. Do lado externo, as moedas emergentes, como um todo, têm sido afetadas pelo aumento da aversão ao risco, em meio a temores sobre a saída do Reino Unido da União Europeia (Brexit), a desaceleração da economia global e a disputa tarifária entre Estados Unidos e China, além do processo de aperto monetário do banco central americano.

Os fatores domésticos não têm ajudado muito o mercado nos últimos dias, diz Juan Jensen, sócio da consultoria 4E. Para o especialista, alguns comentários desencontrados no núcleo governo eleito indicam os riscos que giram em torno da articulação para avançar com a agenda econômica em 2019.

O governo de Jair Bolsonaro (PSL) tem uma proposta de formação diferente dos anteriores, com articulação mais próxima de bancadas temáticas do Congresso do que com partidos específicos. Isso traz mais um desafio para definição da base parlamentar e o avanço de reformas impopulares, como a da Previdência.

Na avaliação de Sergio Goldenstein, sócio e gestor da Mauá Capital, o mercado de câmbio tem operado de maneira descolada de fundamentos. Além das saídas de recursos, que são típicas nesta época do ano, a escalada do dólar ante o real é justificada pela demanda por “hedge” no mercado, incluindo operações de bancos para cobrir suas posições no exterior.

Para o gestor da Mauá, a redução do efeito sazonal nas próximas semanas já abriria algum espaço para melhora do real, mas o gatilho definitivo para a volta do fluxo e para a reversão de posições compradas em dólar é a perspectiva para a reforma da Previdência.


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Redação

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