Fatores de tensão na economia mundial, como o acordo comercial entre EUA e China, o Brexit da Inglaterra na União Europeia e a crise da Argentina impactam diretamente a economia brasileira. As incertezas do mercado precisam ser analisadas com cautela pelo empreendedor brasileiro, mas há uma perspectiva de retomada para os próximos anos. 

É esta a análise que o economista Mauro Sayar Ferreira, professor da Universidade Federal de Minas Gerais e consultor de diversas empresas, apresentou em um evento da Fundação Fritz Müller para participantes do PAEX – Parceiros Para a Excelência. O encontro aconteceu no dia 17, no auditório da entidade, em parceria com a Fundação Dom Cabral.

Mercados em desenvolvimento tendem a ter mais chance de crescer

Enquanto os países mais ricos sofrem as consequências de uma possível crise, o economista explica que países em desenvolvimento como o Brasil têm mais possibilidade de crescer mesmo em cenários instáveis. “Isso porque nestes locais ainda existe muita oportunidade de crescimento e desenvolvimento”, ressalta.

No Brasil, um dos indicadores positivos, apesar da desaceleração da economia, é o índice de confiança do consumidor, que aos poucos tem aumentado. “Além disso, estamos caminhando para um mercado pronto para voltar a crescer. A reforma da previdência é um fator positivo neste sentido e a economia já começa a reagir a partir das mudanças previstas, como a reforma tributária”, salienta.

Já entre as questões apontadas por Ferreira como alerta para a economia brasileira está a possibilidade de uma recessão internacional. “Os ciclos econômicos mundias são sempre muito parecidos e servem para analisarmos o futuro e percebemos que há uma tendência de desaceleração. Ao analisar períodos anteriores semelhantes a este percebemos que um fator relevante que aponta para este cenário, que é a queda de crescimento da economia americana, já que o país tem impacto em todo o mundo”, diz.  

Perspectivas econômicas para os próximos anos

Ao analisar dados sobre o comportamento econômico local, o economista e professor convidado da Fundação Dom Cabral confia em uma retomada do país. “Além da reforma previdenciária, a redução da taxa Selic tem pavimentado o cenário para um crescimento econômico e em 2022 o cenário já deve ser bem mais promissor para o Brasil, com a economia retomando o ritmo de crescimento”, finaliza.