BlaBlaCar investe na vinda de passagens de ônibus
Foto: DivulgaçãoTuesday, 17 December 2019
Segundo os executivos Julien Lafouge e Ricardo Leite, o gargalo ao crescimento da empresa está na oferta de viagens, não na demanda.
Quando a BlaBlaCar chegou ao Brasil, em novembro de 2015, o país já conhecia apps que faziam a ponte entre motoristas e passageiros. Mesmo assim, o desafio era grande: a startup francesa queria juntar estranhos dentro do mesmo carro não por uma breve corrida, mas por horas – e longos quilômetros –, em viagens de 70 a 1.000 quilômetros. Isso em troca de um valor apenas simbólico, incapaz de tornar a atividade lucrativa (diferente de aplicativos como Uber e 99). Um apelo ao voluntariado.
Deu certo. Quatro anos depois, a BlaBlaCar no Brasil tem 5 milhões de usuários cadastrados. “Vamos fechar 2019 com mais de 8 milhões de viajantes, o dobro de 2018, e esperamos dobrar o volume de novo em 2020”, diz Ricardo Leite, diretor-geral da empresa no país. “Como Uber e 99 são muito grandes, o pessoal acaba não percebendo, mas em longa distância nós somos a maior plataforma do Brasil”.
Para dobrar de volume em 2020, a BlaBlaCar não conta apenas com a generosidade dos motoristas voluntários. A partir de meados de março, a empresa planeja oferecer no aplicativo, também, poltronas dos ônibus regulares de turismo. “Queremos ocupar os assentos vazios”, diz Julien Lafouge, CFO global. “Existe uma ineficiência no uso dos ativos, quaisquer que sejam, e a nossa missão é preencher. Todo mundo se beneficia”.